Capítulo (26)

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Ed POV
Enquanto observo a Lou dormir, entre um monte de outros bebês, me lembro de ligar para o pai da Sof...
Jesus, quanto tempo eu esperei até avisar ele e o Joe.
Pego meu celular no bolso da calça, e disco o número da casa do senhor Sean e espero alguém atender.
"Alô..." Escuto a voz do Joe.
"Joe? É... aqui é o Ed..."
"Ed? Oi cara, faz tempo que você não liga... a Sof não está aqui não." Ele diz meio receoso.
"É, eu sei..." Não sei como vou explicar o que aconteceu pra ele. "Seu pai está aí Joe?"
"Meu pai? Sim... está."
"Deixa eu falar com ele?"
"Só um momento."
Espero alguns instantes olhando pra Louise, como ela é calma e linda! Têm vários bebês se mexendo e chorando e acordando outros bebês e ela permanece ali, dormindo como um anjinho tão quietinha.
"Alô, Ed?" Escuto a voz do senhor Sean me chamar do outro lado da linha.
"Oi Sr Sean..." Saio do transe que é olhar pra Lou e tento pensar no que eu vou falar pra ele.
"Edward... faz tempo que você não liga... olha meu filho, a Sofia não está aqui não, ela não mora mais aqui, é a única coisa que posso te dizer. Eu acho que você deveria tentar esquecer ela, ela já te esqueceu e ficar ligando e tentando encontrá-la pode piorar as coisas entre vocês." Quanta ironia... principalmente na parte do "ela já te esqueceu".
"Olha... a Sof... ela me ligou hoje... e ela estava muito desesperada... é que a minha filha estava nascendo e não tinha ninguém lá com ela, então ela resolveu me ligar... eu também fiquei desesperado na hora, mas não deu tempo de vir para o hospital... e a Louise nasceu em casa, bem nos meus braços... você e o Joseph precisam vir pra cá, a Sofia precisa de vocês dois..."
"O que? Não pode ser verdade." Ele praticamente grita.
"É a mais pura verdade senhor..."
"Então a Louise nasceu? E como minha filha está? Por que ela não me ligou?"
"Sim, ela nasceu e é linda e perfeita. Agora está tudo... mais ou menos bem, eu não sei porque ela não ligou pro senhor ou pro Joe, eu só sei que o senhor precisa mesmo vir pra cá."
"E a minha neta? Como ela é? Como ela está?"
"Bom, todos que a viram disseram que era muito parecida comigo senhor... e ela está muito bem." Eu digo orgulhoso.
"Todos quem? Quem viu ela? Você levou algum amigo seu aí?" Ele pergunta meio desesperado.
"Hmm... não senhor, só estou eu e a Sof aqui... estou falando das enfermeiras e tal..."
"Hmm... tudo bem então, estou a caminho, preciso saber em que maternidade vocês estão."
A gente conversa por mais um tempo, mas eu não falo nada do que aconteceu com a Sofia pelo telefone. Digo a ele onde é a maternidade e nós desligamos.
Fico ali olhando minha filha dormir por mais um tempo até ver uma enfermeira entrar no berçário e ir até ela. Logo me apresso até a mulher.
"Ei... é a minha filha!" Digo quando a mulher pega a Lou no colo e ela acorda chorando alto, ela estava tão quietinha, dormindo em paz o seu sono de bebê, a mulher devia ter pegado ela com mais cuidado para não acordar.
"Tudo bem senhor, só vou levá-la para amamentar." Ela diz balançando a Lou de um jeito muito rápido pro meu gosto, e pelo jeito pro gosto da minha filha também, já que ela chora cada vez mais alto.
Que tipo de doido eu sou? Já pensei logo que a mulher ia sequestrar minha filha... preciso me conter, afinal a Sof e a Lou estão seguras e ninguém vai fugir de mim, ou levar elas de mim...
Acho que estou traumatizado.
"Ah, certo... amamentar... sim, vamos, eu vou junto." Eu digo, não gosto de ver pessoas que eu não conheço segurando minha bebê e nem de ver ela chorando assim.
"Eu posso levar ela?"
"Claro..." ela me da minha filha no meu colo, como é bom segurar ela sem estar desesperado. Tento não balançar ela igual a enfermeira estava fazendo e encontro um jeito mais calmo. Essa mulher não percebeu que minha filha é muito calma, e gosta de dormir em silêncio, não no meio daquele monte de bebês chorões, e que a Lou também gosta de que balancem ela fraquinho e não como ela estava fazendo. Acho que eu já conheço minha filha melhor que todo mundo.
