Capítulo 31

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|Zayn|

Os meus pés pisam o chão das escadas com violência, e o som que as minhas botas fazem a pisar o mesmo, ecoa por todo o prédio.

A minha cabeça ainda gira, com a ideia de que ela esteja a pensar que eu a realmente traí. Eu não a traí. Eu era incapaz disso. Eu a amo demais, é difícil para mim passar apenas um dia sem ela, como é que ela pode pensar que eu a traí?

Aquele beijo não significou nada para mim. Sinceramente, não sei porque não afastei logo Perrie assim que ela me beijou inesperadamente, podia bem ter evitado tudo isto mas foi tudo tão rápido.

Eu sei o quanto Charlie deve estar confusa e magoada. Provavelmente, ela neste momento ainda não conseguiu parar de chorar ou até pode ter cometido alguma asneira. Tenho medo que ela volte para aquela maldita Liga e ande por aí com armas na mão ou esteja a conduzir furiosamente sem um rumo definido. Se ela não conseguir controlar a respiração por causa da raiva e da dor com que eu sei que ela sente agora, ela vai ter um ataque de asma e o problema é que ela nunca anda com a bomba. Foda-se, se lhe acontecer alguma coisa eu nunca me vou perdoar!

Quando chego ao apartamento dela, toco inúmeras vezes na campainha e bato na porta. O carro dela não está lá fora, mas nunca se sabe se ela não o colocou noutro estacionamento longe daqui só para eu não a descobrir. Eu tenho os meus seguranças à sua procura por toda a cidade mas ainda nenhum a conseguiu localizar.

Depois, da troca de ameaças entre mim e o filho da mãe do Stevens, eu não a posso deixar sem proteção, por isso é que estou a fazer isto. Nunca lhe quis tirar a liberdade ou vigiá-la, eu só quero protege-la. Ela é sem dúvida o meu bem mais precioso, no qual ninguém pode tocar muito menos tirar.

Não obtenho qualquer resposta e o apartamento parece silencioso. Presumivelmente, ela não está aqui mas ela não tem muitos lugares onde ir.Pego no meu telemóvel e faço alguns telefonemas. Ela não deu entrada na Academia, ela não foi à Rangers e nem se quer esteve nos bares que costumamos frequentar. Mas onde é que ela se meteu? O seu telemóvel continua desligado e eu nem se quer tenho a porra do número do seu melhor amigo. Não seria a melhor pessoa de pedir ajuda, mas nas últimas das alternativas teria que aceitar em ligar e engolir o orgulho, só para encontrar a minha menina.

Encosto as costas na porta da sua casa e deixo-me cair no chão. Junto os joelhos ao meu peito e com as mãos tapo o meu rosto. Respiro fundo, vezes sem conta, tentando acalmar o nervosismo dentro de mim, mas é em vão. Só ela me pode acalmar. É sempre ela que me cura, e eu não a tenho aqui por causa da merda de um mal-entendido.

Porque é que aquela louca tinha de vir atrás de mim e causar-me problemas agora que tudo estava bem? O meu namoro com Perrie não passava de uma farsa. Uma farsa que eu tive que aguentar durante demasiado tempo e ser infeliz com isso. Tudo por causa da media. Eu nunca a amei. Aliás, eu nunca amei ninguém como amo Charlotte. Já tive muitas mulheres, mas nenhuma é como ela. Nenhuma, me conseguiu mudar como ela fez. Nenhuma me conhece tão bem como ela. Ninguém é como ela e eu nunca acreditei nessa treta do amor até a encontrar. Eu fiquei louco quando a vi pela primeira vez, o que nunca aconteceu comigo. Ela não era como acontecia com as outras. Conhecíamo-nos, acabava-mos num quarto de ontem e tínhamos um namoro de uma semana, no qual as revistas e os jornais adoravam comentar. Com ela foi tudo tão diferente. Eu lutei por ela durante estes sete meses. Passávamos os dias juntos, levei-a para jantar, declarei-me a ela e disse pela primeira vez que a amava. A nossa primeira noite foi especial. Foi sem dúvida a melhor da minha vida. Ela é tão sexy, tão linda, tão mulher. Levei-a a conhecer a minha família, reconstrui a minha casa só para a agradar, todas as vezes que ela lá fosse e desenhei o seu perfeito corpo de bailarina numa tela. Merda. Eu amo-a tanto.

All my love, Charlie || Zayn Onde histórias criam vida. Descubra agora