Capítulo 3 -A madrasta

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Rainha Victória andava entre os corredores do castelo, enquanto seus longos cabelos castanho claro, lisos, caiam até abaixo de seus peitos e seu olhar faiscante verde instigava a todos. Os lábios entreabertos e a postura de superioridade davam o ar da graça no corpo da rainha, que era conhecida por todos como a madrasta de Megan White. Victória nunca gostou, nem do ex-marido do qual tratou de matar, até a enteada patética. Foi criada por um casal do reino White, que vivia mais afastado do reino, mas sempre que via o rei, percebia que ele se achava melhor que os outros. Sua segunda vítima. Um ar psicopata inflingia sua mente, e ela nunca negou isso. O que ela faz? Ela mata todos os integrantes da família White. Desde a querida esposa do rei, a Rainha Raiane, da qual todos chamavam de Rain, por ser igual um raio, linda, impactante, letal e assustadora para alguns. A Rainha Rain foi sua primeira vítima, todos acreditavam que fosse apenas uma doença que levou a querida esposa do rei, mas não. Victória cuidou de tudo, desde adentrar no castelo como uma simples criada, atraindo a atenção do rei, até chamar Érica, a sua amiga Bruxa de total confiança, para fazer uma poção que fizesse o corpo da rainha virar pó aos poucos, e era a mesma poção que pretendia usar na princesinha petulante. Sua segunda vítima foi o rei, que após um acordo com o grupo rebelde, o matou envenenado, e quem assumiu a culpa foram eles. Sua próxima vítima? Megan White. A maldita última White viva. Os primeiros White, Rei Londer e Rainha Cassandra, a mãe de Victoria tratou de por um fim, igualmente a seus filhos, Holder e Fatma, e os filhos dos filhos Julie, John e Anastásia, e seguindo o legado, os próximos foram George e Rain. Agora seria Megan, a querida por todos, e futura rainha de White. Mas como a mesma, havia dito, nem tudo é como todos pensam.
Andando com passos leves pelo piso de madeira, o "toc toc" dos calçados da mulher, ecoava pelo local, e sempre que passava, pelo menos um guarda olhava na sua direção, ou melhor, em direção ao seu busto e em seguida a seus glúteos.
Ele bufava irritada, mas ignorava.
Não gostava de ser apenas um símbolo de beleza, mesmo lutando para isso, queria ser mais que isso.
Queria ser a rainha mais bela e sabia que White já havia visto.
Mas para isso, Megan terá que morrer.
Assim que saí do castelo, os dois guardas que estavam na porta bateram as lanças no chão, e sairam marchando junto de Victória, em direção a carruagem, onde o motorista estava postado com o chapéu semelhante a de um mágico. Entrando com a ajuda de um guarda na carruagem, o motorista já sabia para onde ir, por isso apenas apertou as rédeas e disparou junto dos cavalos, enquanto Victória encarava o mundo pela pequena janela da carruagem.

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Assim que chegaram a velha casa de lago, Victória saiu da carruagem com a ajuda do motorista, e pedindo-o que ficasse ali, adentrou na casa.
Assim como previu, Érica estava sentada em sua cadeira de balanço, observando as chamas.
A garota de pele clara e cabelos lisos e negros, com olhos mel que reluziam as chamas, parecia obsescada em observar aquilo, de um modo maluco de se ver.
-Érica?-perguntou Victória, se aproximando apreensiva.
A mulher se virou rapidamente, assustando Victória que deu um passo para trás.
-Me chame de Lane. Érica me lembra meu passado. E eu não gosto de meu passado.
Sua voz era sombria, e Victória sentiu-se vacilar, antes de dar outro passo, e dizer:
-Certo, me desculpe.
-Tudo bem. As pessoas vivem cometendo erros. Minha existência foi um deles.
A mulher pelo jeito não falava nada com nada, mas Victória suspirou, antes de ir a frente da mulher, reunindo a coragem que não tinha.
-Mais uma White?-advinhou Lane, e quando Victória confirmou com um movimento rápido de cabeça, a mulher prosseguiu:-Eu já previa. Tive um sonho. Megan White. Pois bem, próximo a mesa de jantar, tem uma caixa, semelhante a uma de calçados. Leve-a, e não pergunte nada.
Victória engoliu em seco, indo até a caixa, onde buscou, e se despediu de Lane com um breve asseno, mas não foi correpondida.

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A volta para casa foi rápida, mas no percurso, Victória encarava a maçã avermelhada, e sorriu. Não sabia ao certo quando iria usa-la, muito menos para que a mesma servia, mas como todos os outros presentes de Lane, a resposta vinha no momento certo.

Snow Black  [·Completo·]Onde histórias criam vida. Descubra agora