"Ela é mesmo muito parecida com o senhor, nem tem como dizer que não é sua filha." a mulher diz com um sorriso no rosto.
"É... obrigado, mas eu acho que ela é tão linda quanto a mãe dela, e não tem como ela não ser minha filha... não só pela aparência, depois de tudo o que nós passamos tenho certeza absoluta de que eu a amo, e vou tentar ser o melhor pai desse mundo."
"Ah... é claro que o senhor vai! Todos vão, é o que todos dizem, mas nas próximas noites em casa quem vai se levantar pra ir trocar a fralda, fazer dormir, tentar acalmar das cólicas, vai ser a mãe..." ela diz rindo.
"Isso pode acontecer com outros homens, mas não comigo! A senhora não sabe, mas quem tirou ela da barriga da mãe dela foi eu! Eu desmaiei, mas me levantei, por ela e pela Sof, a minha namorada, eu fiquei muito tempo separado delas, e tudo foi muito difícil, eu fiz besteira mais de uma vez, mas agora, com essa pequena aqui no meu colo, eu juro, por mim mesmo que vou ser o melhor pai desse mundo e nunca vou deixar ela se decepcionar, nunca vou abandonar ela, nunca vou deixar que falte nada, muito menos amor... a senhora pode estar ouvindo isso agora e pensando "todos dizem isso" e mesmo que digam! Eu não vou ser igual os outros eu vou ser o melhor pai que já existiu nesse mundo senhora."
"Uau..." Ela diz emocionada. "se você continuar pensando assim, pode acreditar que vai mesmo! Chegamos: quarto '4011' o senhor pode entrar e fazer uma surpresa pra mãe dela."
"Obrigado..." eu digo e espero ela abrir a porta pra mim, já que eu estou com a Lou nos braços.
"Senhor..." ela diz antes de ir embora.
"Sim?"
"Eu sempre achei que você fosse um ótimo cantor... mas estou vendo que vai ser melhor ainda como marido e pai! e pode acreditar, que ganhou uma fã pra sempre."
"Obrigado, não sabia que a senhora me conhecia." eu digo um pouco envergonhado.
"E quem é que não conhece o Ed Sheeran?" Ela diz, dá um sorriso e vai embora.
Sem mais espera entro com cuidado no quarto da Sof e vejo que ela está dormindo.
Essas minhas meninas só sabem dormir... resolvo não acordar a Sof ainda então decido ficar um pouco sozinho com a minha filha, que parece que gostou bastante do meu colo, pois está bem calma agora.
Me sento com a Lou numa poltrona de balanço que tem no quarto e observo bem o seu pequeno rostinho.
Os poucos cabelos recém nascidos são mesmo muito parecidos com os meus, e seus olhos são do mesmo tom de azul que o meu... Sem falar da marquinha de nascença vermelha igualzinha a minha no olhinho. Mas sua boquinha, sua boquinha é muito, muito igual a da Sof, o mesmo formato e o biquinho da Sof estão ali.
Não consigo acreditar que eu... tão desastrado e imperfeito fiz uma coisinha tão linda e perfeita como essa.
Mas também, com a Sofia como forno não tinha como não sair perfeita.
"Você é tão quietinha não é minha princesinha? Fica só me olhando com esses seus olhinhos azuis... acho que você está pensando porque esse seu pai de cabelo laranja fica olhando pra você sem parar não é?
Mas é que você é muito linda, e não tem como não ficar olhando pra você.
Mas eu, o seu vovô e o seu tio Joe vão ser os únicos homens nesse mundo que vão olhar pra você minha linda...
O papai vai te proteger de tudo e de todo mundo!
E você nunca vai poder sair de casa, e muito menos namorar viu filha? Papai vai ficar de olho 24 horas por dia até o dia que eu morrer! Eu juro, e é pro seu próprio bem. O papai sabe o que ele está falando, quem fez você fui eu, então você é só minha."
Eu digo tudo bem baixinho pra Sofia não acordar, mas a Lou parece não gostar do que eu digo e dá um daqueles gritinhos de bebê.
"Shihh... não grita meu amor, ou você vai acordar a mamãe, e ela está muito dodói, precisa descansar." Eu digo ainda mais baixo mas logo escuto a voz da minha amada.
"Parece que ela não gostou dessa ideia de ser só sua... aliás, você fez ela sozinho Edward?" A Sof diz com a voz fraca porém rindo pra mim.
"Não amor, fizemos ela juntos, e foi a coisa mais perfeita que poderíamos ter feito neste mundo." Eu digo pra ela e me levanto com a Lou no colo.
"Trouxe ela para amamentar..." eu digo e passo a Lou para os seus braços.
