2.2

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- Voltei... Meu deus, Michael, que cara é essa?

Michael olhou para o lado e viu Robert sentar-se.

- Nada, nada. – Respondeu e arrumou o telemóvel.

Olhou em volta. Porra, onde é que ele está?

- O que procuras? – Perguntou Rob e deu-lhe uma cotovelada, como incentivo.

- Estava apenas a ver se encontrava o... Calum.

- Hey, Michael Clifford, ele é meu! E ainda falta uma meia hora até ele chegar.

E essa meia hora passou mais rápido do que Robert previa, pois quando viu Calum, foi a correr na sua direção, deixando Mike sozinho, pela segunda vez, naquela noite.

Michael tinha ficado o tempo todo a encarar a mesa.

Não queria olhar em volta, por causa de Luke.

Não podia pedir outro copo de vodka, por causa de Luke.

Não ia pegar no telemóvel, porque, o mais provável, era Luke não responder, por isso, a mesa era, definitivamente, a melhor escolha.

Respirou fundo, encarou o homem que servia, atarefadamente, a multidão e estendeu a mão.

Quando conseguiu a atenção dele, sorriu e disse:

- Uma vodka, por favor. Com gelo e limão.

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Michael deu a terceira volta ao parque.

O carro de Robert não se via em lado nenhum.

Eram duas horas da manhã.

E Michael estava, totalmente, bêbedo.

Parou para respirar e, depois de algum tempo a olhar para um poste, começou a andar.

Não sabia se estava a seguir o caminho certo, mas não queria saber. Desde que encontrasse uma cama e um cobertor quente, não se importava com mais nada.

Apenas os candeeiros iluminavam a rua.

Michael ouviu algo. Olhou para trás.

Deve ser um gato. O subconsciente de Michael decidiu falar, enquanto cambaleava pelo seu cérebro. Deitou-se a um canto e adormeceu.

Michael grunhiu em frustração.

Sentia-se fraco e queria dormir.

Dormir.

Dormir.

Dormir, por favor.

Novamente o barulho.

O subconsciente de Michael nem sequer deu a sua opinião.

Michael parou e tentou ao máximo manter-se de pé.

Suspirou pela milésia vez, naquela noite, e olhou para trás. Viu uma sobra.

- Oh, por favor. – Murmurou Michael. – Gastei o meu dinheiro todo e a única coisa valiosa que tenho é a minha beleza. – Riu, mas logo parou, ao apercebeu-se de que estava a fazer figura de idiota.

- Talvez não o devesses ter feito. – A voz falou em resposta.

Quem é? Michael pensou. Quem é, quem é, quem é?

- Eu sou maior de idade. Faço o que eu quiser.

- Um maior de idade que bebe, descontroladamente, mesmo após de o terem avisado.

Aquela voz! Eu conheço.

- Ninguém manda em mim.

- Bem... - O corpo foi-se aproximando. – Talvez te devesses controlar mais vezes.

E aí o rosto de Luke revelou-se.

O subconsciente de Michael acordou, rapidamente.

Oh, Michael, eu bem te disse que era um gato!

E nesse momento, Michael perdeu os sentidos, desmaiando em cima de Luke.

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