o carvalho vermelho

57 11 2
                                    

Queria não te lançado aquele feitiço.
Jhennifer e eu voltamos pra escola,e eu ia todos os fins de semana pra casa do meu pai.
Minha vida agora se resumia a isso.
Ficar olhando Diego de longe seguir com a vida dele.
Era muito ruim ver ele todos os dias,estar perto dele todos os dias e não poder beija-lo,não poder toca-lo,não sentir sua presença.
Naquele fim de semana,eu ia dormir com meu pai pela primeira vez.
A casa era linda!
Ficava no meio da floresta da cidade,era feita de vidro e madeira e meu quarto ficava no andar de cima.
Tinham cortinas amarelas e as luzes fracas davam a casa um clima aconchegante.
Eu me senti em casa.
As arvores me deixavam a vontade,era como se de certa forma,diminuíssem minha dor.
Fui até a varanda e repeti minha dança com o vento.
Aquilo me fazia bem,fazia eu me sentir livre.

-o que está fazendo?

Eu estava tao distraída que nem o vi.

-oi pai!a quanto tempo está ai?

-ha,eu só tava vendo minha filha dançar sozinha!

Rimos.
Sai da varanda e me sentei na cama,ele também se sentou.

-quer conversar?

Talvez ele sentisse o mesmo que eu,ele era o mais perto que eu chegaria de saber.

-desde pequena,as arvores faziam eu me sentir melhor quando estava triste.

-éh mesmo?

-eu sei que é loucura,mais desde que eu cheguei nessa cidade,é como se ela inteira me fizesse bem,fizesse eu me sentir melhor,e lutasse pra eu não me sentir mal.

Meu pai parecia confuso e surpreso ao mesmo tempo.

- Querida,tem alguma arvore antiga por aqui?
Algum tipo de construção rustica ou algo assim?

-tem sim,por que!

Os olhos de meu pai se encheram de esperança.

-vem comigo!!

-pra onde?

-só vem!

Entramos no carro e eu mostrei a ele o caminho até a biblioteca.

-pai!o que tá acontecendo?

-olha!sua mae é uma bruxinha muito especial!
Ela é filha de uma ninfa e de um bruxo poderoso.

-desculpe!é..?

Meu pai parou o carro e foi em direção a arvore.
Seus olhos se encheram de agua e eu o olhei paralisada.

-papai?

-querida,sua mae não está morta,está protegida por um encanto de ninfa.

-por que não me contou?

-porque só descobri quando me disse que sentia as arvores.

-oi??

Eu estava muito confusa.

-nunca foi as arvores ou os ventos,era ela.
Quando me disse que podia sentir a cidade,imaginei que fosse ela.

-era a mamãe?

-é,era sim!toda a magia desse lugar,tudo que você sente de especial aqui,sempre foi ela!

Minhas lagrimas caíram sobre o carvalho e por incrível que pareça,a excreção fria da arvore agora parecia triste.

-como podemos libertar ela?

-não podemos!se tirarmos ela do feitiço,ela não vai sobreviver!

Meu pai fechou os olhos,e o vento soprou ses cabelos loiros,deixando seu rosto a amostra.
Ele sentia a presença dela!
As lagrimas correram por meu rosto por mais uma vez.
Eu sentia a presença dela também.
Era como se o vento que soprava,fosse seu abraço.
Pela primeira vez eu me entendi.

o trono do tempo:lua de sangueOnde histórias criam vida. Descubra agora