Me arrependi profundamente

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Desculpem a demora!!!
Mas espero que gostem e infelizmente estamos chegando no fim, aproveitem...

Narrador

O delegado Michael tentava relaxar enquanto dirigia e escutava sua música favorita no rádio.
Ele estava a caminho da penitenciária masculina, onde precisava entrevistar o Sr. Collin e fazer de tudo para que nada desse errado.
Era perfeitamente minucioso em seu trabalho.
.....
Eram quase duas da tarde quando trouxeram finalmente o Sr. Collin da sua cela.
Apesar de estar acompanhado de dois guardas, foi alertado para ficar armado já que o Sr.Collin já havia arrumado confusão dentro da cadeia.
Esperou que ele se sentasse e quando este o fez, começou a interrogação.
- Sr.Collin... O Senhor tem me tirado muitas noites de sono.
-Achei que fosse feiura natural, mas, pelo visto, deve ser sono... Ou até mesmo os dois.-Disse-lhe ácido.
O delegado apenas riu da sua resposta.
-Quero que me ajude e se ajude Sr. Collin, quanto mais rápido me disser a verdade, mais rápido acabaremos com isso.
-Está bem. Para começar, eu sou inocente.
-Nunca disse que era culpado e, por favor, apenas responda as perguntas.
-Eu nunca vi inocente preso.
-Eu também nunca vi um pai renegar o próprio filho.
Ele então ficou calado.
-Senhor Collin, porque tanto medo de Andrew?
-Não é medo. É ódio.
-E porque o ódio? Ele nunca lhe fez nada.
-Acho que você não sabe o que é viver com um psicótico.
-Não, porque não me conta? Soube que você conviveu com um a vida inteira.
O Sr. Collin ficou calado e o delegado apenas observou a avalanche de sentimentos ruins que as memórias levaram ao homem.
-Sr. Collin....
-Eu não quero falar nisso.
-É preciso. Eu posso ajudá-lo porém, isso só depende do senhor.
O sr. Collin parecia pensativo quanto a isso.
-Meu pai era psicótico. Me batia e maltratava minha mãe, que, apesar de tudo, ainda ficava com ele. Quando tinha seus surtos, era aterrorizante.
-Continue...
-Ele, uma vez, foi me buscar na escola. Do nada, ele começou a ouvir vozes e eu fui chamado de filho do maluco o resto da minha adolescência.
"Eu odeio ele.
E odeia a vaca da minha mãe, por amar tanto ele. "
E então, aquele homem de ferro, derramou sua primeira lágrima; que deu entrada para várias as outras.
Foi aí que o delegado entendeu, era a velha história da mãe dar mais atenção ao marido do que aos filhos.
Os filhos mais sentimentais se tornavam seres bem assustadores nessas situações.
O Sr. Collin então respirou fundo e terminou de falar:
-Ela dizia a todo mundo que nós vivíamos bem com a doença dele. Mas, não era verdade.
"Não fui ao enterro dele e muito menos no do dela. Quando Andrew nasceu, eu juro que tentei amá-lo, mas os dois são tão parecidos. Porém, dessa vez eu tinha que controlar a situação, um psicótico não me controlaria novamente."
-Sentiu medo...
-Não... Não mais.
-E por que maltratou tanto sua mulher?
-Porque ela o amava mais do que a mim, igual a minha mãe. Ela Chorava por ele e me contrariava para denfendê-lo. EU DEVERIA SER MAIS IMPORTANTE. - respondeu-lhe aos berros.
- Infelizmente, Sr. Collin, eu tenho que terminar com o interrogatório. Nos vemos no tribunal.
O Sr. Collin parecia não ouvi-lo mais, estava inerte e foi praticamente carregado até a sua cela.
....
O delegado estava em um Starbuck perto de sua casa trabalhando no caso. Cada vez que anotava algo, ele ia juntando os pontos e as coisas iam ficando mais claras em sua cabeça.
"Max Collin possui um certo trauma em relação ao seu pai. Uma espécie de remorsos pela falta de amor materno e por conta disso, procurou este amor em sua esposa, que não supriu sua necessidade, o que o levou a violência. O filho, com a mesma doença do avô, é renegado e passa a ser violento com todos. ( Caractéristica que parece ser de família - ser violento)"
Andrew se apaixona por uma jovem e, como seu pai, tende a suprir o amor que tinha por sua avó com ela, forçando-a viver com ele."

O delegado sentia que ainda faltavam pequenos detalhes que fariam a diferença. Por exemplo, aonde Andrew poderia estar a esta altura com a jovem Catarine. E, o fascínio que ele tinha por ela era um mistério.
Coçou a cabeça e bebericou um pouco mais de café, até que seu telefone tocou.
Haviam encontrado Andrew na Inglaterra e, como ele era responsável pelo caso, precisava urgentemente ir encontrá-los. A casa estava cercada e a polícia esperando suas ordens para a invasão.
Ele então autorizou a entrada, mas pediu que deixassem os dois jovens vivos.
....
Andrew

Eu não sabia o que fazer. Porém, carreguei Catarine até a cozinha, aonde tinhamos vista para a rua mas, não podíamos ser vistos.
Pedi para mim mesmo que mante-se a calma. Olhei para a minha amada e ela estava em posição fetal, chorando freneticamente. Aquilo por algum motivo me deu ódio. Eles estavam assustando-a e, porque ainda não haviam invadido?
Catarine então se levantou e manifestando-se.
-Andrew, vamos nos render, por favor. Não piore as coisas, pelo amor de Deus, não dê uma de psicótico agora!
-Você quer se ver longe de mim? É isso?
E com um olhar de superioridade ela me respondeu:
-Sim. Será que você ainda não se deu conta de que eu TE ODEIO!
Aquilo me machucou.
Foi aí que comecei a ouvir uma voz. Depois passaram a ser duas vozes, quatro vozes, até que pareciam infinitas vozes na minha cabeça.
Me agachei com as mãos no ouvido para me proteger, em vão.
Meu instinto foi gritar, e foi isso que fiz.
Comecei a gritar e pedir para que parassem.
Enquanto isso, Catarine gritava comigo. Algo que parecia uma ordem.
"Deixa de ser maluco!"; "Eu te odeio por isso!"
Enquanto dizia essas coisas, ela chorava.
Minha cabeça já estava a mil quando fiz algo de que me arrependi profundamente.

Ciúme psicóticoOnde histórias criam vida. Descubra agora