A única??

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Passamos boa parte da noite assim, e estava incrível, até a mãe dele abrir a porta do nada quando estavamos numa situação ligeiramente constrangedora. Não é que estivessemos fazendo nada demais, mas acredito que até eu se entrasse em um quarto e estivesse uma menina em cima de um menino numa cama, pensaria bobagens. Dei um pulo para o outro lado da cama e Felipe começou a gargalhar de mim.

- Oi Chris- Ela falou um pouco surpresa.
- Oi tia- Respondi morrendo de vergonha.
- Venham tomar café garotos- ela disse, sorriu e saiu.
- MDS, eu queria muito que caisse um meteoro aqui agora- Dei um tapa nele - Para de rir idiota, foi horrível. Acho que não vou conseguir passar pela sala, vou pular sua janela para sair daqui.
- Podia ter sido pior.
- Como??
- Meu pai podia estar junto- Ele falou e riu mais ainda.
- Depois dessa eu já vou- Sentei na cama.
- Porque??
- Por causa disso, obvio, queria ver se fosse ao contrário. Tirando que tá tarde.
- Bora pelo menos comer alguma coisa.

Olhei para ele incrédula.

- Você deve estar maluco, se acha que vou sentar naquela mesa de frente para os seus pais e ficar agindo normalmente.
- Imaginei que não, mas ia ser muito engraçado.

Revirei os olhos, levantei, peguei meu casaco e sai dalí, ele veio logo depois. Fui andando cada vez mais devagar quando fui me aproximando da cozinha.
Quando chegamos os pais dele, estavam rindo, e por um segundo imaginei que fosse de mim.

- Oi Chris- Disse o pai dele- Vai se juntar a nós??
- Obrigada tio, mas é que eu não tinha percebido o quanto está tarde, as meninas já devem estar preocupadas.
- Aquelas duas desligadas, duvido muito- Ele disse sorrindo, e eu quis enfiar minha cabeça num buraco.
- Mesmo assim- Disse.
- Porque você está com vergonha??- Tia Rita disse me abraçando.
- Não é vergonha, é só pressa mesmo.
- Eu te conheço quase tanto quanto a minha própria filha, e relaxa, primeiro isso só oficializou o fato de você já ser da familía e segundo, bem...
- A gente meio que ja sabia que vocês iam acabar juntos- O pai dele disse rindo e deixando Felipe com uma cara de: Como assim??

Incrível como consigo fugir de um covil de bandidos que querem atirar em mim, mas não consigo fugir da cozinha de tia Rita que quer me entopir de comida, por falta de opções acabei jantando lá mesmo, e não foi tão ruim quanto achei que seria.
Cheguei em casa tarde, tomei um banho e ajudei Lucy a lavar os pratos. Estava tudo bem quieto por aqui, o que é ligeiramente estranho, mas tudo bem. Li um livro e fui dormir, pensando mais em minha propria vida do que na dos personagens. Até que estava tudo legal, de vez em quando acontecia algo louco, mas no geral tava bem, no dia seguinte tinha o tal encontro com o cara do FBI, não sei exatamente para quê é, mas não vou deixar virarem tudo de cabeça para baixo. Vou ouvir, dizer não e só. Não é que eu seja egoísta, mas não preciso ser um daqueles heróis que tentam se meter em todas as injustiças do mundo. Até porque já li HQS, vi filmes e desenhos suficientes para saber que eles sempre se dão mal, perdem todo mundo e esse tipo de coisa. E não é esse o meu plano.

Acordei, tomei banho e fui para o colegio. A manhã foi extremamente chata. Aulas cansativas e teve a parte em que Carla e o namoradinho terminaram pelo simples fato de ele ser um idiota. Tinierz ficou quieto, mas sei o que ele estava pensando e concordo, precisavamos dar um jeito nisso. Voltei para casa, almoçei com as meninas, lavei os pratos, fiz minhas atividades, me arrumei e fiquei parada, esperando dar a hora de ir. Pq essas coisas macabras sempre tem que ser a noite?? Porque não marcaram umas três horas ao invez de seis.
Peguei carona com Lucy até o lugar. Era um lugar qualquer, bem comum, parecia uma papelaria, sei lá. Bati na porta, e quando o detetive scofield abriu, dei sinal para que Lucy fosse embora. Ele continuava com sua aparencia normal (FT DO CAPÍTULO), e não dava para imaginar como ele conseguia se transformar tanto quando fazia trabalhos disfarçados.

-Bem na hora, ótimo- ele disse abrindo passagem para que eu entrasse.
-Não é que isso realmente é uma papelaria- disse um pouco surpresa ao ver o interior- esperava uma central de comando, um galpão, ou sei lá, não uma papelaria comum.
-A vida real não é tão glamurosa quanto a dos filmes okay. Além do mais isso é de um amigo. Nós não queremos usar um local do FBI porque não queremos registro, não se pode confiar nas pessoas nesse ramo.
- Para começar: Nós quem??
- Uma pequena equipe, eu, meu superior, que vc provavelmente nem conhecerá, dois agentes treinados e confiaveis e mais três pessoas como você.

Nesse momento eu morri e voltei, me apoiei no balcão e o olhei confusa. Não soube o que fazer, nem o que dizer. Outros como eu?? Por sorte ele não esperou que tudo se assimilasse na minha mente, o que demoraria e continuou falando.

-Só que precisamos de mais, precisamos de você, ninguém que temos controla mentes e essa ameaça... aquele assassino da tv, os caras que pegaram seu pai, eles não são nada, são a base da cadeia. Precisamos de vocês para ir direto ao topo. Um ataque e todo o resto se desfaz.
- Eu ainda não sei direito. Você viu perdi o controle fácil. Meu plano era que os bandidos continuassem vendo miragens até eu ja ter saido de lá.
- Você pode não estar pronta, mas ainda é a mais preparada para algo. Não estou dizendo que o ataque vai ser amanhã. Precisamos treinar, trabalhar, que vocês assumam controle sobre seus poderes, precisamos ser um time, confiar um no outro- ele falava sem parar para respirar, cm se estivesse obsecado, cm se fosse o trabalho da sua vida.
- Sinceramente, eu vim para dizer não, mas atacar, acabar com tudo isso, de cima para baixo, é tentador demais- pensei um pouco, pode até ser perigoso, mas, não posso dizer não, é o que sempre quis, fazer a diferença e conhecer os outros, dane-se- Eu topo. Mas eu quero a delegada Tris.
- Sabia que toparia, isso é ótimo. Mas quanto a delegada Eaton, isso não vai ser possivel.
- Mas você acabou de dizer que não se deve confiar nas pessoas nesse ramo, nela eu confio. Não foi uma sugestão, não há ngm melhor para me treinar. Ela foi mandada de volta quando meu pai assumiu, mas sei que você pode dar um jeito, sem ela, eu não entro. Quando decidir me avisa- falei e fui sair dalí, não imagino que tenha mtt mais a ser dito.
- Se é uma condição, não há nada a ser decidido. Que venham as duas então. Esteja aqui, sabado, duas hrs da tarde.

Sai com os pensamentos a mil. Como as coisas podem mudar tão rapido. Num instante sou a unica, no outro vou ver com o FBI como posso deter um serial killer e acabo em uma equipe com mais três como eu.
Isso vai ser no mínimo... interessante

Bulletproof GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora