Jenna: Hippie

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EU ESTAVA FURIOSA COM AMY...
Ela é uma vadia sem escrúpulos, completamente egoísta.
Eu não queria ir para casa, então comecei a andar pelo quarteirão.
Assim como Gabe, Amy era de família rica, e morava cercada de casas enormes, e luxuosas, algumas maiores até mesmo que a dela.
Uma casa dessa quadra, equivaliam a todas as casas de meu bairro, juntas.
Os garotos desse bairro eram, Maurícinhos metidos, que andavam em carros esportivos e fumavam cigarros mentolados.
Eu não me dava bem com eles, eu era pobre quando de comparava a Gabe e Amy, minha mãe é enfermeira, meu pai era policial...
...Eu estava chorando de uma meneira não muito normal.
As lágrimas escorriam, mas eu tentava fazer-las não saírem, mas era muito difícil...

Eu voltava para a casa de Amy quando alguém me chamou:
-Eei. Baixinha? -Um garoto que estava sentando na calçada, vestido como um Hippie.
-Eu não tenho nada pra dar. -Disse já ficando com medo de ser estuprada. Eu sei que isso é preconceito, mas foi o que pensei, já era mais de meia noite, e ninguém de boa índole andava por aí a essa hora.
-Mas o que eu quero você pode me dar...- Gelei. - Só uma resposta. -Ele estava de pé, e agora se aproximando de mim.

-M-Me... D-Deixe em paz.- Minhas pernas ficaram moles. Era tudo o que me faltava, ser estuprada,ou sequestrada.
-Garota, você é uma piada.- Ele riu - Eu não vou te roubar nem nada,só quero saber porque você está chorando?
-Não é da sua conta. -Agora que ele estava perto de mim, eu via que ele era muito bonito, ele tinha a pele bem branca, como as de Amy, e os olhos cinza, barba por fazer, e os cabelos estavam presos em um coque frouxo, bem desleixado. Ele vestia chinelos, uma calça de pijama, e um casaco de tricô.
-Selvagem.- Ele disse sorrindo.

Sai e o deixei falando sozinho, pelo menos era o que eu pensei que ia acontecer,mas ele continuou me seguindo, e fazendo perguntas.

- Você está bem? Quer uma ajuda? - Ele perguntou.
- Me deixe em paz!- Falei já ficando irritada.- Se você acha que vai me estuprar, pode ir tirando a porra do cavalinho da chuva, eu vou bater na sua cara, e te morder, até você me soltar, e depois eu vou ferrar sua vida!
-oooh! CALMA, olha eu só estou tentando ajudar, eu não vou te estuprar nem nada, não sou assim,ok? Eu só estou preocupado. Garota você é doente? - Ele perguntou, e pude sentir sua irritação.
- Meu dia está uma merda, meu pai teve que morrer na porra de um assalto a uma loja, enquanto comprava uma PORRA DE UMA ROSQUINHA ESPECIAL PARA A PORRA DO MEU ANIVERSÁRIO! -Explodi, e quando percebi que estava chorando, e soluçando, encolhida no meio da rua, me apertando, e tentando segurar o choro, mas era mais forte que eu.
Doía, e ele era a única pessoa que não ficaria com pena de mim, ele não me conhecia, era a pessoa perfeita para desabafar, um estranho na rua.
Eu estava cansada de ser forte, eu sou fraca, aceitar isso é menos doloroso.
Ele me abraçou,e o mundo pareceu parar, e eu me senti protegida, me senti consolada.
É estranho como o conforto é uma coisa estranha, até uma pessoa desconhecida pode te proporciona-lo.
-Sabe, as vezes as pessoas vão embora, mas nós pensamos que alguém, ou algo fez isso para nos machucar, mas nem sempre é. - Ele disse. - As vezes o destino é cruel, mas ele ensina, uma morte não é um abandono, é só...
- É só o que? - Perguntei.
- Não sei, meu repertório de palavras bonitas acabou- Ele riu. Eu ri também.
Então percebi que ele estava me abraçando, e que ele era um completo estranho, e que cheirava a colônia masculina, o cheiro era fresco, e suave, mas ele era um estranho, que podia estar querendo roubar meu celular, ou realmente me estuprar. Ninguém se importa com o que acontece com as outras pessoas.
Me soltei dos braços dele, e corri de volta para a casa de Amy, afinal eu preferia esperar por Gabe e ir pra casa dele, a ir pra casa, com minha mãe, é o momento dela chorar...
Ele me gritou :
-EI AO MENOS POSSO SABER SEU NOME? - Ele não parecia estar correndo atrás de mim.
Olhei para trás e vi que ele estava lá parado, com os cabelos armados, cheio de cachos rebeldes, e senti que eu deveria responder...
-J-JENNA - Gritei de volta, e sorri enquanto corria, o que era péssimo!
PORRA.

A festa de Amy ainda estava bombando, e já eram quase duas da manhã, agora uns universitários chegavam, e todos eram iguais, digo, eles se pareciam muito, Todos altos, bonitos, com sorrisos brancos, e com cabelos curtos e castanhos, alguns exibiam um desenho estranho no cabelo, imagino que eram calouros, e tinham passado por um trote...

Os vizinhos só não reclamaram, pois, aquele era um bairro de alto padrão, e a maioria dos ricos estava viajando no final de semana, Amy mesmo já fizera isso algumas vezes, eles decidiam na quinta, compravam as passagens, o pai dela arrumava uma reserva e eles voavam na sexta de noite, ou no sábado de manhã.

Decidi entrar e ver como Gabe estava, imagino que deveria estar bêbado, como sempre... Mas se ele entrasse em coma, seria um puta problema.
Entrei e entre a confusão, e a música alta, vi que algo estava rolando.
Um jogo, típico dela, era chamado por ela de "pedra do destino" e se resumia em:
Duas pedras, ela como juíza, e um círculo de pessoas vendadas.
E o mais estranho era que Gabe estava jogando, e Joyce também, mas o mais estranho era que o vizinho de Gabe que ela pensará estar a fim de mim, estava lá também, ela começou.
- O destino quer que vocês se beijem! - Anunciou ele gritando. E as outras pessoas que não estava jogando bateram palmas e gritaram de maneira que me lembrava dos macacos no zoológico.
Amy andou pelo círculo, as pessoas estavam com as mãos estendidas, pois quem recebesse a pedra devia fazer o que ela decidia, nesse caso beijar. Gabe estava um pouco nervoso, eu podia sentir, pois ele estava mexendo os dedos da mão que estava para trás de maneira descontrolada.
Ela entregou uma pedra para Gabe, e andou em direção a Joyce, que estava entre Carlos e Wood um garoto que era do time de lacrosse.
Me virei de costas. Pois não queria ver isso, mas as pessoas começaram a gritar como loucos, e alguns gritaram tanto que iriam ficar roucos. Imaginei que tinha sido um beijo daqueles, mas quando me virei vi que era mais que isso.
Não acredito que Amy tinha feito isso.
Lá estava Gabe segurando a mão de seu vizinho, e o beijando, de maneira quente.
No jogo de Amy, o único contato que se poderia ter era os das mãos com as pedras...
Me joguei entre as pessoas, e fui em direção a Gabe...

Boys n GirlsOnde histórias criam vida. Descubra agora