Querido Destino

Capítulo 1

Bom, nunca fui de acreditar em almas gêmeas, pessoas que foram feitas exatamente para outras se completando, mais algo me fez entender que isso sim pode existir... Sou uma pessoa muito romântica, acredito no amor e na bondade onde outras pessoas não conseguem enxergar e em mudanças pessoais para o bem. Você pode até achar que isso é bom, mais acredite, não é, mais não é mesmo. Isso me torna vulnerável, alvo fácil pra quem quer brincar com os outros aproveitando da genuinidade.

Meu nome é Rebecca e vou te contar a minha história.. sou paulista, meus pais me tiveram muito novos, então se separaram como a maioria de casais novos quando concebem um filho muito cedo fazem, sou do tipo que já não teve mesmo muita sorte porque de pai biológico mesmo, só tive o nome no registro, minha mãe veio para Minas e me criou sozinha, até conhecer meu padastro com quem se casou e concebeu minha irmã, meu pai (padastro) sempre foi um exemplo de homem pra mim, porque ele não machucava nunca quem estava próximo dele, me criou como filha me deu amor e todo o necessário para viver como um verdadeiro pai deve criar seu filho, se eu disser pai sempre vou estar me referindo a ele, nunca ao biológico. Meu pai quando se casou já tinha outra filha também. Assim nos tornamos três meninas, três filhas.

Tenho dezessete anos, e vivi o suficiente pra provar que ninguém nunca morre de amor, só Jesus claro ! Mais digo, um homem por uma mulher ou uma mulher por um homem.

Não sou do tipo que tem uma beleza extraordinária, sou simples, gosto de vestes simples, um cabelo comum liso nem cacheado (que vai até a cintura) negros, pele morena, olhos negros, me dizem que lembro uma índia, talvez porque nunca viram uma índia de perto, mudariam de idéia.

Estudei em várias escolas ao longo da minha vida, somando mais ou menos umas sete! Nunca conheci alguém que tivesse mudado de escola como eu. Todas elas me marcaram de certo modo, ou por pessoas, ou pela estrutura. Aprendi muito em cada uma, não só com matérias e professores, mais com a vida também. Se for pra dizer qual marcou, talvez tenha sido a primeira, onde iniciamos nossas vidas, quando começamos a formar o caráter, jeitos, manias. Lembro de alguns coleguinhas, dos meus primeiros pontos, que foram na testa próximo ao olho esquerdo, de como eu amava ver os passarinhos que lá eram criados, de um menininho da sala ao lado que era mais velho meio loirinho não sabia o nome dele mais eu o observava, do lanchinho que minha mãe preparava, minha amiga Júlia que havia sido queimada no corpo e fazia várias cirurgias, ela levava leite condensado no lanche e eu achava o máximo, meu primeiro galo na testa, as moedinhas que minha mãe juntava pra pagar a escolinha. Várias lembranças, nem sempre boas, mais sim, construtivas apesar de pouca idade.

Oque mais me levava a trocar de escola era as surras que eu levava, nunca soube me proteger, agora estou no terceiro ano e espero não ter que mudar mais, meu último ano, e até agora ninguém quis me bater, então tudo bem. Só devo esclarecer que eu não apanhei por provocar, simplesmente apanhava por estar quieta, juro! Estranho mais é a verdade mais transparente.

Não sou de ter muitos amigos, acredito que quantos menos, melhor. Porque é menos pessoas para te machucarem, pra te decepcionarem, estou ótima assim. Minha melhor amiga Letícia, tem minha idade e somos da mesma sala, confio nela de olhos fechados, ela só tem um defeito que mais me irrita, a língua afiada, para fofocar e dar mal resposta. Mais eu aprendi lidar.