Capitulo (20)

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Acordo no outro dia, um pouco confusa...
Estava esperando me mexer e sentir os braços de Edward me prendendo, e depois sentir seus lábios me beijando, como todos os dias.
Mas ao invés disso, eu abro meus olhos vagarosamente e encaro a parede cor-de-rosa do meu antigo quarto de criança. E então eu me lembro que eu estou na casa do meu pai...
"Que ótimo." Eu digo irônica ao meu subconsciente idiota que adora me trazer pra minha triste realidade.
Me levanto da cama com muita preguiça, olho a minha frente e vejo na parede meu espelho, presto atenção no meu reflexo.
Estou horrível! Com olheiras por chorar muito, me sentindo gorda.
Chego mais perto do espelho levanto minha blusa do pijama, e olho a minha barriga viro de lado pra ver bem o tamanho mas está pequena ainda, quer dizer dá pra notar que eu estou grávida porque as mulheres normais não tem barrigas como essa, porém se eu fosse gorda, ninguém notaria minha gravidez...
Mas a verdade é que não interessa se alguém nota ou não, quem eu mais queria que soubesse pensa que já não tem mais bebê nenhum na minha barriga.
Gostaria tanto de saber como vai ser seu rostinho, gostaria de saber se vai se parecer comigo ou com o Ed, eu não quero que meu filho tenha olhos iguais aos meus, quero que ele seja como os de Ed, azuis, e também quero que ele seja ruivo, ele não precisa ser igual a mim... eu não me acho feia posso me considerar bonita até tanto é que já até posei para a Victoria Secrets. Mas com certeza o Ed é tão lindo que eu quero que meu bebê seja parecido com ele.
Gostaria muito de saber como ele está agora, se ele está triste, ou se ele está sofrendo tanto quanto eu.
Tenho que parar de pensar nele isso não vai ser bom pra mim, se eu pensar nele vou enlouquecer de tristeza. Mas como? Como parar de pensar nele se tudo que eu lembro é de momentos com ele, tudo que eu faço é pensando nele, tudo que eu sinto é vontade de ter ele, nosso amor é tão grande que não coube só em nós dois... E agora, só de olhar em mim mesma eu já penso no Ed!
Quando já estou sentindo que não consigo segurar muito mais tempo o choro, que está guardado em mim, me deito de novo, eu não quero mais nada da vida, só ficar aqui deitada, imaginando como vai ser o meu futuro horrível.
"Sof?" Escuto o Joe me chamar batendo na minha porta.
"Entra..." eu digo baixo pra ele enquanto sento na minha cama.
"Oi." ele diz assim que entra e senta do meu lado.
"Oi." eu digo fraco.
"Vem tomar café? O papai está preparando, viu só o que você faz?"
"O que eu faço?"
"Faz o papai cozinhar." ele diz e ri, eu dou um sorriso meio fraco... Não quero sorrir, não tenho forças pra isso.
"O que está acontecendo Sof?" Ele pergunta preocupado.
"Nada... Quer dizer, tudo, tudo de ruim que possa acontecer na minha vida, pode acreditar Joe, que está acontecendo!"
"Não, isso não é verdade."
"É sim."
"Não, não é mesmo! Veja bem você, está grávida, linda, carregando um Edzinho ou uma Sofiazinha na sua barriga, está aqui, comigo e com o papai..."
"Não estou falando que não queria estar aqui, ou que não queria meu filho, é só que... Eu queria estar com o Ed, eu queria poder trabalhar."
"Sof, você vai poder trabalhar de novo."
"Não vou Joe, olha só pra mim, tenho 19 anos, vou ficar horrível depois que meu filho nascer, nunca mais vou desfilar, nunca mais vou ser modelo de novo, não vou ter tempo pra nada na minha vida, vou ser mãe solteira o homem que eu mais amo vai ter raiva de mim por ter o deixado dessa forma. minha vida tá acabada."
"Não a sua vida não acabou, só está começando Sofia! Você não está sozinha nisso, você tem eu, e o papai, pode não parecer grande coisa mas é sim, é tudo que você pode ter, você nunca será abandonada, você vai continuar linda do jeito que você sempre foi, o Ed pode até ficar chateado no começo, mas ele nunca vai se esquecer de você, e nunca vai ter raiva de você. Você pode não acreditar muito nesse seu irmão de 15 anos, e eu reforço a minha idade porque você sempre gosta de falar que 15 anos não é nada, mas eu te digo, é tudo que eu tenho, e se pra você não parecer muito, pra mim é idade suficiente pra saber que eu posso ter uma ideia pra mudar tudo isso que você está vivendo, eu admito que não sei nada agora, mas eu vou descobrir um jeito, um jeito de acabar com aquele homem, um jeito de você voltar com o Ed e ser feliz, e se eu não conseguir, me desculpa! Mas eu vou continuar tentando te ajudar de todas as outras formas que forem possíveis, seja com você mesma, ou com esse bebê. E como seu irmão, nunca vou deixar você sofrer, não enquanto estiver perto de mim. E nem passar fome também, então levanta dessa cama, e vem tomar café da manhã comigo, e eu juro que vou fazer você comer bacon até por outro buraco se ficar com frescura de engordar, porque eu não vou deixar meu sobrinho comer só as merdas sem gosto que você come! Ele precisa de bacon, você precisa de bacon, eu preciso de bacon, TODOS PRECISAM DE BACON, PORQUE BACON É VIDA!"
