Essências Infinitas: Os Mistérios De Quiyshi

Cap 8 Julgamento Dos Mortais

(Jerry)

- Como dormiu? - Merry lhe perguntou sorridente, usava batom vermelho choque e uma capa azul escuro naquela manhã. - Espeto que bem, precisamos de você bem descansado.

- Não faz mal usar tanta maquiagem logo de manhã? - Jerry não quis parecer cortês, foi tão rude quanto possível. - Você disse que poderia ir embora se esse alguém falasse comigo, então vamos acabar logo, quero ver meus filhos.

Ainda que por vontade própria, Jerry se deixou levar por Merry dentro de onde quer que estivesse e de cara feia, sabia que era má ideia confiar nela depois de tanto tempo desde a última vez que se viram. Na noite passada Jerry não havia dormido muito, passou o tempo pensando no que iria fazer depois dali, com toda certeza tentaria fugir se possível, por hora só devia confiar em Merry. Quando ela o levou ao quarto na noite anterior, deixou-o trancado com roupas novas e comida quente lá dentro, de todo modo era melhor do que a sala que esteve preso ainda que estivesse novamente preso. É para minha própria segurança? Pensou na noite, enquando se banhava em uma banheira no meio do quarto sem janelas e com apenas quatro paredes ao seu redor, cheia de livros e documentos velhos, uma mesa no canto com bastante alimentos e uma cama na outra extremidade. Era agora cativo e pensava na própria fuga mas não viu sinal de escapatória, os corredores eram bem iluminados e sem janelas, será que não teria chance ali ou estava no subterrâneo? Não quis perguntar, não queria falar com Merry de modo algum, evitando qualquer coisa que pudesse falar já que poderia ser usado contra ele. Talvez seja melhor assim, para meu bem. Merry deve ter mudado de algum jeito, percebo quando sinto sua essência pulsar, negra e mais forte. Pensou longamente durante a caminhada atrás da antiga amiga, talvez ainda fosse aliada, lutaram tantas vezes juntos que não faria sentido que um traísse o outro, lembrava-se bem de todas as lutas e missões juntos, os três na verdade. Não é bom lembrar do passado. Disse a si mesmo enquanto andava. Via a capa de Merry dançar a sua frente como ondas negras num chão de mármore, o longo corredor tinha várias portas de ferro e madeira mas nenhuma estava aberta para que espreitasse por elas.
Andou por um longo tempo até chegar a uma grande porta de obsidiana com maçanetas de cobre e detalhes encravados em tinta com figuras geométricas entrelaçado-se. Merry parou e virou para olha-lo calmamente, a idade dela era maior que a dele no entanto olhando-a agora parecia muito mais nova que ele, o tempo não havia girado tanto para ela como girou para ele, isso o assustou. Merry pegou sua mão e passou a outra por cima, algo havia mudado claramente. Seus olhos escuros brilharam e ele sentiu-se novamente como antigamente costumava ser, a união era imensurável e nada separavam eles, nesse momento sentiu falta de Rhaella.

- Temo por você Jerry, novamente te digo que fui obrigada a fazer isso. - Merry tinha doce na voz e isso o agradava, era perigoso confiar nela mas sentiu que agora deveria deixar-se confiar. - Ouça-me se quiser ver seus filhos.

- E por que deveria confiar em você?

- Por que mesmo o tempo não pode apagar a chama da nossa amizade. - Ele afastou o olhar mas ela com uma das mãos agarrou seu queixo e colocou-os de volta no nos seus olhos. - Você nunca me fez mal, mas foi necessário tudo o que fiz, eu tinha certeza que viria somente comigo. Tive tanta saudade de seus olhos, os mais dourados e brilhantes que já vi, nunca me esqueço.

- Ouço você. - Respondeu seco, a resposta não pareceu atingir Merry que ainda sorria meiga.

- Pois bem, é o seguinte. Diga apenas o que sabe e não minta. Eles saberão caso minta é de extrema importância que nunca levante a voz. Eles te acusaram de coisas que nunca fez mas ainda sim mantenha a calma e diga a verdade sempre, lembre-se disso. - Ela deu novamente as costas para ele e girou a maçaneta. - Estarei aqui para ajuda-lo caso algo dê errado.