Beijo

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– Me faz um favor de ficar quieta Jaque. Vem Lu vamos conversar em outro lugar. - Falou o Marcos me puxando pelo braço.

Achei aquilo tudo muito estranho, porque a Jaque falaria aquilo e o que ela sabe que eu não sei, o Marcos sentou em um muro baixo em um dos corredores no pátio e eu fiquei em pé em sua frente.

– Lu, eu não te contei porque sabia que se você soubesse não ia querer nada comigo. - Falou ele em um tom preocupado.

– Você devia ter me contado, eu fui uma egoísta como não percebi que ela gostava de você?

– Esquece isso amor, a gente está junto não está?

– Ok Marcos. - Isso não me agradou mas tenho tanto para me preocupar agora com a minha mãe.

Ele me puxa para mais perto dele e   me beijou, aquele beijo calmo, que estava com um gostinho de menta, ele tem um jeitinho diferente de beijar, fomos interrompidos pelo sinal, quando voltamos para a sala a Patricia estava lá com o Matheus, eles estavam abraçados, fiz sinal pra ela perguntando o que tinha acontecido ela me respondeu com outro sinal falando que depois me contava, não demorou muito a aula já estava no final, sai com o Marcos e quando chegamos lá fora já estavam Otavio e a Mocréia Ops Jaque, Patricia e o Matheus ainda abraçados.

– Iai vamos pra algum lugar mais tarde? - Falou o Matheus.

– Tipo onde? - Perguntei

– Que tal uma sessão de filmes? - Falou a Patricia.

– Pode ser na minha casa, mas antes tenho que passar no hospital pra ver minha mãe, pode ser umas 14:00? - Falei.

 – Pode ser. - Responderam todos.

– Não vou. - Falou a Jaque.

– Nem vai fazer falta. - Respondi. e o Otavio me olhou com uma cara feia, entendi que precisava ficar quieta para não piorar a situação.

– Eu te levo para o hospital. - Falou o Otavio.

– Obrigada. - Respondi.

- Eu posso te levar Lu. - Falou o Marcos.

- Meu pai já conhece o Otavio e acho melhor não aparecer com um garoto que eu esteja ficando lá agora, meu pai não é muito liberal.

Dei um beijo nele e sai com o Otavio.

Andamos até o ponto de ônibus que ficava perto da escola, chegando lá nos sentamos para esperar o ônibus passar.

- Você gosta mesmo dele? - O Otavio perguntou e me olhou.

- Ele é um cara legal. - Respondi.

- Isso não responde a minha pergunta. - Ele estava me olhando fixamente. - Ele beija bem?

- Porque esse interrogatório?

- Deixa. - Assim que ele respondeu o ônibus chegou entramos e nos sentamos.

Estávamos chegando no hospital e o Otavio se mantinha em silencio olhando pela janela.

- Está tudo bem? - Perguntei.

- Está. - Ele respondeu seco e continuou olhando a janela.

Chegamos no ponto do hospital e descemos, seguíamos em silencio até a entrada do hospital, ele parou de andar, olhei para trás.

- Não consigo esquecer o que aconteceu ontem. - Falou ele.

- Pensei muito nisso, mas somos tão bom como amigos, e tem tanta coisa em jogo, tenho medo de arriscar tudo isso, entende?

- Se for pra ter você vale o risco, você mesma falou sobre se entregar Lu.

- Otávio, é muito pra processar agora.

- Te falei que foi real pra mim e falei de verdade, só me promete que não vamos esquecer isso?

- Prometo.

Continuamos andando um pouco até que chegamos na recepção da oncologia, demos o nosso RG e subimos até o quarto da minha mãe, ela já estava toda animada e iria receber alta daqui uma semana, contei pra ela que iriamos ver filme em casa hoje, ela disse que se tivesse muita bagunça eu ia ter que limpar tudo, que ótimo, passar esse tempo com a minha mãe era tão especial que eu contava os minutos todos os dias para o horário da visita, o medo de perder ela foi surreal. Chegou a hora de nos despedirmos, descemos para a recepção, pegamos os nossos documentos e voltamos para casa, abri a porta joguei a mochila no chão e me deitei no sofá, o Otavio se sentou na ponta e colocou  minhas pernas em seu colo.

Notei que ele estava bem quieto durante o caminho, e mesmo depois que chegamos ele se manteve em silêncio.

- O que foi? - Perguntei o olhando.

- Desculpa mas não consigo não fazer isso. - Ele me olhou. - Cara como você age como se estivesse tudo bem pra você? o pessoal está vindo pra cá e a única coisa que eu queria era poder falar para todos que estamos juntos.]

- Otavio não é assim.

- Lu eu nunca senti isso, eu quero estar com você, quero estar abraçado com você e não ver você com o Marcos, não ter que dividir você.

Ele levantou rápido antes mesmo que eu pudesse me mexer ele já estava em cima de mim. - Eu quero você, quero te beijar na frente das pessoas.- Uma mão dele desceu pela minha cintura e a outra segurava minha mão para cima da minha cabeça, era quase impossível resistir a ele, eu o queria tanto quanto ele me queria, cada parte de mim desejava se entregar e sentir o que eu estava guardando, uma dose de adrenalina passava pelo meu corpo, ele levou minha mão que ele estava segurando para o rosto dele. - Me fala que não sente o mesmo e eu juro que eu te largo. - Eu não queria que ele largasse, eu o queria. Puxei o pescoço dele para mais perto até que nossos lábios se encontraram, o beijo ia ficando mais intenso, ele me pegou no colo fazendo minhas pernas ficarem em volta da cintura dele, aquele era o lugar onde eu queria estar.

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