Capítulo 13

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Pv. Vick

Acordo na minha cama, no meu enorme apartamento. Vou ao meu closet, pego uma sapatinha azul e a coloco. Preciso sair daqui logo, pois sei que vai ser o primeiro lugar que o Rafa vai me procurar e no momento só quero ficar sozinha.
Longe de tudo.
E sim! Minhas roupas estão aqui. Minha cama tem um pouco de sangue devido ao corte na minha mão, procurei por uma faixa na caixa de medicamentos que tinha no banheiro, mais não achei, só achei um bandeide que eu coloquei para ver se pelo menos o sangue não voltasse a escorrer.

Sai do prédio. Ando sem rumo até encontrar um parque muito bonito por sinal, perfeito para fotografar, para ficar em paz.

Sento em um banco e fico olhando as crianças brincarem em gangorras e escorregadores. Penso no Júnior automaticamente, ele poderia estar aqui hoje, brincando e se divertindo, se não fosse o maldito acidente... Eu não queria, não foi minha culpa... Não foi de propósito.

Minhas lágrimas caiem, minha tristeza está estampada em meu rosto, eu queria esconder mas é impossível, ela me domina, ela toma conta de mim, eu não consigo evitar.

Avisto de longe uma mãe sentada com um bebê nos braços e um carrinho de bebê ao seu lado todo rosa, ela está feliz, seu sorriso é enorme ela balança feliz a criança... Um homem chega e a beija e ela sorri, pega a menina dos seus braços e a coloca no carinho, os dois já de pé vão para longe feliz... Um casal apaixonado.

Me pergunto se o meu bebê era um menino ou menina? Se teria os meus olhos? Meus cabelos? Minha personalidade? Iria se parecer comigo? Iria ser alto? Coisas das quais eu nunca saberei.
Coisas das quais me fazem chorar mais.

Não posso e não quero me apaixonar só me machucou, me destruiu! Me deixou o caco que sou hoje, me deixou com uma mancha preta na alma, e assassinatos nas costas.
Hoje sei que coloco a vida das pessoas que eu amo em perigo, por causa de uma droga de paixonite do passado Aquilo não pode ser taxado com uma história de amor! Não quando só um ama! Não quando só um luta pelo outro, não quando só um sofre... Aquilo deveria ser taxado como doença, mais para mim aquilo é amor!

Diego vem rapidamente a minha memória, seus atos, seus olhares, seu sorriso encantador, quando nos vimos pela primeira vez, nossas brigas sempre... Um suspiro me escapa.

Me pergunto, se com ele eu estaria segura? Se eu poderia contar a ele? Confiar? Se eu poderia me abrir a ele, se eu poderia dizer tudo, se ele me entenderia ou iria simplesmente me julgar também?

Não é óbvio?

Será mais um a me culpar, me julgar, nunca vai acreditar em mim, nunca vai entender. Nunca!

Por que quer tanto que ele acredite em você?

Eu não sei, só quero, só queria que alguém acreditasse em mim além dá minha família, porque a minha família tem uma certa obrigação e eu não queria que eles se sentissem obrigados a nada!

Diego é diferente, ele me arrepia só de me olhar, me faz me sentir bem, me faz sorrir, me faz querer ter ele ao meu lado, me sentir segura, me sentir protegida mas ao mesmo tempo me faz ter medo, e insegurança, medo de perder tudo em um piscar de olhos como da outra vez, medo de não ser nada disso... Ser apenas ilusão.

E ainda diz que não está apaixonada....
Eu não estou! Isto é apenas atração... Pura atração física!

Nós nunca nos beijamos e o meu coração já sai bela boca, imagina se isso acontecesse? Eu o desejo! Não posso negar, o desejo com todas as minhas forças, estas quais eu não sabia que as tinha.. Quero beija-lo, mais para simplesmente apagar isso de uma vez e seguir em frente, para provar para mim que não se passa de atração física.

Tinha que ser você?Onde histórias criam vida. Descubra agora