Capítulo 17

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AURORA

— Desculpe — falei, assim que os amigos de Brian se afastaram e, finalmente, ficamos a sós num lugar mais afastado da cachoeira.

Ainda não sabia bem o que estava sentindo por vê-lo ali, fazia mais de cinco anos desde a última vez e ele nem sequer sonhava sobre as coisas que eu havia passado enquanto ele estava fora. Sempre conversamos, mas eu tentava não ocupá-lo e, aos poucos, acabamos nos distanciando bastante, mas ainda havia algo que nos ligava e eu tive ainda mais certeza disso quando eu o vi aqui no meio daquela discussão ridícula.

— Está se desculpando por me abraçar ou por me usar de step pra sair da briga por cima? — A risada dele continuava a mesma, era um som reconfortante e até um tanto musical. — Se esqueceu das duas coisas pelas quais nunca precisa se desculpar?

— Isso foi a muito tempo — rio — , posso dispensar essa regra agora.

Ele se sentou ao meu lado e, apesar de não estar o olhando, sabia que ele me encarava, sentia seu olhar em mim.

Brian não estava tão diferente do garoto de quatorze anos que partiu há quase seis anos atrás. Seu rosto não era mais tão angelical, agora ele tinha um toque mais masculino, mais forte, porém sua pele continuava branca, bem alva e as sardinhas ainda estavam ali, pontilhando suas bochechas. Seus olhos ainda eram mais azul que o céu mais límpido, seu cabelo dourado, que antes era bastante curto, hoje formava ondas que caiam levemente pelos seus olhos. Estava mais alto, mais forte, digamos que Brian era, sempre foi, na verdade, a personificação real do príncipe encantado dos contos de fada. Não só em aparência mas na personalidade também, acho que ele era o Maxon que saiu dos livros e veio procurar sua América no lugar errado.

— Voltei a pouco tempo, uns dois dias mais ou menos — ele falou, quebrando o silêncio, sua mão escorregou para a minha e ele a apertou de leve. — Quando fui a sua casa seus pais contaram sobre a festa, então me lembrei que era amigo dos pais da aniversariante e eles me deram o endereço.

— Por que veio até aqui?

BRIAM

Cinco anos atrás

— Au, eu tenho que ir — falei segurando o rosto dela entre as mãos, os olhos castanhos estavam brilhantes e marejados, me doía tanto vê-la assim, mas não podia fazer nada, eu tinha que ir.

Não sabia como ia me habituar a viver sem aquela menina, mesmo tão novo, sempre tive a certeza de que, quando crescemos, acabaríamos felizes para sempre, como os filmes que ela amava mostravam, mas agora eu iria para o outro lado do país com meus pais e sequer sabia se a veria de novo.

— Mas não quero que você vá — ela fungou, passando as mãos no rosto e limpando as bochechas rosadas e molhadas pelas lágrimas. – É tão longe... Como vou ser sua princesa se você vai estar tão longe?

— Eu disse que vou voltar para você, eu te prometi, lembra ? — perguntei, a puxando para os meus braços num abraço aconchegante, inspirando seu cheiro e guardando aquela cena.

Então a soltei, não nos veriamos por um bom tempo, mas eu sabia que iria voltar a olhar para aqueles olhos castanhos lindos e ver o sorriso dela. Aurora era meu sol, e meus dias seriam escuros até encontrá-la novamente.

Antes da festa

Quando cheguei a cidade não parei nem para arrumar minhas coisas em meu apartamento, a lembrança retumbava em minha mente, podia ser idiotice, afinal, eu sabia que o tempo havia passado, sabia sobre algumas coisas que haviam acontecido e tinha ciência que Aurora podia, simplesmente, ter me esquecido e seguido sua vida.

A conselheira Amorosa Onde histórias criam vida. Descubra agora