Assuntos Inacabados - Capitulo XII

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O clima estava ficando mais do que pesado. Todos sabiam o que o Henry tinha feito. Todos sabiam que o Gabriel surtaria. Henry fez ele acreditar eu estava morto por mais de cinco meses e agora Gabriel o vê, frente a frente. É claro que ninguém seria louco o bastante para entrar no meio de uma briga entre os dois mais poderosos conjuradores eu existe, teoricamente. Um, todos sabiam que era da luz, o outro, bem, o outro pelas suas variações de cores, ainda estava indefinido a natureza de seus poderes. Mas aquele velho ditado sempre vem a calhar, que "em briga de marido e mulher, ninguém deve meter a colher", por mais que os dois não sejam marido e mulher, mas é como se fossem.

— Gabriel. – Falou Henry – Eu esperava que esse encontro fosse demorar um pouco mais.

Gabriel não falou nada, apenas ficou olhando para ele, fixamente nos olhos dele. Gabriel estava imóvel, enquanto Henry penetrava o mais fundo possível naquele escarlate novo que os olhos de Gabriel tinham adquiridos.

— O que você pensou que estava fazendo? – Perguntou Gabriel finalmente.

— O mesmo que você estava tentando fazer a quase um ano atrás. – Respondeu Henry.

Gabriel caminhou ao redor de Henry, como se quisesse analisá-lo de alguma forma.

— Durante toda a viagem até aqui, era isso que eu realmente imaginava que você diria. Que fez o mesmo que eu fiz. Só que tem uma diferença.

— Eu menti e você não. – Falou Henry.

— Bravo. – Falou Gabriel parando novamente na frente dele. – Pelo menos você assume que mentiu, e creio eu que outros tenham mentido para mim também.

— Sim. Mas tudo isso foi ideia minha. Ele não queria, na verdade, eles não queriam mentir para você. – Falou Henry – Mas os fiz prometer que não contariam nada para você.

— Nomes. – Falou Gabriel – Eu quero nomes.

— Mike e Ryan. – Falou Henry – Mas eles não vêm ao caso, eles não têm culpa. Sua briga agora é comigo.

— Como vocês puderam fazer isso comigo? – Falou Gabriel virando-se para os dois.

Mike se assustou no momento, e foi então que nesse exato instante, a magia de Henry que fez com que os dois esquecessem do que fez, foi desfeita e eles lembraram de cada momento, cada palavra do dia que colocaram esse plano em ação.

— Ele falou que seria melhor assim. Que você estaria protegido temporariamente. – Falou Mike – Eu até agora não lembrava disso, tudo veio de uma vez agora.

— Eu ajudei eles no dia do sepultamento. Fui com o Mike até o cemitério para retirar ele da sepultura, mas de algum jeito ele tinha conseguido sair antes que a farsa se tornasse real. Assim como o Mike eu não me lembrava de nada desse dia, eu pensava que tinha passado o resto do dia chorando na cama pela morte do meu irmão. Eu mal tinha acabado de ganhá-lo e já estava perdendo-o. – falou Ryan.

— Eles não têm culpa, eu os induzi a fazer isso e depois ocultei essas lembranças da memória deles. – Falou Henry.

Todos os demais olhavam atentamente, cada palavra, cada passo, cada expressão de raiva no rosto de Gabriel. Ele estava se sentindo traído, estava se sentindo enganado. Ele passou meses em luto por causa do que o Henry fez. Ele acreditava que estava sozinho no mundo, sem o garoto que o salvou, sem o garoto que fez ele conhecer o que era o amor.

— Realmente, a culpa é toda sua. – Falou Gabriel com um sorriso estranho no rosto.

Gabriel acertou Henry no rosto com um soco que fez Henry cair no chão. Imediatamente sangue escorreu pelo canto da boca de Henry que olhou para Gabriel com o rosto de dor. Foi então que algo estranho aconteceu. Os olhos de Henry foram tomados por um tom escuro que poucos segundos depois se tornou um violeta. Os olhos azuis dele agora estavam violeta. Uma cor desconhecida por boa parte das pessoas do mundo conjurador.

OS CONJURADORES - O FIM DA MALDIÇÃO - LIVRO 3Onde histórias criam vida. Descubra agora