4. Life Freak

1.1K 75 3
                                    

-O que se passa contigo ultimamente, Emma? – Pergunta-me Erika.

-Acho que é trabalho a mais! Vou fumar.

-Mas desde quando é que tu fumas? – Erika segura-me pelo braço.

-Desde que entrei nesta vida de merda! Neste lixo! – Grito e sai-o do edifício onde trabalho e vivo.

O oitavo não vem aqui á um mês, estou a ficar maluca. Sim, eu sou muito curiosa, eu quero saber quem ele é...

Tiro um cigarro do meu casaco, acendo-o.

O fumo sai da minha boca como a minha vida sai sempre para um mundo diferente. Eu não devia de estar aqui! Mas onde haveria de eu estar?

Não tenho família. Nem casa. O que tenho? Um bom corpo que é carregado por homens como se fosse um brinquedo, em que todos gostam de andar. O que faço com o dinheiro que ganho? Compro roupa das mais horrível que já vi!

Porque não sou normal, uma pessoa com um trabalho normal, uma família, uma casa, um marido, filhos...Porque não mereço essas coisas maravilhosas.

Escorrego pela parede do edifício sentando-me no chão com as mãos na cara e a chorar como uma criança.

Atiro o cigarro para o passeio.

Ouço passos.

-Menina, vai se vestir! Tenha vergonha! – Diz-me uma velha.

-Vá se foder! – Digo-lhe.

-Que mal-educada, como este mundo anda! – Ela resmunga.

-Não goze com as pessoas que só tem este trabalho para ganhar a vida! Você faria o mesmo se tivesse no meu lugar! Agora vá se foder! – Digo levantando-lhe o dedo do meio. A senhora sai a correr pela rua fora.

Vês és tao feia que assustas as pessoas com um simples dedo.

-Emma. Emma. – A Erika devia de andar á minha procura. Ela coloca a mão no meu ombro, ao qual, correspondo mal, tirando a sua mão de lá.

-O que se passa contigo? Só te quero ajudar, ok? – Diz sentando-se ao meu lado.

Sem pensar, agarro-me a ela. Ela envolve os seus braços em mim.

-Fazias-me isso muitas vezes quando tinhas pesadelos, abraçavas-me do jeito que o estás a fazer agora. Mas agora cresceste e já não te conheço, estás bastante diferente. Bem, agora tens vinte anos, mas isso não implica nada. Serás sempre a minha bebe. – Ela diz e abafa os seus soluços com as mãos, eu abafo os meus no seu ombro.

-Mereces um descanso! Vai para casa! – Ele incentiva.

-O-o problema é que a minha casa é neste lixo, e não me apetece ir para ai. – Admito.

-Então vai para um motel, lá poderás descansar longe deste monte de fodansos. – Sorrimos.


$Money$ |H.S.| PTOnde histórias criam vida. Descubra agora