Coisa séria

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Depois de terminar a temporada, não consegui dormir, fiquei deitada na cama, olhando para a escuridão, para o teto, Felipe me telefona e conversamos até umas 3 da manhã, parece que a casa pegou fogo, Nat chegou gritando com ele sobre roubar a amiga dela, os pais dele ficaram do "nosso lado", mas não deu para discutir mtt, ela se trancou no quarto.
Chato isso de estar em um lado diferente do dela, deve ser a primeira vez.
As cinco e meia levanto faço um suco para mim, café para Lucy. Esperei meia hr e acordei ela, cansei de ficar sozinha. Levantou fazendo careta, com olhos vermelhos e cabelos despenteados.

- Você tá bem??
- São seis horas da manhã, o q vc queria??- Esqueci do seu mal humor matinal- Pra quê essa cara, heim??- falou ainda sonolenta
- É a unica que eu tenho.
- Chata, quis dizer que não precisa ficar preocupada, rlx, essas coisas se resolvem.
- Não dá, to com um pressentimento terrível, como se minha vida estivesse prestes a virar de cabeça para baixo.
- Tudo isso pq Nat tá fazendo confusão??- ela falou enquanto sentamos e tomamos café.
- Nem é, quer dizer, acho que n. Sei que ela tá fazendo tempestade em copo d'água. Moramos juntas, não tem cm se livrar de mim. É algo a mais, pior. Acho que só estou com medo.
- Primeiro, o que Nat ta fazendo tá mais para dilúvio em tampinha de xarope e segundo medo do quê??
- Não sei realmente. Só estou com medo e não consigo me livrar dessa sensação.

Passamos o resto do café em silencio. Ela deve estar tentando entender. Duvido que  consiga, nem eu estou conseguindo.
Terminamos, nos arrumamos e fomos para o colégio. Entramos juntas na sala, q por chegarmos tão cedo estava estremamente quieta. Nat chegou, e Felipe veio até a porta e me chamou, olhei para ele tentando dizer que não era uma boa ideia. Mas como não saiu fui até lá.

- Ela vai ficar chateada de te ver aque comigo.
- Ela já tá, um pouco mais, um pouco menos, n faz diferença. E quem sabe assim- me deu um selinho -Ela se acostuma mais rápido, melhor do que continuar se escondendo mesmo ela sabendo de tudo, n faz sentido.

Nessa hr Carla chegou, quando passou por trás dele ficou fazendo cara de ownn, e falando que sou mtt vida loka. Ri e quando ele olhou para trás, ela disfaçou, acenou e entrou na sala. Me despedi dele e entrei na sala logo que o sinal tocou. Nat tava de um lado, Lucy de outro com Carla e Tini. Sentei atrás de Nat e ela ignorou.

- Vai para nossa casa hj???
- Infelizmente não dá para viver no quarto de hospedes da casa dos pais para sempre.
- Esse é o único motivo de você querer voltar??

O prof entrou, com uma cara pessima, o que é estranho, já que ele é do tipo que está sempre de bom humor.

- Gente, desculpa o atraso. E Christie Conan Doyle, sua mãe a espera na sala do sr. Wilde.

Pq minha mãe está aqui, me esperando e na sala do diretor, ele não é do tipo que cvs com os pais, sempre tão fechado e durão. Sentia que era esse momento que me deu esse pressentimento ruim o dia todo. Me levantei e tinha mtt gente olhando para mim, principalmente Lucy que sabia como eu estava. Fui andando até a porta devagar tentando ler o pensamento do professor, não consegui mtt bem, só pegava palavras, do tipo, coitada, merecer e pai. Não fazia sentido.

- Chris, você deveria ir mais rápido, ela está um pouco aguniada.

Obedeci e assim que sai da sala de aula corri pelo corredores, louca para saber o que havia, coisa boa não era, eu nunca ia a sala do diretor, em todo o tempo que estudei aqui, desde a quinta série, fui no máximo umas 3 vezes. Quando cheguei na porta, respirei fundo e girei a maçaneta.
Minha mãe estava chorando sentada na poltona em frente ao diretor, e vi uma expressão nele nunca vista antes, quase pareceu compaixão.

- Mãe??- Ela virou para mim, enxugou um pouco o rosto, algo inutil, já que as lágrimas continuavam escorrendo.
- Oi meu anjo, senta aqui.
- Vou me retirar, e mandar a secretária trazer um chá a vocês, qualquer coisa estarei na sala de orientação educacional, com licensa- Disse o sr. Wilde enquanto saia da sala.

Sentei na poltrona ao lado da minha mãe e já estava desesperada só por ve-la assim.

- O que foi??
- É o seu pai, ele estava em serviço ontem e algo aconteceu- Ela não conseguia segurar o choro e meu coração já estava batendo em compassos de heavy metal- Parece que eles foram pegos numa armadilha, por algo bem mais perigoso do que esperavam.
- Papai morreu??- Começei a chorar tanto quanto ela, não tinha solução p isso, não poderia fazer nada, estava impotente, destruida e meu pai morto.
- Sinceramente eu não sei, querida. Tio John, parceiro do seu pai e mais três policiais morreram, mas não encontraram ele. Vamos ter esperança, okay.

Isso era o qur ela dizia, mas n precisava ler a mente dela para saber que só queria tornar as coisas menos piores, ela própria não tinha esperança.

- Quem está procurando ele??
- Acreditam que isso é de um grupo muito grande, perigoso e internacional, o que eles encontraram era só mais uma base. Não está ao alcançe da policia daqui. Eles- ela começou a soluçar sem conseguir terminar a frase.
- Eles sentem muito- terminei e ela concordou.

Talvez ela não tivesse esperança, ainda não. Mas eu ia dar a ela. Se não estava ao alcançe da policia. Quem sabe esteja a de uma civil com poderes e muita raiva. Ele estava desaparecido, não morto. Tinha jeito. Eu não estava impotente, posso fazer algo, e vou.

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