TÊS MESES NA BASE
A sirene no teto piscava em vermelho, um aviso silencioso que cortava o ar como uma lâmina:
001 falhou.
0,4 segundos.
Esse foi o tempo que ela demorou para reagir ao comando, um atraso ínfimo, mas suficiente para marcar sua derrota. Chloe, ou o que restava dela, não tinha mais força para se importar. Seu corpo era um amontoado de dores, os ossos pesados como chumbo, a mente fragmentada por semanas de tortura implacável, e o uniforme branco de prisioneira, rasgado e manchado de sangue seco, grudava na pele marcada por queimaduras e hematomas
Dois soldados a arrastaram para fora do dormitório branco, os pés descalços arranhando o chão metálico e gelado. O corte recente no tornozelo ardia a cada passo forçado, o sangue escorrendo em filetes finos que manchavam o piso, mas ela não resistiu, não havia energia para isso. Seus olhos, fundos e amarelados, mal registravam o mundo ao redor, fixos em um vazio que parecia engoli-la
- Código Z-09. Sala Escarlate - anunciou um dos soldados - Vamos ver quanto tempo ela aguenta hoje, eh, Dylan?
- Não muito, Anthony. Ela tá se desfazendo. Olha pra ela, parece um saco de ossos - apertou o braço de Chloe com mais força, os dedos cravando nos hematomas - Frágil como um passarinho
Rindo, eles a jogaram no centro da Sala Escarlate, um cômodo claustrofóbico onde a luz crua refletia no aço polido e nas manchas de sangue seco que pontilhavam o chão, testemunhas silenciosas de outros que vieram antes dela, e no centro havia dreno, cercado por ladrilhos, parecia engolir qualquer esperança
- Falhou no teste - Anthony disse, segurando um bastão fino de metal, conectado por fios a uma caixa de controle que zumbia com energia - O que fazemos com falhas, 001?
Chloe não respondeu, apenas fechou os olhos, tentando se desconectar, porque responder era inútil e doía
-Foi exatamente isso que eu pensei - ele murmurou com desdém - Imobilizem-na
Dois guardas a seguraram pelos braços, os dedos cravando nos hematomas, enquanto o terceiro, ligou o maçarico, a chama azul sibilando como uma serpente, prometendo dor
- Vamos ver se você aprende dessa vez - Anthony disse com o maçarico - Ou vai continuar sendo uma perda de tempo?
- Ela é uma perda de tempo desde o começo, Anthony! - Dylan riu - Olha pra ela, nem parece que já foi perigosa. Um cachorro assustado é mais útil
Chloe tentou se debater, um reflexo fraco de resistência, mas seu corpo não obedecia, então tentou convocar seus poderes, mas o chip em seu pescoço bloqueava qualquer faísca.
- Imóvel, 001 - ordenou - Você precisa aprender. Só assim vai obedecer de verdade
A chama azul tocou sua pele, primeiro o ombro esquerdo, depois o pulso. O cheiro de carne queimada invadiu o ar, e Chloe gritou, um som cru, primal, que ecoou pelas paredes de aço. A dor era insuportável, uma agulha ardente que perfurava cada nervo e bolhas se formaram instantaneamente, a pele se desfazendo em manchas vermelhas e pretas. Seu corpo tremia sem controle, os músculos convulsionando enquanto lágrimas escorriam pelo rosto
- Olha só, ela ainda grita! - Anthony riu, girando o maçarico como se fosse um brinquedo - Pensei que já tivesse aprendido a ficar quieta
- Dá mais um, Anthony - Dylan incentivou, os olhos brilhando com sadismo - Vamos ver se ela desmaia dessa vez
- Resposta emocional: adequada - o general disse do outro lado do vidro
- Intensificar então! - Anthony respondeu com um sorriso
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Destiny - 𝙳𝚞𝚜𝚝𝚒𝚗 𝙷𝚎𝚗𝚍𝚎𝚛𝚜𝚘𝚗
FanfictionApós a morte de seu pai, Chloe Harrington retorna para Hawkins, acreditando que finalmente poderá recomeçar e encontrar paz. Mas a tranquilidade que imaginava se desfaz rapidamente quando estranhos acontecimentos começam a surgir, e os antigos boato...
