Gabe: Infinito.

111 3 0
                                    


Anthony e sua mania de querer salvar as pessoa, bom pelo menos agora ele "salvou" Jenna. Talvez eles se apaixonem.
AÍ MEU DEUS. NÃO. NÃO PENSEI ISSO.
- Bom Gabe, vou dar um fora daqui com o Carlos, nos vamos arranjar algumas bebidas. Quer ir com a gente? -Amy pergunta. Faço cara de tédio. Mesmo que eu estivesse querendo ficar chapado, eu não queria ficar de vela.
-Mesmo com o surto da Jenna você ainda vai fazer essa tal festa? -Perguntei, mesmo sabendo a resposta, afinal, podemos ser amigos dela, mas nada a impede de fazer uma das típicas festas dela, que sempre terminam em treta.
Ela me olhou como se eu estivesse falando Alemão, então já deduzi qual seria a resposta.
Amy nunca , nunca, perderia a oportunidade de tentar fazer duas pessoas ficarem juntas.
***

Aula de inglês, a professora Angela é legal, porém, o que me preocupa é o trabalho que ela ia nos mandar trazer na segunda, pois ele tem que ser feito em duplas, e como Amy e Jenna não estão aqui, tenho certeza que ela vai escolher um par para mim.

Ela entra na sala com seu entusiasmo, inexplicável.
- Boa Tarde turma! - Alegria sufocante. - Bom! Eu tinha algo em mente, mas, eu tive uma idéia melhor.
Isso não era bom...
-O projeto que tínhamos planejado, vai ser um pouco diferente!
- Diferente como? Não vou precisar trocar de dupla não é professora!? -Joyce estava sentada ao lado de sua amiga Anne, que era menino.
-Temo que sim Joyce...- Resumindo, ela explicou que teríamos que escrever uma dissertação sobre a outra pessoa, de nossa dupla que agora seria sorteada.
E isso não me deixava mais calmo. Se eu fosse sorteado com um dos garotos do time de xadrez, ou se for uma das líderes vadias de torcida? (Amy é uma delas.)
A professora começou a sortear os nomes, dupla por dupla.
Amy ficaria com a garota transsexual,
Jenna ficaria com Luan, o garoto estranho dos piercings.
E quase todas já tinham sido sorteado, exceto Anthony, Joyce, e Kathe, e eu não queria ficar com nenhum dos três, Anthony é meu vizinho, e ele não me deixou morrer, literalmente, porém entre Joyce e Kathe eu preferia ele, afinal eu não teria que lidar com cantadas, nem com mãos em lugares onde elas não deveriam estar.
Agora a última dupla:
Meu coração batia e parecia que ia sair pela boca, porque? Eu não sei.
- Kathe - Anunciou a professora - Vai com ... deixe me ver - DROGA odeio esse mistério. - Joyce.

DROGA.
- Professora? - Ela me olhou - Eu não poderia fazer sozinho?
- Porque? Anthony é muito bom. Não vai te prejudicar! - Eu estava pouco me fodendo pra isso, eu só não queria ele na minha casa, não de novo, não queria saber sobre a vida dele, preferia ter a mão de Kathe no meu pênis (talvez não).
- Meu cão é mais interessante que ele. E nós não nos damos muito bem, seria um problema trabalhar com ele. - Detalhe , eu nem tenho cachorro, meu irmão é alérgico, e por isso meu pai não nos deixa ter um.
A professora parecia atônita, e me não só ela como todos os outros alunos na sala me olhavam, como se eu fosse um imbecil, ok eu sou, mas eles não precisavam me olhar daquela forma.
Então ela começou a sorrir loucamente:
- Isso vai ser ótimo! - Disse ela gargalhando. - Agora formem as duplas, e me entreguem um roteiro de como vocês vão apresentar suas dissertações.
OQUE? ELE AINDA TERIA QUE FALAR DE MIM NA FRENTE DA SALA TODA?

***
Após o silêncio, matador da aula e a entrega de folhas com os nomes das duplas, cheias de anotações sobre como seria estar com uma pessoa que nunca nos reuniríamos, o sinal da última aula tocou.
Eu não via a hora de ir para casa, e ficar sozinho um pouco, pelo menos até meu irmão chegar em casa com a namorada.

A mãe de Jenna estava em frente a sala da enfermeira, com Amy, e elas conversavam, Jenna, estava sentada no banco de concreto que ficava perto do bebedouro, com cara de tédio.
Decidi não passar por elas, então fui em direção ao meu armário, e deixei o livro de inglês lá, Anthony estava vindo pelo mesmo corredor, então fechei meu armário, e sai andando na frente, porque iríamos pelo mesmo caminho e eu não queria ter uma conversa sobre mim com ele, eu me recusava.

Andei até a porta de casa, quando ouvi alguém me chamando:
- Ei! Gabriel! - Me virei lentamente, revirei os olhos quando vi que era Anthony, porque ele tinha que ser tão... intrometido.
Fechei a porta, e fui até ele.
- Quero conhecer seu cachorro. - Ele disse.
- O que? - Ok, o que ele estava querendo? - se acha que vou te convidar pra entrar está errado.
- Não quero entrar, só conhecer seu cachorro. - Ele estava de braços cruzados, vestindo uma camisa de flanela xadrez, uma calça sarja, e tênis preto. Agora que estava perto dele, notei que ele era um tanto bonito, com seu cabelo loiro bagunçado, e os olhos verdes.
AÍ MEU DEUS O QUE EU ESTOU PENSANDO?
- Eu nem tenho cachorro. - Nesse exato momento, meu irmão Gadriel, estacionou o seu Jeep preto na frente de casa, logo atrás de Anthony, que teve que subir na calçada, e agora estava ao meu lado olhando a esbelta Elizabeth Loira sair do lado do carona, em seguida meu irmão, saiu também.
Olhar para ele era como olhar para um espelho, e eu odeio espelhos.
- Maano! - Ele veio e me abraçou. - Está bem?
- Você sabe. Porque pergunta? - As vezes penso que toda essa coisa de gêmeo é mentira.

Anthony olhava para ele e para mim, um pouco atônito.
- Ah... Prazer! Gadriel...- Ele estendeu a mão para Anthony.
- Anthony. - aperto de mão entre as duas pessoas que eu menos gostava no mundo.
Elizabeth me abraçou, e os peitos dela me sufocaram.
- Eu soube o que aconteceu, mas não pode se desanimar, Deus é misericórdia, e tenho certeza que ele planejou tudo para você... Tudo vai ficar bem. - Eu não acredito que ela disse essas coisas. Estava começando a ficar irritado.
- Foda-se o que você e seu Deus acham, e foda-se você também Anthony! - entrei, e fui para meu quarto.
Ok. Algumas pessoas se sentem confortáveis em pensar que Deus existe, e todas essas coisas, como céu e inferno, e anjos, mas para mim, é tudo ilusão, acreditar nisso, é acreditar que se eu for quem eu sou, eu vou para o inferno, e minha alma vai queimar no sofrimento eterno, ou seja: Eu vou sofrer pela eternidade. Por isso eu não acredito. Acredito que morrer é como dormir.
Com meus dezessete anos de vida, cheguei a seguinte conclusão: As pessoas precisam acreditar que existe uma recompensa por serem boas, umas com as outras, pois se não acreditassem o mundo seria ainda pior. Pessoas precisam acreditar que são infinitas. Pessoas idiotas, querem ser infinitas, não se sentirem infinitas.

Boys n GirlsOnde histórias criam vida. Descubra agora