Oi gente! Ao começo de cada capítulo, colocarei uma sugestão de música para vocês ouvirem enquanto leem ok?
Dedico este capítulo, pelo menos parte dele, à uma grande amiga minha em que me inspirei para criar a personagem Má, fiel leitora da história e conselheira de horas de dúvida. Te amo <3
Beijos, espero que gostem do capítulo!
Sugestão musical: God must have spent a little more time on you - Boyce Avenue
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Me despedi rapidamente do Victor e saí da escola direto para a academia andando mesmo, já que era pertinho. Eu precisava pensar um pouco fora daquela atmosfera de colégio, com as pessoas me observando e esperando alguma coisa de mim, e nada melhor que pensar enquanto queimava tudo aquilo que comi desde a última vez que tinha posto os pés em uma esteira, o que fazia muito tempo.
Eu estava sentindo o que pelo Di? Mesmo depois de tudo que ele me falou, será que eu sempre gostei dele de um jeito diferente e nunca percebi? E o Victor? Como do nada ele deixou de me dar arrepios de medo, para dar arrepios de outro gênero?
Meus fones que exalavam a música mais agressiva da minha playlist, foram violentamente arrancados pela pessoa que eu mais precisava nesse momento, a Má.
- O que aconteceu com você? Você ta correndo nessa esteira como se corresse para matar alguém! – A Má ligou o aparelho ao meu lado
- Tá mais para alguéns, tipo o time de futebol inteiro! – Falei bufando de raiva
- Ahhh... você ficou sabendo? O Di nos contou sobre os xingamentos e insinuações sobre você miga.
- Eu fiquei sabendo um pouco depois pelo Victor...
- Tadinho do gato poxa, mas saiu com uns arranhões de leve perto dos caras que ele bateu, que tiveram que ir para o hospital.
- Hospital? Isso é sério?
- Muito! Mas me diz uma coisa, com essa história toda de peça de sentimentos e tal, acabei aprendendo umas coisas...
Olhei para ela encorajando-a a continuar.
- Essa carinha sua aí pode até aparentar ser de raiva, mas eu te conheço muito bem Ju, sei que tem uma tristeza aí dentro. Pode falar!
Não sei por que ainda me impressiono com a Má, desde muito tempo ela sabe cada coisa que passa pela minha cabeça, e muitas vezes, com seu jeito doido, é a única que pode me ajudar.
- Eu não sei o que eu to fazendo Má! Quando o Di tá por perto e vem com aquele jeito protetor e ao mesmo tempo sexy, faz com que eu queira ele só pra mim. Apesar dele não se lembrar, eu lembro. Tudo o que ele disse, cada palavra que ele soltou na minha cara sem dó no dia do acidente e depois no hospital, quando a gente se beijou. As vezes eu só tenho vontade de dizer tudo isso pra ele e tentar, mas e se ele realmente falou tudo da boca para fora apenas num momento "protetor" dele?
- Você gosta dele, Ju? De verdade?
- É aí que começam os problemas, o Victor também mexe, e muito, comigo. Ele faz essas loucuras dele, a gente se beija, conversa, briga e eu não faço ideia de em que ponto nos encontramos no quesito relacionamento. Tem hora que ele age como se fôssemos namorados, todo protetor comigo, e tem momentos em que tenho vontade de bater nele! – Nesse ponto de desespero eu já estava com a cabeça apoiada no ombro da Má, as duas sentadas na esteira desligada.
- Você é Juliana Ferreira, a menina mais bem resolvida que eu já conheci na minha vida. Você é linda, simpática, tem um sorriso lindo e esse corpo de arrasar com apenas 15 anos! Vai ter que se acostumar com os homens se arrastando aos seus pés monamour! Não deixe que nenhum time de futebol diga o que você é ou deixa de ser, as pessoas que realmente importam, sabem quem você é de verdade e não acreditam nessas coisas que estão falando – Ela disse e me abraçou dando um beijo na minha cabeça.
-Para você descobrir o que fazer, deve primeiro provar dos dois né? – Ela continuou meio brincando meio falando sério.
