Me Perdoa?

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Todos tinham mentido pra mim, até o Otavio, e eu pensando que ele era um cara legal, não acredito que acreditei neles, não acredito que ele pode ser tão baixo, ouço meu celular tocando pela milésima vez, o nome brilha na tela Otavio, resolvo atender no ultimo toque.

- Alô? - Era uma voz feminina, que eu conhecia, mais porque a Paty está com o celular do Otavio.
- Oi.
- Aonde você ta maluca? Ta todo mundo louco atrás de você.
- Todo mundo quem?
- O Marcos, o meu primo, seu pai, seu irmão.o que aconteceu?
- O Otavio esta ai?
- Aqui do meu lado, vou passar pra ele.

Uma pausa.

- Marrentinha? Você deve estar me odiando mas por favor me deixe explicar.
- Nunca mais fala comigo, nunca mais pensa em mim, apague esse numero, se me ver atravesse a rua, por favor, finge que eu nunca estive na sua vida.

Desliguei o telefone antes de ele falar qualquer coisa, ele mentiu pra mim, se aproveitou, eu nunca mais quero saber deles, nenhum deles, resolvi pegar minha bolsa e ir andando mesmo pra casa, a arvore que eu fico quando estou mal não é muito longe dali, quando cheguei em casa, estava vazia,  subi correndo, quando cheguei no quarto me joguei na cama, coloquei a musica Someday do Nickelback e fiquei deitada pensando na vida e ouvindo músicas, ouvi a porta abrindo, deve ser o Jonas, continuo deitada fitando o teto, olho pra porta e ele está la parado me olhando.

– Qual foi a parte do me esquece que ta difícil de entender? - Falei me levantando. - Vaza daqui não quero te ver meu. - Me joguei novamente no travesseiro.

– É isso mesmo o que você quer? - Falou ele entrando no quarto. - Não te contei porque não queria magoar você, e assim que descobri fiz aquele babaca te contar. - Ele chegou na cama, me levantei ficando de pé na frente dele. - Você quer mesmo que eu saia por aquela porta e não apareça mais? quer mesmo esquecer o cara que você gosta Lu? - Perguntou ele.

– Vá embora. - Falei seca.

Virei de costas para ele e escutei a porta se fechando. Agora é oficial acabou, não sei porque mas já estou sentindo falta dele, talvez das nossas brincadeiras, da nossa amizade, do nosso companheirismo, das nossas noites, até dos beijos dele sinto falta, sem perceber comecei a chorar, parece que eu preciso sempre dele perto de mim o que está acontecendo comigo, não me sinto mal pelo Marcos, nem pela mentira dele, tudo o que eu penso é que o Otavio sabia de tudo e não me contou, me deitei novamente e abracei um dos milhares de ursos de cima da minha cama, minhas lágrimas caiam cada vez mais, acabei dormindo daquele jeito que estava, acordei com o sol batendo na janela, olhei no relógio 11:00, levantei, fui para o banheiro e fiz minhas higienes, me olhei brevemente no espelho e desci para a cozinha.

– Bom dia irmanzinha. - Falou o Jonas sentado em uma das cadeiras comendo um pedaço de pão.

– Bom dia cabeção. - Respondi, dando-lhe um beijo no topo da cabeça.

– Que amor ein, cade o Otavio? - Perguntou ele enquanto me sentava na cadeira.

- Não toque no nome daquele traíra por favor. - Falei.

- Eu vou querer saber o que aconteceu? - Perguntou ele erguendo uma das sobrancelhas.

- Não. - Peguei um pedaço de pão e uma xícara de café, quando estava acabando de comer a campainha tocou, olhei para o Jonas e ele fingiu que não ouviu, me levantei quase que me arrastando e fui até a porta.

- Que cara de morta é essa? - Perguntou a Paty entrando em casa.

- A única que Deus me deu. - Respondi me jogando no sofá.

- Eita bom humor que você acordou hoje em amiga? - Falou ela se sentando no sofá.

- O que você quer? - Perguntei brincando com uma mecha do meu cabelo bagunçado.

- A Jaque quer falar com você. - Falou ela me olhando.

- Não quero. - Respondi a olhando e sentando no sofá.

- Eu acho que você deveria, aquela vaca destruiu sua vida. - Falou ela.

- E eu destruí a sua. - Falei sorrindo ironicamente

 - O Marcos nunca foi um namorado perfeito, eu to muito bem com o Mat amiga fica tranquila, mas acho mesmo que você deveria conversar com a Jaque.

- Você me leva lá?

- Levo.

Subi para me arrumar, peguei minha tolha e fui tomar banho, sai do banheiro, peguei um vestidinho preto com flores brancas de alcinha e uma sapatilha, ta muito calor pra ficar de calça, peguei minha chave, meu celular e desci.

- To saindo ta Jonas. - Falei na porta.

- Quando você chegar provavelmente estarei na casa da vó.

- Ok.

Sai de casa com a Paty, fomos em silencio, passei o caminho todo pensando no que eu falaria pra Jaque, fiquei pensando como eu iria me segurar pra não meter a mão na cara daquela vaca.
Chegamos, tocamos a campainha, a Jaque estava linda, com aqueles cabelos todos esvoaçantes e loiros de dar inveja.

- Entrem. - Quando entramos estavam todos no sofá, Mat, Marcos, Otavio e até o Pedro.

- Reunião de cobras? Tirando você Mat e você Pedro. - Falei entrando na casa dela.

- Lu, por favor escuta. - Falou o Otavio se levantando.

- Tenho ouvido pra isso. - Falei e me sentei ao lado do Pedro.

- Olha gata a gente só te chamou aqui porque o Otavio pediu, você ta sendo injusta com ele, assim que ele descobriu sua mãe ficou doente e ele não quis te colocar mais um problema apenas isso. - Falou o Marcos.

- Eu queria você longe dele e por isso pedi pro Marcos se aproximar de você. - Falou a Jaque.

- Otavio vamos conversar em particular, com vocês dois não quero falar, tudo o que sai da boca de vocês pra mim é sujo. - Falei e sai batendo a porta, Otavio veio atrás de mim.

- Eu não quis te preocupar, me perdoa? - Falou ele.

- Ta bom. - Falei e ele veio na intenção de me dar um beijo mas eu recuei. - Amigos?

- Você tem certeza?

- Sim.

- Ok, amigos.

Depois da minha conversa nada legal com o Otavio voltei pra casa, Paty ficou com o Mat, o Jonas ainda estava na vovó e eu sozinha, mexi um pouco nas minhas roupas, assisti uns filmes e depois fui dormir, quando acordei já era a hora de ir pra escola, droga não acredito que hoje já é segunda, levantei, peguei minha toalha e fui tomar banho, sai já correndo, estou atrasada como sempre, peguei uma calça jeans, minha camiseta regata favorita com notas musicais desenhadas em dourado, passei uma maquiagem leve e sai, quando cheguei na escola sentei junto com a Paty, passamos a aula toda conversando, bateu o sinal para o intervalo, quando estamos descendo as escadas...

- Mais o que ele esta fazendo? - Falei já com os olhos cheios de lágrimas.





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