I Wouldn't Mind.

Capítulo 6 - Eu iria voltar

[Nathalie's P.O.V]

-Despertador, cala a boca. - Grunhi com a cabeça ainda enfiada no travesseiro. - Não ta na hora não, xiiiiiu. - Ultimo dia de Vidcon. Ultimo dia de amigos. Ultimo dia de California. Ultimo dia do melhor fim de semana da minha vida. O despertador continuou tocando e tocando e tocando, o que é um pouco estranho, porque nessa altura minha mãe já teria desligado pois odeia o barulho que ele faz. Como já não aguentava mais aquele som, levantei morrendo de ódio por sair da minha cama quentinha, e desliguei o celular que, é claro, que estava do outro lado do quarto.

Só percebi que minha mãe não estava quando fui entrar no banheiro e tinha um bilhete pregado na porta. 'Levantei cedo e tentei te acordar mas você quase me deu um tapa. Estou tomando café. Find me. - Mamãe.'

Depois de fazer toda a higiene matinal, fiquei uns 10 minutos para tentar achar uma roupa boa dentro da 'caverna' que estava minha mala. Finalmente, achei minha calça preta rasgada e uma camisa do Yin Yang. Coloquei meu vans laranja e fiquei um tempo me olhando no espelho. Desde que eu consegui conversar com Kian sobre tudo, eu me pego pensando sobre parar de ter vergonha e sair um dia sem casaco, mas ainda não me sinto confiante o bastante para aguentar os olhares curiosos e até alguns maldosos. Resolvi que hoje não seria o dia, então coloquei um casaco branco leve por cima. Peguei meu fiel óculos e desci para tomar café.

Assim que piso no salão, minha mãe estava na mesa rodeada de um monte de Youtubers rindo e agindo como se conhecessem a anos. Esse pessoal tem uma facilidade para fazer as pessoas gostarem deles. Andei devagar tentando entender o que estava acontecendo ali.

-Finalmente, Nathalie! - 8 horas da manhã e Lia sempre com aquela disposição. - Achei que não acordaria mais hoje. Por que você não disse que sua mãe era tão legal? - Porque ela é minha, e eu não divido. Brincadeira, sempre soube que qualquer pessoa gostaria da minha mãe, pelo simples fato dela ser a melhor pessoa de todas. Quando você a olha, diz que ela é só mais uma adolescente que esta viajando com a irmã, e sempre quando escutam eu chama-la de 'mãe' ficam me olhando do mesmo jeito que me olham quando eu digo ter 17 anos.

-Er... Oi. - Me pergunto porque não posso ser mais como minha mãe. Ela fala com todo mundo, faz todos rirem e não tem essa timidez monstra.

-Filha, vem cá. Finalmente você acordou, baby. - Todos riram com o apelido. Ela apontou para que eu senta-se ao seu lado. - Por que você não me disse que esse tal de Kian é tão gatinho? Ta pegando? - Ela sussurrou no meu ouvido. Mãe, pegando, serio? Eu só balancei a cabeça em negação com uma cara de 'serio, mãe? Serio?' e ela começou a rir da minha bochecha vermelha.

Algum tempo depois, Chris e mais alguns organizadores do evento vieram nos chamar e separar cada um pra cada entrevista. Dessa vez fiquei com Jc e iriamos fazer desafios com os fãs. Também era fácil falar com Jc, até porque tinhamos muito em comum. Ele adorava viajar e conhecer lugares, assim como eu. E tinhamos um sonho em comum, que era pegar uma van daquelas de hippie e fazer uma 'road trip' com um monte de amigos.

Começaram com desafios fáceis, como um que Jc e eu escolhíamos alguém da platéia e essa pessoa tinha que vestir a gente com fantasias, o que vestisse mais rápido, ganhava. Ou quem ficava mais tempo pulando de um pé só - Claro que eu não aguentei nem 1 minuto. Até que chegaram os mais difícieis. Tentaram fazer a gente brigar em uma piscina de bolinha que acabou com Jc jogado e brincando com as bolinhas igual uma criança. Ninguém diria que ele tem 22 anos. Ou um que mandava a gente ficar girando depois tentar pregar um dardo na foto. Nesse, eu tive que me segurar muito para não cair, nem vomitar

Foi a tarde com coisas desse tipo. Sai com vários roxos de tanto me jogar no chão em uma brincadeira de pular corda - Sim, me machuquei pulando corda. Jc quase perdeu um sapato depois de pular e ele sair do seu pé caindo nas fãs e ninguém queria devolver.