- Eu te amo sabia? – Apertei ainda mais nosso abraço
- Sabia, agora levanta essa bunda daí e volta a treinar, se não retiro tudo que disse sobre seu corpo! – Ela riu e deu um tapinha na minha bunda.
Continuamos nosso treino e voltamos para a minha casa juntas, afinal tínhamos uma festa na qual precisávamos nos arrumar.
Coloquei uma roupa que a Má escolheu para mim: um short jeans e uma blusinha simples, afinal era apenas uma festinha na casa do Bruno, já a Má optou por um cropped da Adidas e uma calça preta.
Depois de avisarmos a todas as outras 3 meninas que estávamos saindo, para que todas nós chegássemos juntas e ninguém ficasse deslocada, entramos no táxi e indicamos o caminho ao taxista. As exatas 22:00 chegamos a casa onde aconteceria a festa e já escutávamos o barulho da música alta e o cheiro de bebida alcoólica, descemos do táxi e fomos até o quintal onde todo mundo estava.
A primeira pessoa que avistei foi o Di, e fui até ele enquanto a Má ia pegar nossas bebidas.
- Você está linda – Ele disse e pude perceber que ele não estava nem um pouco sóbrio, o que não era muito comum para o meu melhor amigo. Primeiro aquele piercing, depois bebida, daqui a pouco eu o encontraria em uma gangue, fumando.
- E você está bêbado – Disse depois de abraçá-lo.
- Como foi o jogo? – Falei tentando amenizar o silêncio que se instalou.
- Foi o máximo! A gente esmagou aqueles idiotas! – Exclamou orgulhoso enquanto cumprimentava alguns meninos que passavam por nós.
A Má acabou trazendo bebidas para todas as meninas que agora se juntavam à ela.
- Toma a sua, a gente vai conhecer os amigos do seu artilheiro aí – A Má disse aparentando já sinais de álcool.
- Suas amigas são loucas, Ju! – Ele disse rindo e de repente ficou sério.
- Quer dançar? – Ele perguntou aproximando sua boca do meu ouvido.
- Vou no banheiro rapidinho, quando eu voltar danço quantas músicas você quiser. – Dei um beijo em sua bochecha e saí.
O banheiro ficava um pouco afastado de onde a maioria das pessoas estava concentrada, fui andando naquele escuro até a porta da casa e perguntei à uma menina de aparência simpática onde ficava o banheiro e ela me indicou o corredor que estava bem mais escuro do que o lugar onde eu me encontrava naquele instante.
"Para de ser cagona Juliana", pensei para mim mesma e segui corredor a dentro.
Ao me aproximar da porta do banheiro, que estava sendo usado, senti uma mão em cada lado do meu quadril e me virando disse:
- Você não consegue esperar né Die...- Percebi com a pouca claridade que vinha da sala que estava antes, que não era o Di, nem ninguém que eu conhecesse.
- Me desculpa achei que era meu amigo! – Falei tentando me desvencilhar daquele brutamontes.
- Não tem problema gata, a gente pode virar amigo agora – Dito isso ele me empurrou na parede e enfiou suas mãos imundas dentro da minha blusa, tentou me beijar, mas eu não dei passagem e segurava cada lado do meu quadril com força na parede.
- Você tá me machucando! Socorro! – Tentei gritar o mais alto que pude, mas ninguém parecia ouvir.
Aquilo tudo só piorava a cada segundo, ele puxava meu cabelo e tentava alcançar meu pescoço, sem tirar aquelas patas de perto de mim. Meu rosto já estava coberto pelas minhas lágrimas enquanto eu implorava para ele parar quando outras mãos tiraram aquele verme de cima de mim e ele foi instantaneamente atirado contra a parede oposta e quando reconheci aquele cabelo e o piercing soube que era o Di esmurrando-o com uma expressão de ódio.

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Stalker
Fiksi RemajaEssa é a história de uma garota normal, com uma vida normal, amigos normais e um melhor amigo completamente normal onde acontecerá algumas coisas que a fará perceber que toda vida pode se tornar um filme, ou um bestseller basta você fazer de si mes...