Capitulo (15)

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Não consigo dormir direito nesse hospital sem pensar ou lembrar da minha mãe.
Fico me remexendo na cama, (com dificuldades), por causa da minha barriga razoavelmente grande, e nunca consigo tirar mais do que um cochilo de no máximo uns 10 ou 15 minutos. Em um desses cochilos irritantes, cheio de sonhos estranhos, acordo muito assustada quando sinto a presença de alguém no quarto, ainda estamos no meio da noite e eu tento enxergar no escuro mas sem muito sucesso, então tateio a mão na parede ao meu lado para encontrar o interruptor e aperto muito rápido no mesmo momento em que me sento para olhar o invasor direito.
"Olá." Eu me assusto! Nunca levei um susto tão grande. Pois a mesma enfermeira mandada pelo capeta está parada na frente da minha cama e diz um "olá" sorridente como se nada estivesse acontecendo aqui. Não está mesmo acontecendo nada de mais, SÓ O FATO QUE ESSA MULHER ESTÁ AQUI PARADA NA FRENTE DA MINHA CAMA ME VENDO DORMIR, PARECENDO UMA PSICOPATA. É de madrugada tá tudo escuro e ela parada aqui... Agora eu tenho certeza absoluta que ela foi mandada.
"Por que diabos você está aqui?" Eu pergunto ainda assustada.
"Vim ver se está tudo bem com você." ela diz muito calma e com o sorriso no rosto. Meu Deus, mais essa agora, tenho que aturar essa mulher louca que só Deus sabe o que quer comigo me vigiando assim, sem falar que eu estou com medo, parece até um fantasma que achou a luz por isso que está sorridente desse jeito...
"Você é o que? Louca ou algum tipo de psicopata que gosta de ver as pessoas dormindo de madrugada com a maior escuridão? Ou você é uma enviada pelo desgraçado do Billy pra me vigiar? Porque se for isso, é melhor ir embora agora porque ele já conseguiu o que queria e eu vou embora assim que tiver alta daqui."
"O que? Está delirando querida?"
"E vê se para de falar querida, eu não sou nada sua, muito menos querida."
"Acho melhor você tomar um remédio de febre."
"Eu não vou tomar nada que você me der, você acha que eu não sei que vocês querem me matar? E matar meu filho também."
"Querida, ninguém quer te matar aqui, queremos apenas cuidar de você."
"Cai fora daqui que eu quero dormir tá legal?" Eu digo irritada. Agora é que não vou conseguir dormir mesmo.
"Eu vim ver se estava tudo bem, eu não sei se você sabe mas, as enfermeiras fazem isso nos hospitais."
"Fodasse! Eu cansei de você, cansei do Billy, cansei dessa merda de hospital, por mim essa merda aqui podia cair com todo mundo dentro!"
Inclusive eu, já estou com a vida acabada mesmo... Não vejo nada que seja pior que isso que eu estou vivendo, nem a morte é tão ruim, muito ao contrário, pelo menos eu teria paz se eu morresse, eu penso, mas logo me lembro do meu filho e sei que tenho que viver por ele, lutar por ele, ele agora é a minha única esperança pra viver.
"Tenho certeza que está delirando, quem é Billy?" Ela pergunta.
"Estou cansada dos joguinhos dele e do jeito que ele manipula as pessoas, que que é? Quanto que ele te deu pra você ficar aqui me vigiando no meio da noite hum? Vai fala logo, porque se for por dinheiro que você está aqui não se preocupe que eu te dou dinheiro também só pra você ir embora agora, e olha que eu nem tenho muito dinheiro, mas eu faço questão de te dar, só por um pouco de paz."
"Vou ter que chamar a enfermeira chefe." ela diz com um ar de preocupada.
"Porque? Ela também faz parte do joguinho doentio do Billy? Ela também quer dinheiro?" Eu pergunto e a vejo apertar o botão de emergência que tem do lado da cama para chamar mais alguém.
"Oi?" Uma outra enfermeira que usa uma roupa igual a da enviada pelo Billy, só que azul, diz quando entra no quarto.
"Olá Ally, bom... Desculpa te incomodar, mas, eu acho que a Sofia está com febre."
"Eu não estou com febre porcaria nenhuma, e como você sabe o meu nome?"
"Calma minha querida, nós só queremos cuidar de você e ver se está tudo bem ok? E sabemos seu nome porque está na sua ficha." A tal da Ally diz e eu não sei porque, mas eu até confio nela.
"mas eu não estou com febre..." Eu digo um pouco mais calma.
"Tudo bem... Nós vamos apenas ver ok?"
"Mas eu não estou com..." eu começo de novo mas paro quando ela se aproxima com o termômetro.
"Eu apenas deduzi que ela estava com febre porque eu entrei aqui e ela começou a falar um monte de coisas estranhas eu pensei que estava delirando." A enfermeira do mal diz.
"Eu não estava delirando, eu apenas fiquei assustada, porque acordei de madrugada estava tudo escuro e ela estava me vigiando igual uma alma penada."
"Eu só vim ver se estava tudo bem tinha acabado de entrar no quarto quando você acordou." Ela diz rápido tentando tirar toda a culpa que ela parece ter.
"Mentira! Eu não ouvi o barulho da porta abrindo e eu já estava acordada a muito tempo, você deve ter entrado enquanto eu dormia, diz logo o que queria." eu digo tentando a desmascarar, e a Ally olha surpresa pra gente e depois com um olhar diferente para a outra enfermeira.
"Haven..." ela diz o nome da enfermeira do mal. "acho melhor você ir embora agora, já atrapalhou demais o sono da Sofia. E eu quero conversar a sós com ela agora." ela diz e a tal da Haven vai andando até a porta e antes de sair me manda um olhar mortal. Sabia que ela era mandada pelo Billy, esse olhar já diz tudo.
"Então..." Ally diz e se senta no fim da minha cama."Está tudo bem?"
"Agora está..." Eu digo sem muitos alardes, sem ser simpática e nem grossa.
"Tudo bem então... Vou providenciar para que ninguém te incomode mais ok?" Ela diz olhando minha bolsa de soro que ainda está cheia.
"Obrigada."
"Agora tente dormir, acho que amanhã mesmo você tem alta, só está aqui por essa noite por observações mesmo. Mas acho que você está bem não é?"
É? Eu estou bem? Fisicamente pode até ser, mas por dentro, não tenho tanta certeza.
"Sim, estou bem!"
"Ainda bem! Você teve muita sorte, e seu filho também não é? É menino ou menina?" Ela me surpreende perguntando. Se eu ao menos soubesse...
"Eu não sei, mas acho que é menino, na verdade eu acho que eu quero menino mesmo."
"E o pai? Quer o que?"
"Com certeza quer menina." eu digo e um sorriso aparece em meu rosto só por lembrar do Ed.
"Geralmente é ao contrario." Ela diz sorrindo também. "vou te deixar agora querida, tente dormir." ela diz e pela primeira vez eu não me importo de ouvir um "querida" hoje, porque sei que esse não vem carregado de ironia.
"Obrigada." eu digo e a vejo sair do quarto.
E depois eu realmente consigo dormir, e sonho com bebês ruivos com o Ed e com coisas felizes. Só queria que esses sonhos fossem reais.

(N.A)
Capitulo pequeno mas prometo que vou tentar postar mais amanhã mesmo!
Bjs no core de vocês!
PS: não aguento mais de coisas ruins acontecendo, tadinha da Sof. 😂

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