As aulas seguintes foram todas as mesmas coisas : Você está bem?
E eu menti.
Minha mãe está me ligando.
Atendo.
-Sim. -Minha nova palavra favorita.
-Esta comendo? -Pergunta ela, preocupada.
-Sim - Finjo que estou com a boca cheia.
-Que bom. Vou ficar em casa hoje. Porque não fica comigo? -DROGA.
- Amy, fez um bolo pra mim. - Menti.
-Ah...- pude sentir uma dor na voz de minha mãe, mas eu não poderia ficar com ela assistindo filmes como se fossem as antigas sextas a noite. Não seriam. Eu não conseguiria. Ela me abraçaria e eu ia chorar. - Tudo bem então . -Ela fungou- Te amo...
- Sim. - respondi e desliguei.
-JEEENNA! - Amy estava acenando, da mesa dos populares para mim, mas eu não podia ficar com todas aquelas pessoas perto de mim. Acenei de volta, e fui em direção a escada, onde Gabe estava.
-Companheira. -Disse ele.
-Companheiro. -Disse eu.
Isso me fazia gostar dele, eu não precisava dizer nada. Ele entendia meu olhar.
-Seu cabelo loiro! Quanto tempo. - Disse ele. A última vez, foi no ano passado. Aniversário do meu pai.
-Pois é. Amy não é disse qual seria a cor da semana.
- Sei como é. -Disse ele.
-Ser loira?
- Perder alguém da família. - Ele disse e meu corpo gelou, e o estômago girou de novo. - Quando minha mãe morreu, uma parte de mim, foi com ela. Ela sabia quem eu era...
Sorri pra ele. E ele para mim.
Compreendiamos a dor um do outro.
- Você me ajuda Domingo? - Perguntei.
- Com oque? - Ele me olhou juntando as sobrancelhas.
- As roupas dele. Minha mãe não consegue. Quero doa - las .-Disse sentindo o nó na garganta.
-Claro que ajudo Jenna. -Ele sorriu. -Se você me emprestar a noviça rebelde.
- Chantagem! - Ele era a única pessoa que conseguia me fazer rir em momentos assim.
***
Próxima aula : Biologia. Minha favorita.
Amy estava sentada atrás de mim, e Gabe ao meu lado, eu esquecerá meu livro em casa.
- Você está brava comigo?- Perguntou Amy.
-Não. Por que acha isso? -Eu não estava estava entendendo.
- Você não quis se sentar comigo no almoço hoje. - Explicou ela debruçada na carteira de trás.
-SENHORITA AMYLLI? GOSTARIA DE ME DIZER OQUE É CITOSINA, TIMINA, E GUANINA? - A Professora Lurdes gritou. O que fez meu corpo gelar. O grito me lembrou o barulho do disparo, e era como se estivesse novamente sentada a mesa da cozinha, assistindo as noticias, quando vi as imagens que eu daria a alma para não ter visto, saber da morte dele foi difícil, assistir foi pior.
Eu não estava conseguindo respirar.
COMECEI A OFEGAR, ME LAVANTEI, EU TENTAVA PUXAR O AR, MAS ELE SUMIA, EU ESTAVA FICANDO SEM AR, MEU PEITO COMEÇOU A DOER. MINHAS VISÃO COMECOU A ESCURECER...
***
Voltei a mim, quando estava cercada de pessoas, vários rostos curiosos, do corredor todo, vários alunos do primeiro ano, e professores, a infermeira Beth me olhava com cara de poucos amigos.
- Ataque de pânico. - Disse ela para a Professora Lurdes. - Vai ficar de repouso na minha sala.
AH NÃO. A SALA DELA CHEIRAVA A BATATAS COZIDAS E VÔMITO DE BEBÊ, COM UMA MISTURA DE DESINFETANTE DE EUCALIPTO, E ÁLCOOL.
- Eu estou bem...- Disse, mas um garoto, louro, de olhos verdes me pegou nos braços e foi seguindo da infermeira Beth.
Logo depois Gabe e Amy estavam lá comigo.
E o garoto esperava do lado de fora.
-Quem é ele? - Perguntei.
- Meu vizinho.- Disse Gabe ríspido - o salvador de vidas. Anthony.
- Ainda bem que ele sabia o que você estava tendo. Ele te levou pra fora da sala e te sentou no banco, e disse que você tinha que sair de perto da multidão. - Explicou Amy.
...
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Boys n Girls
Novela Juvenil"Eu não sei lidar com a morte. Nem consigo chorar, nem consigo falar como foi. Nem consigo dizer o que ele era meu, a palavra faz meu corpo doer, parece presa na minha garganta, minha mãe acha que é culpa dela, mas na verdade é minha. " -Jenna. "Eu...
