Prólogo

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     As margens do rio absordlaque, um grupo de pessoas estavam conversando austeramente sobre algum assunto importante, isso era perceptível pelo modo como um deles, um alto, gesticulava fortemente as mãos enquanto dialogava com os outros dois. O grupo era composto por um adulto e duas crianças, isso era o que parecia a distancia. Eles estavam sendo observados por uma entidade encapuzada atrás de uma rocha grande e espessa e armada com uma bela espada prateada, talvez ele estivesse ali para espiona-los ou até mesmo mata-los.

O sol estava nascendo naquela hora e ambos os três integrantes do grupo pareciam cansados, talvez estivessem viajando a algum tempo ou poderiam estar fugindo de alguma autoridade do estado. O observador estava imóvel, incapaz de se mover um centímetro sequer. Ele precisava ser silencioso e principalmente ali. Aquele lugar era silencioso e o único som ouvido era o das águas do rio, traçando seu curso firmemente e poderosamente sem interrupções. Por algum motivo os animais ou qualquer outro tipo de vida não chegavam perto das margens do rio, apenas gramíneas e algumas flores metálicas que não seriam muito afetadas pelo poder magico do impiedoso absordlaque, que cresciam raramente aqui e ali. Absordlaque é um nome derivado de duas outras palavras, escrita na língua dos antigos Primórdios. Um fato peculiar é que algumas pessoas não podem entrar em contato com essas águas, mas não se sabe o motivo desse evento. Tanto os imperiais quanto os celestiais tem medo desses rios mágicos e seus mistérios.

O grupo parecia ter terminado o assunto e agora o adulto dava ordens as duas crianças para que andassem atrás dele, estavam indo em direção ao muro que separa as duas castas, norte e sul, reino e cidade, celestiais de imperiais. O observador se perguntou até onde iriam e oque estariam tramando fazer, já que era impossível atravessar os muros dos Susehan sem muitas dificuldades em alguns pontos. Os Susehans eram os guardiões da passagem entre uma nação e outra e não falavam a língua comum do país. Muitos se perguntavam quem eles eram e por certo tempo os dois lados do país tentaram derrubar o controle dessa raça, mas, sem sucesso em todas as tentativas, eles desistiram e simplesmente ignoraram a presença deles ali, isso já faz mais de quinhentos anos. O observador pode finalmente se mexer, suas pernas ardiam em câimbras, mas ele tinha que ser rápido e silencioso para não chamar atenção, ele foi treinado para isso.

Chegando perto o bastante, permaneceu atrás de uma outra rocha, mas dessa vez um pouco menor, pode observar melhor a aparência do grupo usando sua sensitividade e concentrando o poder nos olhos deixando a visão mais sensível. Todos eles tinham cor de pele clara e cabelos castanhos, o adulto tinha olhos verdes e as duas crianças olhos castanhos. Era um menino e uma menina, ela tinha um gorro na cabeça e por isso o observador não distinguiu seu gênero. Eles pararam de frente ao muro depois de andar alguns minutos. Esse muro era tão grande que não era impossível ver qualquer coisa atrás dele, apenas um céu azulado típico uma manhã qualquer recém-nascida tão comum que ninguém nunca poderia imaginar que algo diferente poderia acontecer.

O adulto puxou de uma bainha escondida uma espada esverdeada, sua lâmina era meio transparente e parecia ter sido esculpida em uma grande pedra de esmeralda. De longe o observador pode ver o momento em que as duas crianças tiravam suas roupas e ficavam expostos ao frio da manha. Esse lugar se chama Campo de Inverno, em algumas épocas do ano ficava tão frio que poderia nevar e congelar o rio, mas o sol de alguma forma não deixava isso acontecer apesar da sensação térmica parecer chegar aos zero graus. O adulto com espada em punho apontou para o rio e as crianças seguiram para perto da margem com expressões enigmáticas no rosto. Elas não pareciam querer ir e ao mesmo tempo não se importavam se iam ou não. O observador ficou parado enquanto a cena ocorria apenas acompanhado com seus olhos azuis. O grupo estava longe o suficiente para que ele pudesse se aproximar mais e ver melhor oque aconteceria em breve, pois claramente aquilo tudo se tratava de algum tipo de sacrifício ou ritual e ele deveria acompanhar tudo e relatar as seus chefes depois quando voltasse para sua cidade, ele receberia muito por essa missão e seus investidores pareciam muito ansiosos e receosos em relação ao seu resultado. O observador estava seguindo o grupo a quase três meses e até este momento não conseguiu concluir oque estavam tramando fazer. De inicio pensou ser um sequestro, mas com o decorrer da viajem o adulto demonstrou muito afeto pelas crianças e concluiu que talvez fossem parentes. Agora estava tentando entender por que as crianças entrariam nas águas perigosas daquele rio.

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⏰ Última atualização: Mar 30, 2020 ⏰

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Essências Infinitas: Os Mistérios De QuiyshiOnde histórias criam vida. Descubra agora