Capítulo 4

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— Será que podemos estudar? – Perguntou Emily, pela terceira vez. — Temos prova na segunda pessoal, se fosse para ficar de bobeira eu tinha ficado em casa. 
Eu entendia a irritação dela. Emily era, sem dúvidas, a maior cdf da turma de literatura e, para seu terror, a última coisa que queríamos fazer era estudar. Enquanto ela tentava nos convencer, Megan, Clay e eu estávamos perambulando pela cozinha. Megan estava ajoelhada de frente para o forno esperando pacientemente os cookies terminarem de assar, Clay decidia qual filme veríamos, e eu terminava de preparar nosso chocolate quente, afinal, a tarde estava um pouco fria.
— Vocês são impossíveis! — Reclamou Emily, suspirando e passando as mãos nos seus cabelos escuros, que eram bem curtos e ondulados. — Nem sei por que eu acreditei que iríamos mesmo estudar dessa vez.
— Cadê a Evangeline, Rora? — Perguntou Megan, tirando a forma do forno e a colocando cuidadosamente no balcão de mármore.
— Ela saiu com um amigo, não me lembro o nome. — Respondi, colocando quatro xícaras no balcão e servindo o chocolate. 
— Acho que alguém está perdendo terreno! – Falou Emily, entrando na brincadeira e rindo divertida.
Megan também começou a rir, cutucando o ombro de Clay, que exibia uma expressão enfezada. 
— Cala a boca Emily! — Ele reclamou, visivelmente envergonhado.
— Só estou falando o que todo mundo pensa! – A morena retrucou, mostrando a língua para meu amigo que, a essa altura, estava vermelho feito um tomate. 
— Ela está certa. – Megan se meteu, olhando para Clay com um risinho. — Amigo, sabe que ela não vai aguardar sua boa vontade para sempre.
Aquele era um assunto antigo e se Eva soubesse que sempre que podíamos falávamos sobre isso com Clay, ela provavelmente me mataria e depois se mataria. Claro que não passava de uma brincadeira interna, mas também servia para dar um pequeno choque de realidade nele às vezes, afinal se Clay sentia mesmo alguma coisa por Evangeline, ele teria que agir ou ia acabar ficando para trás.
— Vamos ver Esposa de mentirinha. — Anunciou ele, desconversando e recebendo reclamações de todas nós, afinal já tínhamos visto aquele filme umas quinze vezes.

MARCELA

— Mas amiga, você nem conhece ele direito. — Lore continuava me alertando, andando de um lado para o outro em meu quarto, enquanto eu penteava meus cabelos. — Ele pode ser um psicopata ou sei lá.
— Lore, ele é só um cara do ensino médio, como todos os outros caras. — Menti, suspirando levemente. 
Parei de frente para o espelho e sorri, ajeitando as alças finas do vestido azul que eu estava usando. Meus cabelos estavam soltos, os fios loiros desciam por minhas costas, longos e brilhosos, estavam lindos.O vestido que havia escolhido abraçava perfeitamente minhas curvas, era sensual e contrastava com minha pele clara e com meus olhos verdes, estava me sentindo incrível. 
 Dante claramente não era como os outros caras, ele era muito mais bonito e, talvez, mais problemático.
Mas todos tem seus problemas, não é mesmo?
Ele me interessou logo que o vi, caminhando pelos corredores e arrumando os cabelos despretensiosamente. Não é como se eu estivesse apaixonada ou toda aquela baboseira de amor à primeira vista, porém, não seria um programa ruim sair com ele. Noites de sábado não devem ser desperdiçadas e... a quem eu queria enganar? Eu estava afim dele.
Passei um gloss rosado nos lábios e deslizei os dedos pelas ondas de meus cabelos loiros, dando uma última olhada no espelho antes de pegar minha bolsa e sair do quarto, arrastando minha melhor amiga comigo. 
— Não seja dramática e lembre do que combinamos, você vai me dar cobertura! — Falei, antes de chegarmos à sala. 
Me despedi de meus pais, que não se importaram muito com minha saída, afinal, para eles, eu iria passar a noite com Lore. Quando saímos de casa, minha amiga me levou até o centro e me deixou onde eu havia marcado com Dante, me lembrando de ligar quando fosse voltar para que ela viesse me buscar. 
Não demorou muito para que ele chegasse e, mesmo de longe, eu o vi assim que estacionou sua moto. Dante desceu e tirou o capacete, ajeitando as ondas de seus cabelos e, em seguida, ajustando a jaqueta escura, erguendo os olhos e encontrando os meus segundos depois. Seu sorriso deu um curto em meu cérebro e, por um instante, eu esqueci do que estava fazendo ali, mas logo abri um largo sorriso, o observando caminhar até mim e me estender a mão. 
— Vamos?

A conselheira Amorosa Onde histórias criam vida. Descubra agora