-Fim de semana na casa da Amy? -Minha mãe pergunta, da mesa da cozinha, tomando seu leite.
-Sim. -Digo.
-Dinheiro? -Ela oferece.
-Sim. -Digo, afinal é a única coisa que consigo dizer, sem que me sinta enjoada.
Ainda não aceitei o fato. Ela está tentando fazer as coisas parecerem normais, com o café da manhã em família... que agora se resume a mim e ela.
Só faz um mês, desde que meu pai saiu pela porta, e ele não vai mais voltar.-Carona?- Pergunta ela. Ainda não olhei nos olhos dela.
-Sim. - Levanto, e vou para o quarto pegar, minha bolsa, com os livros.
Hoje é o meu primeiro dia de aula, depois que recebi a notícia, na sala de aula, do Prof. César -Matemática.É incrível, mas eu ainda não chorei. Nem minha mãe.
Não sei como fazer isso. Nem sei como dizer a minha mãe que a culpa não é dela.
***
-Quer que eu te busque? Ou vai com a mãe da Amy? -Pergunta ela. Estamos sentadas lado a lado, ela não me olha, e eu não olho para ela.
-Sim. Amy - É a única coisa que eu consigo dizer a ela.
-Ok. -Ela está me olhando agora.
Por favor não chore!Saio do carro antes que ela me abraçasse. Não quero que ninguém me abrace. Só ele me abraçava, e eu me sentia exposta, completamente desarmada.
Amy está sentada nas escadas com seu novo namorado, Carlos, ele é latino, e musculoso, e muito cheiroso.
- Jeeenna! -Ela pula em minha direção, e seu cabelo vermelho como fogo chama minha atenção.
- Eu! - Digo desanimada. - Vermelho?
Nos duas temos um pacto, desde o sétimo ano, quando pintamos nosso cabelo de roxo pela primeira vez, sempre usamos as mesmas cores.
-Sim! Gostou? - Ela agora estava exibindo a cabeleira vermelha.
- Sim. - Eu acho que esqueci como dizer a outra palavra. - Porque não me avisou?
- Eu achei que a coisa do luto, não permitia. - Amy parecia desapontada.
- Errado- Realmente esqueci a outra palavra, oposta ao sim. Não consigo dize-la senão para mim.
-Desculpa. -ela parecia realmente chateada. - vou tirar hoje.
-Eu também quero participar desse lance das cores. -Disse Carlos.
-Não- Disse Amy - Jenna não concordaria.
- Sim. -Disse. DROGA!- Aula?
-Vamos - Amy esticou a mão para Carlos. - Depois pensamos sobre as cores.Minha primeira aula era Matemática, minha primeira e única aula sem minha amiga. Em compensação tinha o Gabe.
Gabe é meio que gay, só que ele ainda não sabe, que eu sei, nem ele sabe que sabe.
Ele tentou se matar no começo do ano, mas um vizinho novo o salvou.Então. Hora de responder a pergunta de um milhão de dólares.
- Jenna!- Todos me olham, e César vem em minha direção, mas eu meu afasto, e me sento. Não quero ser abraçada. Tudo bem Jenna? Sinto muito pelo que houve.
Essa pegue tá seguida dessa frase faz as coisas não estarem bem, nem um pouco.
- Sim. -Meu estômago nega, e gira várias vezes, minha garganta da um nó. - Estou bem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Boys n Girls
Teen Fiction"Eu não sei lidar com a morte. Nem consigo chorar, nem consigo falar como foi. Nem consigo dizer o que ele era meu, a palavra faz meu corpo doer, parece presa na minha garganta, minha mãe acha que é culpa dela, mas na verdade é minha. " -Jenna. "Eu...