I Wouldn't Mind.

Capítulo 27 - Novo integrante da família.

[Kian's P.O.V]

Para uma pessoa tão pequena, era engraçado como Nathalie conseguia ocupar praticamente toda a cama de casal em seu quarto. Sentei na poltrona que havia no canto do quarto tomando café. Nathalie dormia tão calmamente e por alguns minutos, era como se o pesadelo que havíamos passado, simplesmente não ocorrera. Ri baixinho de uma lembrança que tinha da menina.

'Era uma sexta-feria a noite eu tinha convencido Nathalie a assistir um daqueles filmes de romance bobos (como ela falava) comigo, até deixei ela escolher. Ela escolheu 'O Melhor de Mim'.

Na metade do filme, Nathalie bufou e disse que estava morrendo de fome. Ela se levantou e foi emburrada até a cozinha. Fiquei observando a menina preparar seu jantar sem que ela percebesse. Nath pegou uma carne moída que Jc fizera noite passada, colocou dentro do pão e esquentou no microondas. Ela cantarolava Little Things baixinho enquanto colocava coca-cola no copo.

Quando eu percebi que a menina estava voltando, corri de volta para a cama e fingi que usava o celular. Ela voltou feliz com a gororoba que havia feito e voltou para o filme. Eu já havia parado de tentar prestar atenção no filme e fiquei observando Nathalie.

O pão havia ficado mole por causa da carne, mas a menor ainda comia como se fosse a coisa mais deliciosa do mundo. Uma coisa que pouca gente sabe sobre Nathalie é que mesmo ela falando como os filmes românticos são uma baboseira, ela os ama. Ela ama como o destino brinca em todos os filmes.

Se você perguntar, ela vai negar. Vai balançar a cabeça, bater o pé e dizer que não, dizer que odeia e que é tudo bobagem. Mas no final, vai estar em casa assistindo Diário de um Paixão pela centésima vez e chorando.

E além disso, Nathalie fala baixinho com os personagens do filme. Sim, ela fala com os personagens do filme. Ela briga, discute e repete 'não' mil vezes quando algum dos personagens vai fazer algo que ela não gosta. Sempre que assisto o jogo, eu grito com os jogadores que erram passes e Nathalie sempre rir de mim, e ela não percebe quando fica brigando baixinho quando a mocinha beija o rapaz mesmo sendo casada. Ela sabe muito bem que ela pertence a ele, mas o fato dela estar traindo o idiota do marido dela, faz Nath querer entrar no filme e brigar com a mulher. Mas no final, ela sorri com os olhos cheios de lágrima e tenta esconder de mim.

Eu passei tanto tempo observando a menina que perdi o final do filme e só percebi que havia acabado quando vi a menina enxugar disfarçadamente as lágrimas. Tirei o filme e puxei Nathalie para um abraço. Beijei a ponta do seu nariz e depois sua boca.
-O que foi isso? - A menina perguntou sorrindo.
-Eu amo você.'

Sai das minhas lembranças quando vi Nath se mexendo na cama.
-A quanto tempo você está me olhando dormir? - A menina comentou com a voz rouca e os olhos ainda fechados.
-Hm, uns quinze minutos... - Tomei um gole do café que já estava frio.
-Bizarro. - A menina disse se despreguiçando.
-Você fica fofa dormindo. - Nathalie se levantou da cama devagar com o cobertor nas costas e caminhou até mim. O cobertor arrastava quase inteiro no chão e a menina andava de olhos fechados quase caindo. Ela veio até mim e deitou em meu peito. Coloquei a caneca no chão e abracei a menina. Nathalie ainda tinha os olhinhos brigando entre ficarem abertos ou fechados. Acho que o fechado estava ganhando.

Ela sorria e se aconchegava mais em meu peito agarrando minha camisa e quase ronronando. Eu estava quase soltando arco-íris pela boca de tanta figura.

Escuto a campainha tocar e peço para a menina sair para que eu possa ir atender, já que as meninas haviam saído. Sem reclamar, a menina voltou para a cama se perdendo no meio dos edredons.

Deixei a caneca na pia da cozinha e fui andando até a porta enquanto tentava não cair por estar colocando a camisa enquanto ando. Não consegui conter minha cara de surpresa quando vi quem estava ali. Lia sorria envergonhada quase com um olhar de perdão ou sei lá.
-Kian. - A menina disse sem conseguir olhar para mim. - É verdade? - Entendi o que a menina queria dizer sem pensar duas vezes.
Abri espaço para a menina entrar e fechei a porta. Ela sentou no sofá e cruzou as pernas, respirei fundo e sentei ao seu lado.