(Kenway)
Os aventureiros levaram algumas longas horas para passar pela caverna escura, lá dentro era cheio de teias de aranha e pedras irregulares por onde tiveram de descer dos cavalos e ir a pé. Depois que saíram os três medrosos ficaram mais perto de Kenway, ambos tinham os olhos marrons e esses estavam assustados. Mesmo depois de saírem da caverna de gelo, ainda andariam muito até o sol se pôr, deveriam chegar ao destino antes do amanhecer mas Owen aconselhou que parassem ao entardecer pois assim teriam mais energia para seguir viagem sem pausas no outro dia. Kenway estava grato por terem saído daquela caverna, algo nela dava-lhe arrepios, ficou imaginando como Dee, Wat e Hor estavam se sentindo sobre aquilo. Eles eram das Ilhas Sulinas, um lugar onde não se teme nada embora uma criança tivesse mais coragem que eles. Seus pais haviam os mandados junto deles para que pudessem talvez mudar, conhecer as estradas e o mar poderia fazê-los mudar, serem fortes e destemidos, ao menos era o que esperavam. Owen havia dito a umas noites atrás que seria melhor deixa-los para trás e que eles só atrasam a caminhada, estavam alguns dias atrasados e isso era ruim, tinha um general esperando por eles do outro lado da Estrada Montan e fazê-los esperar não seria bom para a reputação do jovem Kenway. Mas ele pouco se importava com isso, só queria logo achar o que procurava e voltar para casa, encontrar sua mãe e pai e seu amor.
Owen Carlenn era general da guarda de Sohiun e do Exército da Águia. A águia é o símbolo animal de Sohiun, assim como a serpente é o símbolo de Voldn, o urso é o de Bameshim e o leão é de Gion. Mas isso não importava para Owen, ele apenas servia e não reclamava, gostava do trabalho de general e faria de tudo para se manter na patente. Veio junto de Kenway na expedição por amizade a ele e ao pai dele, o governador de Sohiun, Maway Lyliel. Todos o achavam bom governador e isso se vê já que está a quatro eleições no poder e nunca houve alguém, até onde se sabe, que falasse mal dele ou que conspirasse contra seu poder. No governo de Maway tinha tanta paz e harmonia que ele liberou seu filho único e herdeiro de tudo que possuía para fazer uma expedição pelo mundo e poder desvendar muitos mistérios das terras celestes e do mar. Aqui estava ele, viajando até o porto na Costa dos Desejos para ir aonde o vento o levasse, se sentiria livre, era isso que sempre quis mesmo nunca tendo sido preso a nada. O mar não era o limite para ele, era apenas mais um caminho para o infinito de mistérios e novas invenções, com tudo isso poderia ter novas perspectivas para a vida e ver como as coisas eram na verdade. Um homem só acredita no que vê, disse Owen certa vez para os quatro. Não acreditavam em deuses mas sim em primórdios e essa era mais uma das diferenças entre as castas celestial e imperial. Owen estava certo, o poder está onde você acredita que esteja, por tanto a fé é a melhor amiga de um guerreiro, mas como explicar a força dos homens céticos? Uma boa pergunta para Owen, um general que não acredita em deuses ou primórdios.
O por do sol se aproximava quando o grupo alcançou uma parte do caminho onde as montanhas se afastaram umas das outras e a visão estava livre para ver os verdes campos e uma pequena vila ao longe. Estavam quase no topo da montanha atual e o ar estava gélido e expresso dificultando a respiração dos viajantes, mas não podia derrubar Kenway tão rápido, não agora que sentia que estava perto da conquista. Montaram o acampamento ali sobre a visão magnífica, deixando os cavalos presos numa rocha redonda no chão úmido de terra batida, o fogo não parecia suficiente para a noite mas os outros não reclamaram. Kenway estava distante do fogo, sentado numa rocha com os olhos na pequena vila no horizonte, esta seria a última parada e ele não via a hora de se deitar numa cama quente e fofa sobre um teto de concreto ou madeira, estar ali o cansou muito, viajaram a dias e agora o caminho seria bem mais fácil. Ele pensou muito naquele tempo que passou sentado no frio da montanha, ouviu passos atrás de si mas não se importou em olhar, não seria ninguém estranho apesar de não conhecer nenhum deles muito bem. Owen sentou-se ao seu lado, ele contemplava a visão magnífica quase sem se importar com Kenway ali e passou assim por um longo momento até que disse:
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Essências Infinitas: Os Mistérios De Quiyshi
FantasyNas fronteiras de Quiyshi, há quatro reinos. Rios separam cada um deles, mas não rios comuns, rios mágicos com cada um sua maneira de se comportar ao contato. Esses reinos tem suas cidades centrais, cada qual governante de uma parte do país. No sul...