All my love, Charlie || Zayn

Capítulo 25

(4 dias depois)

- "Preparada para ser conhecida como a surpreendente e bela namorada de Zayn Malik?" - Sarah, guincha do outro lado da linha.

- "É. O Zayn está muito feliz com a ideia!" - Revirei os olhos ao lembrar-me disso. Claro que eu também estou muito feliz, aliás a minha vida não podia estar melhor do que agora. Mas, eu nunca gostei do lado da fama e... isso põe-me medo.

- "Miúda, tu tens noção da sorte que tens? Tu és namorada de um dos caras mais falados do momento!" - A sua voz soa novamente brada e eu me encolho, pois a minha cabeça dói cada vez mais.

- "E tu achas que eu queria que tudo isto acontecesse? Quando dei por mim já era tarde demais para me afastar..." - Murmurei.

- "Eu sei, amiga. Mas eu estou muito feliz por ti! Depois do que tu sofreste com aquele idiota, tu já merecias ser feliz!" - Suspirei baixinho, não querendo novamente lembrar-me dessa parte da minha vida.

- "Já contaste á tua mãe?" - Questionou-me.

- "Ainda não. Temos falado pouco." - Acabei de beber o meu café e dirigi-me à varanda, apreciando o belo dia que estava hoje em Londres.

- "E as coisas com o teu pai como é que estão?" - Perguntou receosa.

- "Na mesma. Ele continua a não querer saber nada a meu respeito! Eu e o meu pai teremos sempre as nossas divergências." - Respondi com desprezo. Eu não quero me lembrar do meu pai e muito menos falar deste assunto.

- "Charlie, o teu pai adora-te! Ele ainda põe dinheiro na tua conta todos os meses, é porque se preocupa contigo!" - A sua voz é fraca, mas mesmo assim ela insiste no assunto.

- "A única coisa que ele adora é usar-me e ficar bem na foto, para ser falado nas capas das revistas! É só a porcaria da carreira dele que lhe interessa! E quanto ao dinheiro? Ele trocou-me por isso! E isso eu não perdoo!"- A minha voz sai tão alta e descontrolada, que só aí eu percebo o quanto eu já estou nervosa por falar disto.

- "Char-" - A minha melhor amiga, persiste no assunto. Mas será que ninguém percebe que eu não quero falar do meu pai? Será que ninguém vê o quanto isso é difícil para mim?

- "É melhor este assunto ficar por aqui!"- Falo firmemente, tentando-me acalmar e não começar uma discussão.

- "Desculpa." - Redimiu-se com uma voz calma.

- "Tudo bem. Tenho de sair, depois falamos, Lawrence. Beijo." - Desliguei rapidamente a chamada e inconscientemente atirei o telemóvel contra a parede. Um estrondo foi ouvido pela casa e a raiva começou-se a apoderar cada vez mais de mim, enquanto andava de um lado para o outro completamente perdida nas minhas memórias torturáveis.

Eu odeio ter de falar do meu pai, odeio tudo o que ele fez e tudo o que não fez por mim. Ele substitui-me pela riqueza. Ele preferiu a sua empresa, do que eu. Ele nunca foi o pai que dava palavras de consolo à filha quando esta caiu pela primeira vez. Ele nunca foi o pai que ouvia os sonhos da filha quando esta fosse adulta, ou que a ajudasse nos trabalhos de casa e contasse histórias para esta adormecer, ou até quando esgotou o CD da sua banda preferida e não o conseguiu comprar, e ou até quando esta começou a sua carreira! Seis meses se passaram desde a minha chegada a Londres e nem uma chamada sua.

Apenas a porcaria do dinheiro têm um significado importante para o meu progenitor. Só o dinheiro interessa, só a fama e o poder ocupa lugar na sua vida. Eu apenas servia para aparecer nas revistas e parecer que havia uma relação perfeita entre pai e filha. Ele sempre se esqueceu de mim! Eu o consigo odiar por isso, eu odeio lembrar me disso todos os dias! E isso dói... Dói em todos os momentos saber que praticamente eu nunca tive um pai. Um pai que coloca dinheiro na conta da filha, só para esta não ficar na miséria e ele não ter de ser humilhado por isso? Isso não é ser pai, é ser covarde!