Cap. 6: A Transformação

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Acordei num sítio escuro. Por algum motivo, que eu desconhecia, todas as janelas estavam tapadas. Para ver melhor onde me encontrava, fui até às janelas e destapei uma. Senti uma dor terrível: como se estivesse a arder. A minha pele começou a ficar vermelha. Dei um grito e cai no chão. John rapidamente entrou na sala e tapou as janelas. Depois gritou:

-Estás louca?

Simplesmente não consegui responder. O meu corpo doia-me todo e não me conseguia mexer. John, com uma cara triste, pegou em mim e colocou-me em cima da cama. Acabei por perder a consciência.

Quando acordei de novo, John estava ao meu lado. A minha pele estava curada e o corpo já não me doia.

-Estás bem?- perguntou John.

-Não!- gritei eu levantando-me da cama.-Deixa-me sair daqui...

Fui até à porta que se encontrava fechada...

-Abre a porta. Deixa-me sair.- gritei.

John agarrou-me pelos braços e tentou acalmar-me. Eu comecei a chorar e a dar-lhe murros no peito enquanto exclamava:

-O que me fizeste!? Deixa-me sair!?

Farta de lhe dar murros, parei e apenas continuei a chorar.

-Teve de ser...- disse John.

-O que fizeste?-perguntei eu.

-Transformei-te... num vampiro.

-Para de gozar comigo! Dizem E a verdade.

John, cabisbaixo, afastou-se de mim e disse:

-Essa é a verdade. É por esse motivo que o sol te queimou...E foi por isso que recuperaste tão depressa...

Fiquei em choque. Depois corri até John e dei-lhe uma estalada.

-A culpa disto é tua!- gritei eu.

John agarrou-me os braços e atirou-me para cima da cama.

Abriu a porta e saiu, fechando-a de seguida. Passado algum tempo, voltou e trazia às costas uma rapariga. Colocou-a no chão. Consegui ver-lhe a cara e, em lágrimas, gritei:

-Jennifer!? O que lhe fizeste? Também a transformaste?

-Não...Ela não é nem vai ser vampira. Ela é o teu alimento. Tens de te alimentar senão vais morrer à fome.- disse John.

-Prefiro morrer a matar a Jennifer.

-Mesmo que não queiras, o teu corpo vai necessitar do sangue... vais acabar pelo beber.

John saiu e regressou no dia seguinte. Quando entrou na sala, eu estava sentada ao canto da sala a olhar para Jennifer e a tentar controlar o meu desejo pelo sangue. John dirigiu-se a Jennifer e depois virou-se para mim e disse:

-Ainda não bebeste? Se não beberes vais morrer!

-Antes morta que matar a Jennifer.- disse eu.

-Pronto, já chega. Tentei que tu bebesses sozinha... mas não tenho escolha.

John cortou o pulso de Jennifer. O sangue atraiu-me tanto como o cheiro do frango assado atrai um vagabundo faminto. Não pude resistir e...bebi do sangue de Jennifer.

Perdida da quantidade de sangue que tinha bebido, caí em mim e afastei-me imediatamente de Jennifer. Olhei para John que sorria... Fiquei ali a olhar para Jennifer e a pensar se a tinha matado. Aproximei-me dela e coloquei a minha mão no pescoço dela para verificar se tinha pulsação. Consegui sentir a pulsação dela. Gritei:

-Ela ainda está viva.

John levantou-se da cadeira onde se encontrava e pegou em Jennifer. Depois, à minha frente, pegou na faca e cravou-lha no coração. Depois, simplesmente deixou cair o corpo dela como se fosse lixo. Susurrei:

-Mataste-a...mataste-a.

De repente não conseguia respirar. Senti uma dor forte no peito e caí no chão. John cortou uma vez mais o pulso dele e deu-me a beber o sangue dele. Eu, uma vez mais, adormeci...No entanto, a dor permanecia.

Dark Blood #wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora