Intimidador

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Catarine

Hoje não teve muito movimento na enfermaria,apenas um moleque com dor de barriga,uma garota com cólicas e Andrew... Posso não ser médica,apesar de querer ser,mas tenho quase certeza de que ele não foi dopado. Parecia mais um surto,porquê ele bateria na própria cabeça e de repente cair duro no chão?. Não tinha lógica na resposta dele. Entretanto,prefiri não argumentá-lo. Talvez fosse mais seguro não fazer. Ele era um pouco intimidador,por esse motivo aceitei mostrá-lo a cidade. E seria apenas um dia mesmo.

Estou preenchendo a prancheta das tarefas diárias quando meu celular toca,era Mayson:

"Oi Mayson"

"Oi Catarine,está na enfermaria ainda?"

"Sim,porque?"

"Gostaria de sair com você,para tomarmos algo,o que acha?"

" Não posso,marquei com o Andrew de mostrar a cidade"

"Vai me trocar pelo Collin?!"

"Acho que vou"

"Acho esse garoto muito estranho,cuidado ,to achando que ele só quer te levar pra cama"

"Pode até ser,mas se for isso,ele terá duas bolas danificadas pelos meus pés"

"Então porque aceitou?"

"Educação"

"Está bem,nos vemos amanhã e não engravide. "

"Pode deixar".

Assim que desligo ,vejo que Andrew está na porta,muito sério aliás:

-Está aí a quanto tempo?-pergunto

-Não muito. Quem era ao telefone?

-Um amigo meu

-Como ele se chama?

-Por que quer saber?-Indago

-Curiosidade. Não vai me dizer?

-Não. Minha função é de lhe mostrar a cidade,não minha vida.

Ele não gosta muito da resposta,mas algo em mim dizia que não deveria confiar nele. Poderia ser ignorância minha mesmo. Depois disso o silêncio reinou enquanto eu quardava minhas coisas. Quando terminei saimos de lá.

Fomos a pé por todo caminho,levei-o ao parque,a sorveteria,ao shopping,a prefeitura e por última ao parque de diversões da cidade:

-Bom,já lhe mostrei o suficiente.-digo a ele.

-Obrigado Catarine.

-De nada.

-Se incomodaria se eu te levá-se em casa?

Eu me incomodaria sim,mas seria muita falta de educação minha. Pensei em um modo de despachá-lo,mas seu olhar me dizia que dizer-lhe não,não seria legal:

-Não seria incomodo nenhum.

-Ótimo.

Os três primeiros quarteirões estavamos silencioso,até ele quebrar o silência:

-Mora aqui a quanto tempo?-me pergunta.

-A minha vida inteira.

-E porque nunca te vi?

-Minha família sempre foi muito reservada. Eu tinha aulas em casa e quase nunca ia ao parque.

-Entendi. Tem vontade de ser o que ?

-Médica, e você?

-Não sei ainda. Mas indiferente,acho que vou acabar cuidando da empresa do meu pai mesmo.

-Foi por isso que veio?

-Olha,chegamos a sua casa.

Olho ao redor e vejo que realmente estou em casa,estranho...:

-Como sabe aonde eu moro?

-Você me disse.

-Não disse não.

-Disse sim,está com amnésia Catarine?-diz ele rindo.

-Não...obrigado por me trazer em casa. -digo mudando de assunto.

-De nada. Nos vemos amanhã?

-Claro.

Dou um aceno para ele enquanto entro em casa. Estou assustada. MUITO assustada. Como ele sabe aonde eu moro? . Será que me seguiu?. E ainda tem coragem de me chamar de esquecida. Tentou mudar de assunto quando lhe perguntei sobre sua vinda.

Entrei sem nem ao menos falar com minha mãe,apenas subi em direção ao meu quarto. Eu posso estar maluca,mas sinto alguém me observando. Tento esquecer isso. Pego meu caderno e faço um desenho para me distrair até adormecer e mesmo com os olhos fechados,ainda sinto alguém me observando.

Ciúme psicóticoOnde histórias criam vida. Descubra agora