"Você devia ter me acordado, ela tem hora pra mamar aqui, e não sei como ainda não está berrando."
"Ela gosta demais de mim pra berrar nos meus ouvidos, e você estava dormindo tão linda que eu não quis te acordar." ela ri.
"Não sei de onde veio todo esse convencimento, minha filha é uma chorona isso sim, você mesmo viu como ela gritava em casa, eu estava cada vez mais desesperada e acho que fiquei cada vez mais fraca."
"Não brinque com isso Sof... nós ficamos desesperados. E a propósito a "NOSSA" Filha é muito calma não é nada chorona." eu digo sério.
"Eu sei... estava brincando, e então? Me fale a verdade, eu estou morrendo?"
"Morrendo? Que história absurda é essa? Você me parece muito bem Sofia."
"Claro que pareço... devo estar mesmo linda depois de parir, quase morrer e tudo mais."
"Pois você está linda mesmo. E para de falar que quase morreu, isso não é verdade, você só ficou... muito fraca, sei lá... o médico disse que você têm anemia, e que você perdeu muito sangue, e que estava com a pressão alta, você devia ter me dito que estava doente... eu mandaria até um helicóptero ir te buscar se soubesse que você corria riscos." Eu digo e vejo ela ajeitar a Lou no colo pra mamar.
"Eu não tinha escolhas, você viu que não ia dar tempo, a ambulância chegou muitos minutos depois que ela nasceu." Ela diz calma, olhando pra nossa filha mamando no seu colo e faz carinhos na sua cabecinha.
"Eu sei... sabe, ainda me custa acreditar que tudo isso é verdade, quer dizer, você está aí com a nossa filha nos braços e eu estou aqui, junto com vocês... eu já tinha perdido as esperanças." Eu digo um pouco emocionado.
"Ed?" Ela me chama e bate na cama pra mim me sentar perto dela.
Eu vou até elas e me sento colocando a mão em cima da mão da Sof na marquinha de nascença igual a minha no rostinho da Lou e depois beijo a sua cabecinha.
"Me perdoa, por tudo o que eu fiz Ed.
Eu juro que não queria ter mentido pra você.
Olha eu admito que se naquele momento eu não estivesse sozinha em casa, agora você não ia estar aqui comigo, e nem com a Louise, mas eu juro que não fiz isso pra te punir Ed, eu não fiz por mal, meu Deus eu te amo, amo tanto que não cabe dentro de mim." ela começa chorar e eu seco suas lágrimas.
"Não chora... tem tanta coisa que a gente precisa conversar, eu quero saber por que você fez isso, mas não agora, e eu prometo que vou tentar entender porque você fez tudo isso... agora ainda está tudo muito confuso, mas tudo bem, você e a Lou me fazem esquecer tudo isso, só o fato de estar aqui agora, perto de vocês supera qualquer dor que eu passei quando estava longe de vocês."
"Eu sei Ed, mas eu tenho medo. Por mais que eu não queira que você sofra, eu não devia ter te ligado...
Mas eu ia morrer se não tivesse te ligado."
"Você não precisa pensar nisso, deu tudo certo a gente vai ficar bem."
"Não, Ed a gente não vai ficar bem, eu e a Lou estamos em perigo agora... eu não devia ter te ligado Ed, eu não devia, eu devia ter ligado pro meu pai.
Eu não acredito que eu fiz isso." Ela não consegue parar de chorar e a Lou para de mamar vendo o choro da sua mãe e também começa chorar junto.
"Calma filha, tudo bem... a mamãe está aqui, está tudo bem meu amor." ela balança nossa filha carinhosamente e tenta acalmá-la. Quando a Sof também se acalma e para de chorar a gente fica em silêncio por muito tempo e a Lou acaba dormindo. A Sof me dá ela com cuidado e eu a coloco no berço ao lado de sua cama, eu me sento de novo do seu lado e abraço ela, a Sof fica quieta com o rosto escondido na minha camisa e depois nos separa e leva as suas mãos ao rosto, ela fica assim por um tempo, até eu perceber que ela está chorando de novo.
"Sofia, eu não estou entendendo nada meu amor, por que você está assim Sof?" Eu digo baixo pra Lou não acordar.
"Ed..." ela me olha séria e eu seco mais lágrimas que caem de seus olhos.
"Eu vou te contar toda a verdade... mas você não pode se exaltar está bem? Eu preciso te contar porque... porque eu não quero mais ficar longe de você, e eu sei que depois que eu te contar você vai me entender."
"Não, você não precisa, seja lá o que for, você precisa descansar agora."
"Não Ed, eu não vou conseguir ficar em paz se eu não falar pra você tudo o que aconteceu."

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