Fantasmas do passado

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De madrugada, sonhei com o Alison, a sena era como a do dia em que ele foi embora.
Ele disse que me amava, que nunca me deixaria e depois foi embora.
Acordei com lágrimas escorrendo pelos meus olhos, meu travesseiro estava úmido, meu coração batia dolorosamente.
Resolvi ir até a cozinha tomar um pouco de água, e depois fui até a sala.

- Esta acordado Marco Antônio?

- Estou - respondeu se sentando.

- Não pode ficar aqui para sempre- Falei me sentando ao lado dele.

- E?

- Você vai me deixar também!

- Eu não vou deixar você.

- É isso o que todos dizem, e depois vão embora.

- Todos, menos eu - Falou passando os braços ao meu redor.

- Não me abraça Marco.

- Confia em mim Ana Clara.

- Eu não devia ter feito isso.- lamentei.

- Isso o que?

- Ter vindo com você, ter te conhecido, ter aceitado a rosa que era para ser de outra.

- Não fale essas coisas.

- Você não devia ter se aproximado de mim, eu não devia ter me apaixonado por você - eu falava com desespero.

- Pare Ana Clara, eu nunca vou deixar você, você se tornou essencial em minha vida.

- Cala a boca, não fale mais nada - Eu gritava agora.

- Eu te amo Ana Clara - Disse segurando minhas mãos.

- Não, não ama, você vai me deixar, vai ir embora também - falei berrando.

- Seus pais vão acordar e vim ver o que está acontecendo, vão me mandar embora - Disse me abraçando.

- E daí, um dia você vai mesmo- Resmunguei.

- Não vou.

- Vai sim - Sussurrei me livrando do Abraço dele e voltei para o quarto.
Voltar para casa foi como sair de um conto de fadas e voltar para o mundo real, o mundo impiedosamente doloroso.
Ter aquele sonho com o Alison, trouxe de volta os fantasmas do passado, foi como se a ferida que havia se fechado estivesse se abrindo novamente, a dor começou a incomodar.
Percebi que o que senti pelo Pietro, tanto a paixão como a dor do abandono, não chegava nem perto do amor e da dor em relação ao Alison. A dor pelo Pietro foi mais for eu estar novamente sendo mais um vez deixada.
Se o Marco Antônio me deixasse agora, a dor iria ser ainda maior, seria como se estivessem cavando a minha cova, e sem ele, eu me deitaria ali e me deixaria ser enterrada.
O medo tomou conta de mim, eu não viveria mais após outro abandono.

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