Capítulo (23)

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Estou sozinha em casa e minha bolsa estourou, eu preciso de ajuda, não acredito que isso está acontecendo.
"Preciso ligar pra alguém, preciso ligar pra alguém, preciso ligar pra alguém." É a única coisa que consigo pensar.
Espero a dor mais forte passar e tento respirar um pouco, e depois vou de volta para o meu quarto onde meu celular está na cama.
Vou direto na minha lista de contatos ligar para o meu pai.
Disco o número de casa, mas só chama, chama, chama e ninguém atende. Ele deve estar dormindo.
Volto para os contatos e tento ligar para o Joe, mas cai direto na caixa postal.
"Que merda, quanta consideração eles têm pela irmã e filha deles que está sozinha em casa e parindo uma criança." Eu digo pressentindo que a dor vai voltar.
Olho para a lista no celular e subo mais chegando no "E" quando vejo seu nome ali...
Você não pode ligar pra ele Sofia, você não pode ligar pra ele! Eu penso, mas quando vejo já estou ligando e sinto a dor voltar de novo.
"Alô." o Ed atende com raiva na voz, nem parece ele, eu sei que ele não sabe que sou eu que estou ligando, eu troquei de número logo depois que fui embora, mas eu não devia ter ligado, e se o Billy está do lado dele.
Fico quieta e decido desligar, mas a contração vem tão forte que eu não consigo aguentar e gemo de dor, assim com o celular ligado e o Ed na outra linha mesmo...
"Ahh." eu digo e ele reconhece minha voz na mesma hora.
"Sofia? Sofia é você?" Sua voz se altera, fica desesperada e gentil.
"Sofia você está bem? Eu sei que é você, me responde!"
"Eeeed, me ajuda por favor." eu falo chorando de dor e de emoção ao mesmo tempo por estar falando com ele.
"O que foi? O que foi, você está bem? Me responde por favor."
"Ed, por favor, eu preciso de ajuda, você precisa vir pra cá agora mesmo, anota o meu endereço, pelo amor de Deus." Eu digo o meu endereço rápido e tentando respirar igual o meu médico falou pra fazer.
"Da pra me dizer agora o que está acontecendo?" Ele diz praticamente suplicando.
"E-ed... por... favor... agora não dáaaaaiii... eu só... preciso por favor que você venha pra cá agora... por favor não demora... está doendo muitooo." eu digo chorando alto.
"Meu Deus Sofia, eu estou a caminho, você está machucada? O que aconteceu? Alguém fez isso com você?"
"Sim..." eu digo quando a dor passa e eu posso respirar de novo.
"Me diz quem fez isso com você?" Ele se desespera cada vez mais.
"Foi você, seu idiota, eu vou te matar quando você chegar aqui."
"Olha amor, eu vou desligar agora, estou entrando no táxi, eu estou a caminho... daqui meia hora estou ai, eu já estou a caminho."
Amor? O Ed me chamou de amor depois de tudo o que eu fiz... depois de todo esse tempo.
Ele desliga a ligação e eu volto a me concentrar na respiração e na dor...
Depois de mais ou menos meia hora o Ed me liga de novo.
"O que foi? Já era pra você estar aqui..." Eu digo chorando. Não acredito que vou ter que ficar mais tempo sozinha.
"Sof... Sof, o homem aqui do prédio não quer deixar eu subir, está dizendo que você tem que deixar."
"Meu Deus... passa o telefone pra ele...
Alô?... sim... SIM... PELO AMOR DE DEUS DEIXA ELE SUBIR LOGO."
E então eu desligo, e depois de cinco minutos praticamente me arrasto até a porta para abrir para o Ed.
Quando ele me vê fica branco, não branco normal, igual ele sempre foi, ele fica realmente transparente, seus olhos chocados ficam paralisados na minha barriga, enquanto eu me contorço de dor.
"Entra logoo..." eu digo gemendo e gritando.
Ele volta a realidade e entra rápido, fechando a porta e me segurando, ajudando-me a andar.
"Você está grávida? Você está grávida! Gravida... Sofia... você... está... grávida..." ele diz desesperado me olhando.
"Como... por Deus... você... está grávida?" Ele pergunta tudo pausadamente enquanto eu estou respirando.
"Edward... é uma longa história... Aiiii... meu Deus, meu Deus... eu vou morrer..." eu digo e me sento no sofá enquanto ele fica parado me olhando boquiaberto."
"EU TE CHAMEI AQUI PRA VOCÊ ME AJUDAR! NÃO FICAR PARADO AÍ, VAI NASCEEER..."
"É meu filho?" Ele pergunta desesperado tentando me abanar e mexer em mim, mas isso só me irrita.
"NÃO EDWARD, É SUA FILHAAA... EDWARD CHRISTOPHER SHEERAN, EU NUNCA VOU TE PERDOAR POR TER FEITO ISSO COMIGOOO... AIII."
"Mas eu não entendo... você perdeu o bebê, eu vi, você chorou, ficou com raiva de mim!"
"Eu menti... eu menti."
"O que? Por que?" ele me olha indignado.
"Ed... olha pra mim." eu digo e pego em seu rosto tentando ignorar a dor, ele me olha e eu dou um leve gemido antes de conseguir falar.
"Me perdoa, me perdoa por mentir pra você, por te abandonar, eu juro que eu nunca quis isso, eu te amo, te amo muito até hoje. Mas eu realmente estou com muita dor agora, e eu te liguei pra você me ajudar por que eu estava sozinha." eu faço uma pausa pra respirar. "mas agora Ed, eu preciso que você deixe isso pra depois, e pelo amor de Deus, me leva para um hospital, porque a nossa filha vai nascer."
E então ele para, olha dentro dos meus olhos, e me beija.
E parece que faz anos que não o beijo assim, eu realmente queria beijar ele direito, mas devido às minhas circunstâncias atuais fica bem difícil.
"Ed... Ed... Ed... mi ajuuuda" eu sinto a contração mais forte de todas.
"Eu sei, eu sei... vamos amor."
"NÃO VAAAAI DAAAR... VAI NASCER, VAI NASCER... AGORA!"

Give me LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora