o trono do tempo:lua de sangue

bem e mal

************ *************

.Diego

Acordei me sentindo estranho essa manhã,era como se faltasse algo.
Tudo estava como sempre,mais alguma coisa estava faltando.
Tomei um banho e desci para tomar café quando escuto a campainha.

-já vai!

Peguei a camisa no encosto da cadeira e vesti enquanto seguia para a porta.
Abri a porta,mais não tinha ninguém.
Olhei para os lados,talvez algum pirralho estivesse me zoando.
Nada.
Olhei pro chão e tinha um envelope.
Ele era branco, parecia velho e tinha um selo estranho,uma marca diferente das que conhecia.
Coloquei a carta sobre o balcão e tomei meu café!
A buzina do ônibus me irritava,mais dessa vez,me agradou.

-e ai cara!pronto pro jogo de hoje?

-claro!sempre!

Simon era meu parceiro,sempre ia pra escola com ele e com os caras no fundo do ônibus,mais dessa vez,era como se faltasse alguem.

-cara!cê tá bem?

balanceia a cabeça confirmando.

-só to um pouco nervoso!

Talvez eu só estivesse nervoso por causa do jogo!

-cara,sei bem do que você precisa!

Eu e Simon tínhamos um truque pra relaxar e esquecer os problemas.

-fechou,te encontro no patio da escola no fim da aula.

-beleza!

A aula passou voando,nem percebi as horas passarem,fiquei imaginando uma garota,a menina com quem tenho sonhado todas as noites.
Ela parecia triste,e eu não me cansava de desenha-la,meus cadernos ja estavam ficando sem folhas e os professores bravos.
Vitoria continuava a me mandar bilhetinhos,ela ainda não aceitou o fim do nosso namoro.
Não sei por que,mais não conseguia sair mais com essas garotas,só uma garota me interessava,e ela nem existia.

-pronto pra comer poeira dick?

-se você tiver pronto pra perder?

Rimos.
Simon e eu pegamos as motos e Apostamos um racha até a trilha da floresta.
Andar de moto era como voar,sentir a adrenalina correr por todo o corpo,sentir o vento levar embora toda a tenção.
Era como se a velocidade e adrenalina fizessem parte de mim.
Eu estava rápido,nem via Simon mais perto de mim,eu ia vencer essa com certeza!
E então eu a vi,em minha menteela caia,mais não parecia ter medo.
A queda livre se transformou em vôo e era como se ela voasse comigo.
Ouvi uma moto se aproximar,e aos poucos, ela foi sumindo da mente.

-droga!

Simon me passou,preciso acelerar,preciso ganhar essa,ou ele não vai me deixar em paz.
Deixei a moto me guiar,soltei os freios e acelerei ao maximo.
Me lembro de ver a Hornet de Simon passar como um vulto.
Não demorou muito para eu estar sozinho de novo.
Só eu e o som do motor da minha BMW.
Passei em frente a uma casa,nunca tinha visto ela ali antes,no jardim,havia um labirinto,mais passei por ela tao rápido que mal tive tempo de reparar.
Cheguei no patio da escola primeiro que Simon e ele aceitou numa boa a derrota.

-cara,vamos levar logo essas motos,se meu pai descobrir que eu a usei antes de fazer 18 ele tem um infarto.

Eu ri,minha vó não se importava muito comigo,mais se importava com o que os outros falavam.
Não é seguro dois adolescentes andando por ai de moto,então ela proibiu até que eu fizesse 18,o que já não era mais um problema,por que eu já tinha feito 18.
agora as pessoas alegavam ser perigoso dois jovens disputando nas ruas.
Ninguém aqui entende de verdade o bem que isso faz pra gente.
Deixamos as motos na garagem,e eu não evitei pensar que se meu pai estivesse aqui seria diferente.
Perdi o ônibus e fui pra casa andando.
Minha avó,como sempre,não estava em casa,provavelmente em uma daquelas reuniões chatas com o conselho.
Minha avó era uma ótima avó,mais ela ouvia demais as coisas que as pessoas falavam.
A carta ainda estava na mesa da cozinha.
Era um envelope estranho,parecia um pergaminho antigo com um selo.
Olhei com mais cuidado e aquilo se parecia muito com uma marca de nascença que eu tinha nas costas.
Tinha a forma de um dragão,mais era apenas uma mancha escura.
Abri o pergaminho e não tinha nada escrito nele.
Comecei a ouvir sussurros em minha mente,aquilo me deixou um pouco tonto.
Comecei a ter alucinações de uma mulher me chamando.