BÔNUS

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CLAY

Estava sentado em algumas pedras submersas, a água batia na altura do meu peito e era tranquila, com poucas ondulações, as pedras formavam uma espécie de piscina natural à minha volta e eu olhava para um árvore onde uma certa conselheira resolveu se isolar. Sabia que hoje, as coisas poderiam esquentar um pouco, mais cedo havia conversado com Aurora e ela estava decidida a colocar Dante em seu devido lugar.

Apesar dessa briga de gato e rato que se desenrola entre eles ser divertida, eu me preocupava com ela e, aproveitando a oportunidade e a decisão dela de tentar conseguir a antipatia do moreno, ajudei minha amiga com um plano que envolve uma pessoa que sequer sabe disso.

Mas, com certeza, ele sequer vai se importar, afinal, veio de Yale até aqui só para encontrá-la mesmo.

— Gostando da festa Clay? — fui tirado dos pensamentos pela voz de Sharon.

— Está legal! — Ela se aproximou entrando na água e se sentando ao meu lado. — Sabe que eu não curto muito festas, mas uma boa e velha cachoeira mexe com qualquer um. Você tá bem?

— Falando assim, você parece até um hippie — Sharon sorriu, me encarando, ela estava linda esta manhã, raramente a vemos sem maquiagem e esse era um dos momentos em que a beleza dela estava completamente natural, o que me deixava intrigado, com certeza era uma das garotas mais bonitas da escola. — Estou ótima, só precisava de uma boa noite de sono.

Eu só assenti, dando de ombros levemente, mas sabia que ela estava enrolando ali por algum motivo.

— Ouvi a conversa de vocês mais cedo... — comentou Sharon, apontando para Aurora. — Essa ideia toda foi sua, certo?

— Talvez — respondi sorrindo. — Só estou ajudando minha amiga, nada demais.

— Cínico! — ela gargalhou. — Colocar ele na jogada foi uma ação muito má, não sei se vai dar jeito em algo considerando tudo o que já aconteceu. Você sabe que ela ta amarradona nele, não sabe?

— Todos nós sabemos — suspirei jogando um pouco de água no meu rosto —, mas eu realmente espero que ela tenha aprendido algo com o Theo e, talvez, a volta de alguém do passado a ajude a superar essa tendência masoquista que ela tem.

— Todos nós esperamos isso — Sharon fez um sinal de concordância com a cabeça.

Ficamos alguns minutos em silêncio até Sharon me cutucar com o cotovelo, me virei na direção onde ela apontava e vi Dante se aproximando de Aurora, que estava entretida com seu celular, ele se abaixou e eu fiz sinal para Sharon me seguisse, cuidadosamente me aproximei da margem que fica próxima onde os dois estavam e me escorei nela, de costas para que não fosse visto, Sharon me imitou e se aproximou lentamente de mim.

— Você fica linda de rosa — ouvi Dante dizer com seu natural tom exageradamente sensual.

— Eu sei — Aurora rebateu com certa arrogância na voz, fingindo normalidade. — Não preciso que fique me lembrando algo tão óbvio — abaixei a cabeça segurando o riso, Sharon parecia se divertir tanto quanto eu.

— Sei que não precisa — continuou Dante sem se deixar abalar —, mas sei que gosta de ouvir isso de mim, seus olhos não te deixam esconder isso.

Revirei os olhos e suspirei irritado, Sharon sorriu, me dando um leve empurrão, odiava aquele papo convencido que Dante tinha, não entendo como Aurora gosta dele, mas gosto é gosto afinal.

— Gosto de ouvir elogios de qualquer um que me bajule — Aurora respondeu firme, novamente segurei o riso, ela fingia muito bem. — Não se sinta especial.

A conselheira Amorosa Onde histórias criam vida. Descubra agora