Capítulo 2

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Passei o dia inteiro pensando nisso, nem consegui fazer meu treino na academia direito, então resolvi fazer aquilo que com certeza me ajudaria: ligar para a Ana Lu.
- Ana! Sou eu Ju, S.O.S amiga preciso da tua ajuda
- Oi juu! Diz
- Lembra daquele menino, o Victor?
- Victor psicopata? Quem não conhece né?
- Preciso que tu me conte essa história dele mais detalhada, já que tu era amiga da menina
- Ok. Então, tudo começou quando ele se apaixonou pela Duda, tipo alucinou nela, tava em todo lugar que ela tava, e como ela era mais velha ele fazia de tudo pra impressionar ela e mostrar que era capaz de namorar uma menina "mais experiente".
-Como assim impressionar? - eu perguntei confusa
- Tipo, de todas as formas, ela mandava nele. Aí um dia a Duda cansou dele e deu um pé na bunda, e obviamente ele não gostou, mas continuou tentando se reaproximar, seguia ela de carro e tal...
- Até aí eu meio que sabia, mas o que aconteceu pra ela ir parar no manicômio?
- Pois é amiga, eu também não sei, ela nunca voltou de lá pra me falar.
- Que louco!

Se eu achava que ligar pra Ana ia me ajudar, eu estava muito enganada, só fez com que eu ficasse mais intrigada em relação aquele par de olhos caramelo, e que olhos hein... Afastei esse pensamento da minha cabeça e tentei, juro que tentei fazer a tarefa da Bárbara, professora de português, mas cai no sono antes de acabar a 2° questão.

As três primeiras aulas passaram como um flash, nem vi as horas passando, só percebi quando a Má me chamou pra comprar o lanche dela e depois ir ver os gatos jogando bola. Típico programa da Má mesmo.
Compramos um suco e um chá, depois sentamos na arquibancada e dividimos o fone, escutando a voz linda do Shawn Mendes de fundo. Percebi que ela não parava de encarar o goleiro, não pude ver muito bem, por que para variar, deixei meus óculos na sala de aula.
- Má, você tem que parar de ser tão tarada, sério!
- O que é bonito é pra ser observado
Nos duas rimos da nossa forma escrota de rir. Até que de repente só vejo uma bola voando em minha direção e em seguida, sinto o gelado do meu suco na minha camisa.
- Puta que pariu!
- Você ta bem? - escuto uma voz rouca e desconhecida
Olho um pouco pra cima e dou de cara com um tanquinho, se é que podemos chamar assim, já que estava mais para uma máquina de lavar completissima. Victor. De novo.
- Na verdade não! Não olha para onde joga a bola não? Olha pra minha blusa - gritei um pouco mais estérica do que o normal
- Me desculpa de verdade, não foi minha intenção.
- Imagina se tivesse sido!
Sinto uma cotovelada e percebo que foi a Má com sua mensagem subliminar de "Cala a boca Juliana".
- Desculpa, é que eu fiquei estressada, não foi sua culpa - eu falei tentando amenizar a minha grosseria
- Claro que foi culpa minha, mas a minha farda tá na minha sala
- Não vou usar sua blusa? E o que você vai vestir?
Olhei bem "discretamente" para aqueles músculos descobertos e já pensei na quantidade de infartos que ele sairia causando caso saísse descoberto pelo colégio.
- Eu fecho o meu casaco e fica tudo certo, e eu não aceito um não como resposta.
- Tudo bem
Subimos de elevador. Eu, dentro de um elevador fechado com um garoto seminu não iria dar certo, e ele não parava de me encarar.
- Belo sutiã- ele falou com aquele sorriso de fdp
Eu devo ter ficado pelo menos da cor de um tomate ao perceber que, a blusa antes branca do colégio estava meio amarela e transparente pelo suco, super grudada no meu corpo, mostrando meu sutiã e minha barriga completamente.

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