Controle

76 5 0
                                    

Cheguei em casa e tomei um banho demorado, ainda estava com os nervos a flor da pele.
Contei para as meninas o que houve e ignorei completamente meu celular (coisa mtt rara de se ver).
Minha cabeça estava doendo e não estava nem um pouco afim de ouvir os treinadores, falar com meus pais, saber de carla e tini e mtt menos mentir p Lipe. Então joguei o celular no silencioso em um gaveta do criado mudo. E me deitei, sério, a gente quase se ferrou muito hoje. Minha vida teria mudado completamente se os agentes tivessem nos pego. O que aconteceria??
Depois de umas horas assim, tive um pesadelo terrivel onde eu era presa, meu cerebro analisado, eu ficasse isolada do mundo.
Acordei sem ar e chorei pela primeira vez em um longo tempo. Chorei pelo que podia ter acontecido, pelo que está acontecendo e pela minha vida de mentira. As meninas viram, sabem que quando estou triste gosto de ficar sozinha, mas como sempre não ligaram para isso, deitaram cada uma de um lado e ficaram fazendo carinho no meu cabelo e murmurando coisas que não ouvi.
Acho que elas não entenderam aquilo, afinal, nem eu entendi, mas acho que as vezes a gente precisa estravazar.
Depois de um tempo, levantei, tomei outro banho, dessa vez gelado para me deixar o mais desperta possível. E sai sem um destino exato.
10 min depois estava em frente a um bar. Entrei e sentei em uma mesa. Não pedi nada, só observei as pessoas.
Tinha um cara sozinho em uma mesa com vários copos vazios na mesa, e bebendo outro a gargalos. Entrei na mente dele. Ele queria parar de beber, só estava sem forças para isso, mas se não fizesse a mulher o largaria. Me concentrei e o dei forças, coloquei em seu subconciente que ele pararia, podia fazer isso. Na hora ele chamou o garçom e pediu a conta, o garçom protestou, disse q por ser bom cliente teria uma por conta da casa, mas ele disse que ia entrar no AA, pagou e saiu feliz.
Tinha um cara olhando uma garota lendo em um ponto de onibus do outro lado da rua. Ele a amava, eram ex colegas, e ele nunca gostou de outra garota e sempre ia alí para vê-la.
Tentei lê-la apesar da distância. Teve seu coração partido a dois meses, foi traída, e não queria mais ninguém, não confiava quem ninguém fosse gostar dela de verdade.
A fiz lembrar de um ex colega por quem ela foi apaixonada, mas que nunca se falaram. E o fiz ter coragem de ir até ela. O resto eles resolveram sozinhos.
Tinha um médico que não sabia como resolver o problema de um de seus pacientes e era orgulhoso demais para pedir ajuda de seus colegas de trabalho. O fiz lembrar que a vida de um inocente era mais importante que sua reputação de independente. E ele fez ligações.
Isso estava o máximo, e pensar que a maioria dos problemas das pessoas, estão só em suas cabeças.
Para tentar controlar a coletividade, fiz todos que tinha condições para isso, levantarem e pegarem uma boa gorgeta para oferecerem a o outro garçom, que andava fazendo turnos pesados demais para qualquer um para dar uma bicicleta de natal ao filho. Eu fiz mais de 30 pessoas levantarem na mesma hora.
O garçom foi pegando quase chorando. Ele poderia ter uma folga merecida e até sobraria dinheiro.
Sai dalí contente e corri até a papelaria.

- Alguém aí??- Disse entrando na passagem.
- O-oi - Tris saiu de uma das salas toda despentiada e com a blusa uns três botões abaixo do aceitável- O que você tá fazendo aqui??
- Queria muito contar uma coisa- Disse rindo da cara de envergonhada dela, nunca achei que a veria assim, ouvi o som de alguem esbarrando em algo dentro da sala- Quem tá aí??- Perguntei curiosa.
- Não é da sua conta- ela disse arrumando a roupa e o cabelo- Vamos tomar um café.

Enquanto ela falava já indo em direção a porta, o Capitão Steve saiu da sala sonolento. MDS, kkkkk.

- Oi treinador- Falei rindo, ele me encarou ainda acordando, e meu Deus a cara de "e agora??" foi hilaria- Boa noite!

Ele me cumprimentou e Tris me puxou para subirmos até a papelaria de novo.

- Parabéns pelo ataque a central, agora tchau, depois a gente conversa.
- Pensei que se odiassem??
- Eu odeio.
- Ele amoleceu seu coração??- Ela fez uma cara de ódio, o que só me fez rir mais- Não quero ir embora, quero mostrar uma coisa.

Falei e desviei dela indo para a passagem de novo e desci, ele veio atrás, quando estavamos lá,o capitão andou até a gente desconfiado.

- Okay, deixando esse assunto de lado rapidinho, eu vim para dizer que: EU- fiz Tris levitar- TENHO- Agora o capitão- CONTROLE- Levitei a mim mesma, pela primeira vez.

Ainda no ar, brinquei com eles, com a maior facilidade do mundo. Os troquei de lugar, passei o capitão pela janela de uma das salas e o troxe de volta.

- Incrível Christie, estou muito orgulhoso- Ele sorriu para mim.
- Eu também, mas me coloca no chão, por favor.- Tris disse devagar.
-Não vai me dizer que tem medo de altura- O capitão pirraçou e ela fuzilou ele com os olhos.

Nos coloquei no chão, falei um pouco com eles e voltei para casa. Tomei meu terceiro banho do dia, e completamente diferente de quem eu era a horas atrás, fiquei relaxada e passei a noite curtindo com minhas melhores amigas.

Bulletproof GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora