Novo problema

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Não sei o porquê, mas minhas mãos estão quentes. Meus pés não se movem, e tudo o que eu faço é encarar meu pai com desgosto.

Gostaria de saber porque estou agindo assim. Ele sempre foi uma pessoa que me ajudou, tudo o que sei foi ele quem me ensinou. Eu deveria respeita - lo, mas só sinto desprezo.

- Lene.- ele se aproxima e tenta me abraçar, mas antes que me toque sinto dois braços me defenderem de um momento tortuoso nos braços do meu pai.

- Precisamos ir, Madeleine.- Sherman me alerta.

Faço que sim com a cabeça e vamos andando enquanto meu pai nos encara incrédulo. Nunca o ignorei, nem o respondi mal.

- Madeleine! Vamos conversar, agora. E você, rapaz, se quiser ficar fique, mas que não me interrompa.- meu pai diz com sua autoridade, a qual eu não posso dizer não.

Depois de ver que eu iria ficar, Sherman resolve sentar na beira da calçada, e nós fazemos o mesmo.

- Certo, estou aqui. Pode falar.

- Preciso que volte para casa.

- Por quê deveria voltar?

- Para completar o ritual. Sua mãe gostaria se fizesse isto.

- Minha mãe já fez besteiras o suficiente por todos nós, não vou continuar suas bizarrices!

- É preciso, ou nada disso valerá a pena.

- Se eu não for, o que acontece?

- Você morre.

Sabe quando você ri tanto que sua barriga começa a doer? Estou assim.

- Impossível!- digo entre risos!- estou morta a quase um ano!

Mas não parece que ele está brincando, ele me encara sério e sinto um medo repentino.

- Sim, você está morta. Mas depois do ritual você permanece morta, não vai virar pó. Se não estiver no lugar certo na próxima lua cheia você irá se desfazer aos poucos, até virar pó.
- E se não for verdade? - Sherman sussurra em meu ouvido.

- Não podemos arriscar. - sussurro de volta.

- Não confio nele.- Sherman diz e o encara.

- Eu ainda estou aqui.

- Onde devo estar na lua cheia?

- Em casa, no terraço.

- Nós vamos.

- Nós?

- Eu e Sherman.

- Tudo bem. - diz e bufa.

Depois de minutos breves porém tensos, nós despedimos do meu pai.

- Por quê eu tenho que ir?

- O que acontece comigo, acontece contigo. Se tiver algo de errado e eu começar a morrer você também morre.

- E o que tem de mais?

- Não quero ser responsável por sua morte.

- E não seria, você estaria morta!

- Só tem outra alternativa.

- Qual seria?

- Nos separamos.

- Como!? Divórcio?

- Ahh! Não! Temos que parar essa coisa que nos une. Precisamos separar nossas almas, que por algum motivo se uniram sem nosso consentimento.

- Como se faz isso?

- Temos até a lua cheia para descobrir.

{TENTO POSTAR AMANHÃ}





A verdadeira doença após a morteOnde histórias criam vida. Descubra agora