30. Just you.

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       Parei ao chegar ao fim de uma rua, era escura, mas de algum jeito acolhedora para deitar a minha frustração, sofrimento para fora do meu corpo.
       Ouvi um carro, ele parou a minha frente.
       - Emma? - Uma voz conhecida que por momentos me fez lembrar de alguns momentos bons. Eu estava a tremer, desviei o olhar para a pessoa.
        - Emma, és mesmo tu? - Sai do carro e aproxima-se. Abaixa-se para ficar a minha altura.
         Olha-me intensamente e de uma maneira carinhosa e positiva.
         - Fala comigo, por favor! - Ele estava a colocar-me vulnerável, mais do que aquilo que eu nunca fui.
         Só me apetecia abraçá-lo, mas os meus gestos não eram bem sucedidos, eu não me movimentava e de algum modo estava sentir-me tonta.
          Quando me preparava para levantar, desequilibrei-me e cai nos seus braços fortes.
           - Emma, estás a sentir-te bem? - Questionou, mas naquele momento tudo apagou e eu fui levada pela escuridão do meu ser insignificante e fraco.

           Ela estava fraca, muito fraca, coberta de hematomas. Eu tenho de tratar dela.
           - E essa coisa vai ficar aqui? - Perguntou a Savannah.
           - Este coisa tem nome, sua...- Nem completei, empurrei-a e encostei-a a parede.
           - Harry!!
           - Tu não falas assim dela, ouviste?! - Ela estava a fazer-se de forte, mas eu sabia que ela estava com muito medo de mim, na verdade.
            Larguei-a e voltei ao meu foco, Emma. Ela estava fria, e suada.
            - Eu tenho de fazer alguma coisa! - Peguei nela e coloquei-a numa banheira com água quente, para ver se aquecia, limpei-a e vesti-lhe umas calças de pijama e uma camisola, ela estava tão sexy que...vocês sabem, não é?
             Deitei-a na cama e coloquei ao seu lado e abracei-a.
              - Bonzão, eu vou sair! - Ela grita do andar de baixo e eu faço um gesto obsceno com o meu dedo.
                 Tenho saudades deste corpo, deste cheiro, deste ser.
                 - Sabes eu posso ser rude, fodao, sem coração, sem vida, sem mente, frio como o gelo, mas eu sou um humano. Eu posso, consigo amar, sentir saudade, compreender, ser gentil, carinhoso. Porém, não demonstro o que sou, tenho medo de deixar de ser o     Harry rude que assume o poder, tenho medo de ficar sem ele. Mas contigo é diferente, porque somos muito iguais, eu consigo ser e sentir tudo ao mesmo tempo contigo, e sei que contigo acontece o mesmo.
                    Este era o momento em que dizia que amava, mas eu não sou capaz, porque esse sentimento é novo e não sei o que sinto por esta maravilha.
                     Eu talvez não tenha feito tudo para te-lá mas eu aprendo com os erros e este foi o pior que cometi, por vezes, sentia-me um criminoso por tirar algo bom é necessário na minha vida.
                    Não sei o que fazer, limitarei-me ao conforto e silencio.

                   Durante a noite acordei, olhei para o meu lado e fiquei em choque, onde estou?
                    Harry. A minha vida está perdida. Ele violou-me? Olhei para baixo de mim e estava tudo normal, menos os meus cabelos que estavam húmidos.
                     O que me fizeram?
                      Tentei me mexer, mas estava presa pelo momento. Eu estava petrificada nele, não só fisicamente, mas algo que estava a ligar as nossas mentes, o sentimento, emoção, saudade...
                      Contemplei e contornei com os meus olhos os seus lábios finos mas sensuais. Quero beija-los.
                      Acarinhei a sua face e depois depositei um pequeno beijo nos seus lábios.        Estava feliz por te-lo novamente.

$Money$ |H.S.| PTOnde histórias criam vida. Descubra agora