Fantasma

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Andrew

Enquanto terminava de me arrumar, pensei em como seria minha futura vida.
Eu e Catarine juntos, talvez depois de um tempo, teríamos uma ou duas crianças, a quantidade que ela quisesse. Eu só queria ser feliz ao seu lado.
Terminei tudo que havia para fazer, peguei um óculos escuros e um capuz, e fui em direção da minha amada.
Depois de se escorar por muitos muros e se esconder em lojas, fugindo da polícia, consegui chegar a casa de Catarine.
Primeiro observei o movimento, que diga-se de passagem, era muito. Haviam crianças correndo pelo quintal e através da janela da casa pude enchergar mais pessoas ainda. Entretanto, nenhum sinal da polícia.
Isso era bom.
Fui caminhando em direção a janela do quarto dela e quando uma das crianças parecia que ia me ver, me agachava e me escondia em meio aos arbustos.
Quando finalmente alcancei a árvore, que tanto me ajudou neste meio tempo, escalei-a. Com cuidado, abri a janela do seu quarto.
Quando enfim entrei, não havia ninguém. Isto não tinha importância, apenas precisava achá-la.
Fui em seu quarda-roupa e peguei algumas roupas para ela e as pûs na bolsa.
Depois abri, discretamente, a porta, olhando para ver se vinha alguém. O que não era o caso.
Saí e fui caminhando pelo corredor, até que parei ao escutar uma voz.
-Quem é você?
Olhei para o dono e percebi que a voz pertencia à uma criança. Pensei muito rápido naquele momento.
-Sou um fantasma.
Ele ficou me encarando com certa dúvida.
-E porque você está aqui ?
-Bom... eu preciso achar algo.
- O que?
-Um pertence meu. Só que ele está com uma menina, chamada Catarine. Você a conhece?
-Sim, é minha prima. Você não vai puxar o pé dela ou coisa parecida, vai?.
-Não, sou um fantasma bonzinho. Você sabe aonde ela foi?
-Ela falou pra mim que ia ao banheiro, mas acho que ela errou a porta porque entrou no quarto do titio.
-E aonde fica?
-Na segunda porta. Alí- respondeu-me apontado em direção ao lugar.
-Obrigado.
Fui andando de fininho e dando graças aos céus por ele ser uma criança tão ingênua.
-Seu fantasma?
Ouvi-o me chamar quando já estava de costas.
-Sim?
-O Senhor me faria um favor?
Aquilo me deixou curioso.
-Qual?
-Se o Senhor souber qual fantasma anda me assustando a noite, poderia dizer a ele para me deixar em paz?
Aquilo foi um tanto engraçado.
-Claro.
Antes de me virar novamente lhe perguntei outra coisa.
-Qual o seu nome?
-Dereck.
-Foi um prazer conhecê-lo.
E realmente havia sido.
Depois de conversar com Dereck, saí em direção ao local informado.
Ao me aproximar da porta percebi que ela parecia não estar sozinha, abri a porta vagarosamente e então a vi conversando com alguém ao telefone.
O rumo daquela conversa não estava me agradando nem um pouco, e pelo modo em que falava, eu sabia quem era ao outro lado.
Mayson.
Eu já estava enfurecido quando vi-a dizer que daria uma chance a ele, aquilo foi a gota d'água.
Aproximei-me dela e tapei-lhe a boca. Ela se mostrou desesperada e eu sabia que poderia tentar fugir.
Fiz o que qualquer um no meu lugar faria. Bati em sua cabeça, fazendo com que desmaiasse.

No quarto do seus pais, havia uma janela também, só que essa dava para o fundo da casa.
Seria perfeito.
Peguei o lençol da cama de sua mãe, amarrei no pé do armário próximo dalí e testei com alguns empurrões, ele era forte o suficiente.
Com Catarine em meu ombro, sustentada apenas com um braço, desci, segurando com o outro.
Depois de um pequeno tombo, já que o lençol não tinha pano suficiente, chegamos ao chão.
Corri com ela em meus braços. Mas naquele ritmo, nunca chegaríamos a tempo no local desejado.
Peguei minha arma na bolsa, que comprei com um mané, e esperei um carro passar.
Cinco minutos depois, apareceu uma Van familiar com apenas uma mulher dirigindo.
Parei em frente ao carro e apontei minha arma para ela que freiou, assim que me viu.
-Garoto, por favor, eu não tenho um tustão
Gritava ela.
-Cala a boca e sai do carro. - Gritei
Ela me obedeceu, assim que a mulher saiu, pûs Catarine no banco traseiro e me virei para a mulher, dando lhe uma pancada na cabeça para que ficasse desacordada e não aciona-se a polícia.
Depois, dirigi em direção ao endereço que o garoto havia me dado.
Após quase duas horas dirigindo, cheguei ao local.
Era um mercado velho e abandonado.
Bati na porta três vezes e esperei cinco minutos quando um homen gordo e barbudo apareceu.
-Quem é você ?
- Sou um dos passageiros. Andrew Collin.
-Ah sim, você deve ser o cliente daquele moleque pobretão.
-Sim, sou eu.
- E aonde está a outra pessoa?
-No carro.
-E o resto do dinheiro?
-Está aqui - disse-lhe estendendo a mão com a quantia pedida.
-Ótimo, partiremos em cinco minutos. Pegue suas coisas e chame o outro passageiro.
-Okay.
Fui em direção ao carro, peguei minha bolsa e pûs Catarine no colo.
Assim que me certifiquei que havia pego tudo, entrei no mercado a procura do homem. E o encontrei no estacionamento, juntamente com o pequeno helicóptero.
Aquele helicóptero estava pior que o muquifo que eu havia me hospedado, mas era minha única opção.
Na janela, o homem barriguda acenava para que eu entrasse. E assim o fiz.
Quando estava enfim pronto, com todos os motores ligados e os cintos colocados. Decolamos.

Narrador

Robert estava exausto de se despedir de tanta gente, amava sua família, mas ela parecia não ter fim.
A última pessoa que ele se despediu fora Dereck. Os outros sobrinhos não sabiam, mas ele era o favorito de Robert.
-Adeus Piguimeu!- disse-lhe dando um abraço apertado.
-Tchau tio!
Porém, quando o menino estava prestes a ir embora, voltou correndo..
-Titio!
-O que foi Dereck.?
-Eu havia me esquecido, diga ao fantasma que eu mandei um obrigado a ele.
-Que fantasma, Dereck? - Indagou Robert.
- O que estava lá em cima. Ele estava com uma mochila e procurava por Catarine. Eu o ajudei, ele disse que vai me ajudar também.
Naquele mesmo instante, Robert pôs Dereck que no chão e subiu as escadas com tanta pressa que quase caiu.
Foi para o quarto de Catarine, bateu três vezes e depois abriu-a.
Ela não estava lá.
Em seguida, abriu todos os cômodos gritando por seu nome e quando enfim chegou ao seu quarto, se deparou com uma corda amarrado ao armário em direção a janela e, naquele momento, culpo-se por ter sido tão estúpido.

Ciúme psicóticoOnde histórias criam vida. Descubra agora