1.6

105 15 8
                                    

- Sabes as vezes que te tentei ligar?

- Imagino... - Michael pousou as chaves do carro de Robert, na mesa.

- Estava preocupado contigo, tinhas o meu carro, não me atendias as chamadas, dormiste fora, chegas aqui à hora de almoço, faltas ao trabalho e há muitas mais coisas só que não me apetece estar para aqui a recitar. Então? Tens alguma coisa a dizer? E que roupas são essas?

- Primeiro estou mesmo muito comovido por teres ficado preocupado comigo, mas como vez, eu estou bem. Segundo, o teu carro está lá fora, sem um único risco e aproveitei para meter gasolina, do meu próprio bolso, já agora. Terceiro, o meu telemóvel ficou sem bateria e como podes imaginar não estava com o carregador. Quarto...

Parou para respirar e entrou na cozinha.

- ...Dormi na casa de um amigo e antes que perguntes, não, não tivemos sexo. Cheguei só agora, porque também acordei tarde e a casa dele é longe. Estou de folga, por isso não faltei ao trabalho e por último, estas roupas são emprestadas, já que o rapaz com quem eu estive deitou as minhas para lavar, sem eu saber.

Robert levantou um pouco a sobrancelha, provavelmente, a tentar processar todas aquelas desculpas.

- Ok. - Disse, com um encolher de ombros. - Não fiz nada para almoço, porque não sabia se vinhas comer a casa, por isso, sei lá, podíamos ir almoçar a Georgia.

- Almoçar a Georgia? - Riu Michael, tirando uma garrafa de água do frigorífico.

- Ao café da Georgia. - Corrigiu Robert.

- Tudo bem.

Michael e Robert entraram no carro e conduziram até ao café de Georgia Smith.

- O que vão querer? - Perguntou ela, assim que os viu sentar.

- Para mim, o mesmo de sempre, batatas fritas e um bife. - Robert entregou o menu, com um sorriso enorme. - Michael?

- Apenas uma sopa. Não estou com disposição para comer.

- Volto já com os vossos pedidos.

Georgia voltou costas e Robert ficou a observá-la, até ela desaparecer pela porta da cozinha.

Michael fitou-o, confuso.

- És tão estranho. Já pensaste em curar-te?

Robert revirou os olhos e ignorou a sua pergunta, colocando outra.

- Vamos sair esta noite?

Michael encolheu os ombros. - Não sei, talvez.

- Oh meu Deus! - Guinchou Robert. - Que fixe, que fixe! - Bateu com as mãos na mesa, como uma criança.

Michael riu.

- Chega, estás a fazer figuras; e eu nem sequer disse que sim.

Os seus pedidos chegaram e comeram em silêncio.

Pagaram e foram para casa.

O resto da tarde foi passada a ver filmes e a comer piza.

Quando a escuridão começou a invadir a sala, Robert ajoelhou-se e pediu a Michael para saírem.

Com esforço, ele acabou por ceder e saíram de casa, até à discoteca.

- Tu só me fazes gastar dinheiro. - Murmurou Michael, quando entraram no clube.

Robert não respondeu e foi direto ao balcão.

- Oi, oi. - Robert disse para o rapaz que estava no balcão.

O rapaz sorriu. - O que vão querer?

Robert ficou a olhar durante algum tempo para o moreno à sua frente e só 'acordou' quando Michael lhe deu uma cotovelada.

- Uma bebida qualquer, por favor, mas bem gelada. De repente, fiquei seco, com tanto calor.

O barmen riu e abriu um mini frigorífico.

Enquanto Robert estava ocupado a observar o novo empregado, Michael olhou à sua volta, até que o seu olhar, no meio daquela enorme confusão, se cruzou com o de Luke.

us ✖ muke |PT|Onde histórias criam vida. Descubra agora