A morte

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  — O que foi? —Ai, minha cabeça tá doendo...

  — Isso não é possível, a máquina deve ter quebrado!— O médico diz andando de um lado para o outro.

— Do que vocês estão falando?

— Noemi, pegue o estetoscópio por favor. — O doutor ignora minha pergunta.

— Mãe, me explica!

— Você está morta.— Ela me responde com um sorriso no rosto e eu fico sem entender o porque de ela estar sorrindo.

Eu estou morta?

Não, você não está. Vamos fazer uns exames, mas antes venha aqui, quero ouvir seu coração. — Insiste o médico.

                                                     ~§~

Horas depois.

O médico não ouviu meu coração bater, a coleta de sangue não deu resultado algum, e eu estou gelada.

  Minha mãe está vibrando com tudo isso, meu pai está negociando minha saída do hospital.

Os médicos querem chamar o IML, segundo eles, eu estou morta.

  Nesse caso, não posso fazer nada além de imaginar o que está havendo comigo. Me analisando no espelho do banheiro do hospital, eu vejo uma garota magra, cabelos curtos e castanhos, os olhos que eram quase pretos estão perdendo a cor, ficando cor de mel. Me chego mais próximo do espelho e o espero  embasar com minha respiração quente no vidro frio, mas isso não acontece.

  Eu não não sei o que está acontecendo, mas acho que os aparelhos médicos estavam certos.

Eu estou morta..?

  — Seus pais mandaram chama-la. — diz uma moça ruiva entrando no banheiro.— Você não é a garota que estava sendo examinada depois de falecida?

— Eu não estou morta. A não ser que você veja fantasmas, se não for assim, você nem estaria me vendo...— Digo e saio do banheiro sem esperar resposta.

— Madeleine!— Viro para ver quem me chama pois não reconheci a voz masculina. Mas logo tenho a boca tapada por sua mão e sou arrastada para dentro de uma sala.

— O que os médicos disseram? Te deixaram ir para casa?— Um cara de mais ou menos dezenove anos está olhando para mim com seus olhos cor de mel, e uma expressão apreensiva .

— Para começar, quem é você?

— Não lembra de mim? Falei com você mais cedo.

— "Mais cedo" eu estava ocupada sendo diagnosticada como morta .— Murmurei.

— Eu sou o Robian. Seu irmão.

— Não, eu não tenho irmão. E eu pensei que esse tal de Robian fosse coisa da minha cabeça em coma...

— Você não conhece sua família. Pergunte aos seus "pais".

Eu vou perguntar, preciso saber o que se passa. Saio da sala sem me despedir. Minha mãe me deve explicações!

A verdadeira doença após a morteOnde histórias criam vida. Descubra agora