Dark Blood #wattys2016

Cap. 15: O Beijo

Olá queridos leitores. Já regressei das férias. Tal como prometido, aqui vai mais um capítulo. Obrigado por estarem a ler isto. Muito obrigado mesmo. Beijos, Lu.

Tentei abrir os olhos mas a luz era forte. Fechei-os novamente e tentei abri-los mais uma vez. A fome tinha passado mas a dor de cabeça era forte. Senti o som de uma cadeira arrastar, dos pássaros que cantavam, num comboio que passava e de tudo o que me rodeava. Senti o cheiro a sangue e de repente deu-me uma vontade súbita de beber daquele sangue. Aquele sangue hipnotizava-me como o cheiro de um frango assado hipnotiza um cão esfomeado. Fechei os olhos novamente e fiquei com eles assim até me conseguir controlar. Senti uma mão quente e suave colocar-se no meu rosto e alisar a pele. Abri os olhos novamente e via tudo enevoado. Pisquei-os duas vezes seguidas e o nevoeiro desapareceu. Vi Edward sentado ao meu lado. Tinha os olhos vermelhos, molhados e enchados. Percebi que tinha estado a chorar.

Quando percebeu que eu já estava acordada, aproximou-se de mim e pegou na minha mão. Parecia triste e preocupado mas não percebi a razão. Olhei pela janela e vi que já era noite. Eu tinha perdido a consciência durante a manhã e já era noite. Procurei levantar-me enquanto mantinha a mão que não estava segura por Edward na minha cabeça. Ele perguntou:

-Estás bem?

-Sim.- respondi eu.- O que se passou?

-Perdeste a consciência.

-Quantas horas estive a dormir?

-3...

Eu sorri e disse:

-Se bem me lembro eu perdi a consciência de manhã... já é noite...não podem ter passado apenas três horas...-ele olhou para o chão. Parecia preocupado. Percebi que não estava a falar em três horas.- Não são três horas pois não?

-Três dias...

Senti um sabor estranho na minha boca. Algo não estava bem: eu ouvia melhor, tinha melhor olfacto...em suma: todos os meus sentidos estavam mais apurados. Olhei para o caçador que se tinha sentado na cama a meu lado. Estávamos virados um para o outro. Eu perguntei:

-Como voltei?

Ele largou-me a mão e olhou para o chão... Olhei para o seu braço direito e vi um adesivo a cobrir o seu pulso. Eu percebi que já não tinha fome. De repente, já sabia a resposta para a minha volta... Levantei-me da cama e gritei:

-Não pode ser. Tu não eras capaz...

Ele levantou-se e aproximou-se de mim. Segurou meus braços e disse:

-Lamento, tu estavas a morrer...

Libertei dos seus braços e gritei:

-E se morresse? Era menos um vampiro que tinhas que matar. Tu prometeste que não me darias do teu sangue, tu prometeste. Tu não só me mentiste como me atraiçoaste. Como foste capaz?

-Não podia ver-te morrer e ficar de braços cruzados...

-Já mataste muitos vampiros...a mim bastava deixares-me morrer, qual a dificuldade? Porque não o fizeste?

-Não o fiz por isto.- disse Edward correndo até mim e colando os seus lábios aos meus.

Sabia que ele me estava a beijar e que isso era errado mas não consegui evitar responder ao beijo. Mas rapidamente cai em mim e me afastei dele.

-Isto não pode acontecer...- disse eu.

-Porquê?- disse ele aproximando-se novamente e colocando sua mão em minha cara.-Eu amo-te.

Afastei-me novamente e disse:

-Isto não pode acontecer.

-Porque não?- disse ele.

-Porque eu sou um vampiro e tu um caçador. Tu matas pessoas como eu.

-Já disse que tu és diferente.

Eu olhei para ele e gritei, apesar de não ser essa a minha intenção:

-Sim, eu sou diferente. Eu sou diferente porque me apaixonei pelo meu predador. Fui burra a esse ponto. Tu disseste que me ajudavas na vingança e cada um seguia o seu caminho. Não pode nem vai haver nada entre nós.

Mal disse estas palavras, corri de cabana para fora. Só parei junto de um rio e bem longe de Edward. Fiquei ali a pensar na confusão em que me havia metido até ser noite.

Já era noite e uma brisa levantou-se. Senti um cheiro estranho: vampiros. Corri de novo até à cabana e entrei nela. Vi um tacho de água entornado no chão, um pano com sangue em cima da bancada e uma faca com sangue caída no chão. Sai de cabana e procurei por Edward mas não o vi. Apenas vi uma fogueira apagada. Temi o pior é fui até ao bosque na tentativa de encontrar o meu caçador... quer dizer, o caçador.

Olá meus queridos. Já está, mais um capítulo concluído. De seguida publicarei outro para compensar o tempo que estive sem publicar devido ao facto de estar de férias. Assim sendo, até já. Beijos, Lu.