Capítulo 13

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Sugestão de música: Last Kiss - Taylor Swift ( também amo o cover do boyce avenue <3 )

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Forcei meus pés a se mexerem para segurar o Diego e impedir que ele fosse preso por homicídio.

- Di, para! Você vai matar ele assim! – Tentei puxá-lo, mas ele era obviamente bem mais forte que eu.

- Di, por favor! Não quero que você seja preso por minha causa! – Implorei já sentindo as lágrimas ameaçando cair.

Finalmente, algumas pessoas que estavam assistindo a cena me ajudaram a afastar meu melhor amigo de longe do homem, e eu consegui abraçá-lo. Ignoramos o monstro que me assediou jogado no chão, enquanto seu nariz, claramente quebrado, escorria sangue como uma mangueira.

- Eu vou tirar você daqui agora Juju – O Di falou enquanto me abraçava de forma protetora e me conduzia para fora daquela casa.

Entramos no táxi e fomos o caminho até a casa dele em um completo e assustador silêncio. Pela cara que ele estava, eu tinha medo de que a qualquer momento ele pulasse do carro e voltasse para terminar de matar o homem.

Continuamos sem falar nada até o momento em que eu sentei na cama do quarto do Di e ele se agachou para que ficasse de frente para mim.

- Eu não sei o que eu faria se alguma coisa tivesse acontecido com você Ju... – Finalmente quebrou o silêncio e deitou sua cabeça em meu colo.

- Quando ele me tocou...- Tive que parar, pois a cena daquele imbecil encostando em mim voltou em minha cabeça – Achei que era você e por isso virei... e..eu não devia ter virado, não devia ter ido no banheiro sozinha naquele escuro Di...- Continuei em meio aos soluços

- Porra Juliana! A culpa não é sua! Eu não faço ideia do que te dizer agora para fazer você se sentir melhor, mas minha vontade mesmo era de acabar com a raça daquele idiota agorinha...- Percebi sua alteração na voz e uma súbita coragem proveniente da quantidade de álcool.

- Não Di, você ser preso não ajudaria em nada! Eu só quero ficar aqui, quietinha.

- Tudo bem...- Ele se acalmou, beijou meu cabelo e começou a levantar.

- Di...- Segurei seu braço – Deita comigo?

- Uhum – Ele murmurou e sua expressão pareceu mais serena que nunca, como se ele só estivesse esperando que eu pedisse.

Ficamos abraçados e apertados naquela pequena cama de solteiro por um bom tempo, enquanto ele fazia carinho no meu cabelo e sussurrava que tudo ia ficar bem, até que ele se apoiou no cotovelo e começou a falar.

- Eu estou bêbado e provavelmente vou me arrepender disso quando recobrar a consciência, mas eu preciso tentar... – Olhou para mim como se esperasse uma aprovação para continuar – Naquele dia na sua casa eu fui horrível. Sim, eu me lembro agora. A verdade não tem nada a ver com o Victor, e sim comigo e com você. Nunca tinha me sentido tão ameaçado a te perder como no dia que te vi beijando outro cara, aquilo me destruiu por dentro e eu pensei que nunca mais teria a chance de ter falar como me sinto, mas eu não tinha o direito de te cobrar nada, nem de jogar tudo daquela forma agressiva, como eu fiz.

- Di... Ta tudo bem, já passou. – Tentei confortá-lo

- Não, na verdade não está não, Ju. Não posso te obrigar a fazer nada, nem quero, mas desde o primeiro dia em que te vi com aquele seu grupo de amigas, deitada no colo de uma delas nem ligando para o fato de que estávamos em uma aula e dando uma das suas risadas gostosas, eu soube que queria te ver sorrir mais vezes. Só Deus sabe como eu me empenharia, a partir daquele dia, para ser o motivo de muito mais sorrisos seus.

Fiquei sem palavras, ninguém tinha chegado perto de me falar uma coisa tão linda dessas outra vez na minha vida e pude sentir por cada expressão em seu rosto, que era tudo muito sincero e de coração.

- De umas semanas para cá, desde o acidente eu não consigo deixar de pensar sobre o dia em que te beijei na UTI. Você não se lembra, pois foi um pouco depois de acordar do coma e eu não queria te induzir a nada, afinal poderia ser que você só estivesse muito grog. – Dei uma pausa para tentar interpretar a expressão dele – Mas, depois do que você disse agora, não tinha como esconder mais. Eu senti alguma coisa diferente Di, não sei exatamente o quê, só não foi um momento muito de amizade...

- Quer dizer que você também sente algo? – Uma chama de esperança acendeu em seus olhos.

- Sinto.

Tudo pareceu certo naquele momento, eu não tinha como estar mais segura sobre alguém do que sobre meu melhor amigo, ele sempre me fez bem e por que não transformar em algo mais?

Ele delicadamente beijou meu queixo, bochecha, testa, até finalmente beijar meus lábios. Nunca tinha beijado alguém daquele jeito, despertou um sentimento de proteção, fez com que eu me sentisse em casa.

Aos poucos as coisas foram esquentando, o Di tirou a camisa e começou a brincar com a bainha da minha blusa, mas eu o interrompi.

- Di...quero ir com calma, tudo bem? – Falei ainda recuperando o fôlego.

- Nunca te forçaria a nada, você sabe né? Não tenho pressa. Você está aqui nos meus braços e isso é tudo que importa agora. – Ele disse sorrindo e beijou a ponta do meu nariz.

Tomamos um susto quando meu celular começou a tocar.

-Alô? – Atendi

- Você é louca Juliana? Deixou todas nós preocupadas e nervosas! Nem para avisar que ia pra casa do Di? Depois de toda aquela confusão com aquele pervertido! – Tive que afastar o celular do ouvido para que os gritos da Gê não prejudicassem meus ouvidos.

- Me desculpa! Eu esqueci completamente de ligar depois de todo aquele pesadelo! – Me expliquei.

- Tudo bem... só te perdoo por causa do trauma que você passou. Acho bom você avisar para sua mãe que você não dormirá em casa, né? – A minha amiga extremamente responsável me aconselhou.

- Vou ligar para ela quando desligar com você, ok? Leva uma farda sua para eu usar amanhã no colégio? – Pedi me lembrando que tinha aula na manhã seguinte e que não tinha roupas além da que estava usando.

- Levo sim! Boa noite amiga! Fica bem, ok? Se precisar de mais alguma coisa, nós quatro estamos aqui!

- Obrigada de verdade, sei que estão! Beijo!

- Beijo! – Escutei aquelas doidas gritando do outro lado da linha e instantaneamente sorri.

Depois de relatar cada momento terrível da noite para a minha mãe e avisar que dormiria na casa do Di, ele me emprestou uma blusa para que pudesse usar.

Entrei no chuveiro desejando que a água levasse todas as lembranças ruins da noite de hoje e deixasse apenas aquelas que me faziam feliz e decidida sobre meus sentimentos.

P.O.V Di

Fiquei deitado de barriga para cima na minha cama repassando os acontecimentos inusitados da noite, ainda não tinha caído a ficha de que a Ju tinha me dado uma chance e que ela sentia algo a mais do que só amizade por mim. Minha felicidade diminuiu um pouco quando o celular da Ju tocou e no visor o nome Victor estava estampado.

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