- Sua mãe ligou - Informou - me vovó quando entrei na casa.
- Aconteceu alguma coisa? - Perguntei ainda sobre o efeito do beijo.
- Ela quer que você volte, disse "Chega de férias".
- Não quero voltar - Disse amarga.
- Você passou a noite com Marco? -Perguntou ela.
- Cheguei tarde, não queria te acordar.
- Querida, eu sei que você pensa ser dona de si mesma, mas a certas precauções...
Eu sabia onde ela queria chegar.
- Não fizemos nada demais vó, ele nem tocou em mim.
- Bom, assim é bem melhor - Disse aliviada.
- Mas agora a pouco, ele me beijou - contei em êxtase.
- Ele é um bom rapaz, é ajuizado e muito responsável.
- Não posso ir embora agora, quero ficar aqui...com ele.
- Eu entendo, mas não pode ficar, seus pais esperam por você.
- Vou ligar para casa - falei pegando o telefone e discando.
- Alô.
- Mãe - falei sentindo a pontada da saudade.
- Oi filha, onde estava quando liguei?
- Mãe, eu quero ficar.
- Não pode ficar aí, você tem mãe, tem pai e casa.
- Eu sei, mas...
- Seus amigos estão com saudade, perguntam diariamente por você.
- Mãe, eu também sinto saudade de todos vocês.
- Seja sincera comigo Ana Clara, por que quer ficar aí ?
Não respondi, acho que ela não entenderia.
- Ana Clara - Disse alterada.
- Eu conheci alguém aqui, e não quero deixa - lo.
- Espero você aqui em casa depois de amanhã - Ordenou.
Fiquei em pânico, agora que eu havia encontrado a pessoa perfeita, teria que deixa - lo.
- Esta bem, mas vou levar ele comigo.
- Seu pai não vai gostar disso.
- Só vou se levar ele comigo - Insisti impulsiva.
- Traga, mas não te garanto que ele irá sobreviver. - Disse ela desligando o telefone.
Fiquei imersa em pensamentos. Meu pai iria ficar muito bravo de um rapaz que ele não conhece dormir em casa.
Se Gustavo conhecer ele, como vai se comportar?
E Miguel?- Vou ter que ir embora - Contei ao Marco quando ele chegou na casa da minha avó depois do horário de almoço.
- Não vou deixar você ir - Falou entrelaçando nossas mãos.
- Não tenho escolha.
- Já falei, não vou deixar você ir embora - Sussurrou em meu ouvido.
- Vai me fazer de prisioneira?
- Vou - Respondeu me prendendo entre os braços.
- Se me prender aqui, meu pai vem me buscar.
- Aí sim seria um problema - disse beijando meu pescoço. Estremeci.
- Vem comigo - falei.
- Olha que eu vou mesmo.
- Estou falando sério.
- Eu também.
- Pra que esperar mais então, vamos amanhã.
- Vamos sim.
- Preciso te passar algumas informações.
- Quais? - perguntou franzindo a testa.
- Tenho um amigo, Gustavo é o nome dele, e ele tem uma gangue, ele é traficante.
- Você é amiga te um traficante? - Disse quase inaudível.
- É, e ele é um ex namorado meu também.
Ele fez careta.
- E tem o Miguel, ele é meu amigo, mas vive me pedindo para ficar com ele.
- Quer que eu suporte isso?- disse sombrio.
- Eu nunca fiquei com ele, e não quero ficar.
Marco me fitou, e pude ver o encomodo dentro de seus olhos.
- O pior vem agora - falei cautelosa.
- Tem mais?- perguntou trincando os dentes.
- Tem. É o Roberto, ele é muito ciumento e super protetor.
- Quem tem que ter ciumes aqui sou eu e não ele - Trovejou - Você tem outro Ana Clara? - Perguntou levantando do sofá furioso.
- Pare com isso - falei rindo.
- Qual é a graça ? - perguntou cruzando os braços.
- Roberto é meu pai.
Marco relaxou os ombros e sorriu.
- Não faz isso dona Ana Clara.
- Desculpe.
Ele me pegou num Abraço apertado me fazendo arfar.
- Você merece um castigo - Disse mordendo meu queixo e depois beijando meu pescoço.
- É só isso que sabe fazer ?- Provoquei.
Ele me apertou ainda mais com um braço na minha costela e com o outro puxou de leve meu cabelo, passando a ponta do nariz em meu pescoço.
Eu estava ficando sem ar, o sangue corria quente por meu corpo, meu coração parecia uma bomba relógio.- Quer mais? - sussurrou ele em meu ouvido.
Eu apenas assenti.- Hoje não - falou me afastando dele.
Fiquei zomba, ele era irresistível e se aproveitava disso.- Eu quero que faça uma coisa - disse ele sério.
- O Que quer ?
- Quero que me apresente como seu namorado.
Namorado?
Eu realmente não esperava que ele já me visse como sua namorada, mas adorei a idéia.
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Curada
RomanceUm homem machucado Uma garota abandonada Ambos voltando a reviver a magia de um amor correspondido.