Ele diz tudo e se levanta me puxando e empurrando, de todas as formas pra mim sair da cama.
"Tá bom! você ganhou vou sair daqui e tomar café."
Eu digo e o sigo até a cozinha, chegando lá vejo meu pai na frente do fogão tirando os ovos e os bacons da frigideira, colocando num prato e me entregando, eu pego o prato ainda com dúvidas se devo comer ou não.
"Bom dia Sof." meu pai diz sorridente.
Antes de responder, penso se hoje será mesmo um "bom dia", olho pra cozinha toda, olho pro meu pai, e depois pro Joe, depois pra minha barriga, e sim! Hoje será um bom dia, porque eu vou estar ao lado deles.
"Bom dia pai." eu digo a ele de volta com um sorriso não tão grande quanto o seu... Mas tentando fazer com que as coisas não fiquem piores, então pego um bacon do prato e dou uma mordida.
Já que a vida está de mudando mesmo sem eu fazer nenhum esforço pra que isso aconteça vou tentar mudar também tudo que eu puder, de uma forma menos dolorosa pra mim.

Ed POV.
Estou ainda um pouco desnorteado...
Abro meus olhos devagar, mas a luz que os invade, além de me cegar me da mais dor de cabeça. E que dor de cabeça! Tento me virar de bruços para me livrar da claridade, que apenas as minhas pálpebras não são capazes de tampar, mas com a dor que senti nas costas, só de tentar me mexer, eu desisto. Isso é pra mim aprender, que não devo mais beber e dormir em uma poltrona.
Dois dias! É o tempo que eu estou longe dela, só dois dias e eu já estou assim: arrebentado, não consigo abrir os olhos, estou com dor de cabeça por causa da maldita bebida, que foi a única coisa que me fez esquecer ela por algumas horas, só o tempo de dormir.
Acordo já pensando nela, e em como ela me faz ficar parecendo um caco de vidro que pode se estilhaçar mais a qualquer instante, tudo porque ela está longe de mim.
Não sei se ela vai voltar, não sei de nada, provavelmente ela deve estar na casa ao lado da dos meus pais, tão longe e tão perto. Eu liguei tantas vezes, escrevi tantas merdas sem sentido na sua janela de mensagens, ela não respondeu, meio óbvio pra se fazer quando você quer manter distância: não atender ligações e nem responder mensagens é uma boa forma de ignorar, e enlouquecer a pessoa que você deixou.
Gosto de acreditar que ela não me deixou totalmente. E só que está confusa com o que está acontecendo, e com uma pequena raiva de mim, que fui um babaca com ela, gosto de acreditar que é uma pequena raiva, que ela só pensa que é grande.
A verdade é que eu mereço, mereço sofrer por fazer ela tão triste, se eu pudesse mostrar pra ela o tanto que eu sinto, eu sinto ela me deixar, sinto pelo nosso filho, eu queria tanto que ela soubesse o tamanho do meu arrependimento por ter dito coisas tão estúpidas.
Mas de que adianta agora? Estou aqui largado machucado por dentro, tudo nessa casa me faz lembrar dela. Seu cheiro está em tudo, na cama, no sofá, e aquela marca que ela fez de vinho naquela almofada que está ali no sofá, aquela marca parece estar me encarando, me fazendo lembrar daquele momento, tudo está me fazendo lembrar de momentos, e como não lembrar se a gente morou juntos aqui por três anos praticamente.
O quadro dela que eu quebrei ontem à noite enquanto chorava está ali, todo estilhaçado, me levanto pego a foto com pouca coragem entre os cacos de vidro no chão e olho de novo aquela foto. Era seu aniversário de 18 anos, fazia muito pouco tempo que a gente tinha se mudado pra cá, apenas semanas eu acho, ela sorria enquanto segurava o seu cupcake com confeitos coloridos e uma velhinha rosa em cima, eu mesmo tirei essa foto, e como eu queria beijar ela naquele mesmo segundo... Eu já a amava tanto.
Agora tudo que eu sinto é saudade, será que ela vai voltar pra mim? Será que ela vai me perdoar e dizer que aceita voltar pra cá, pois aqui não é mais a mesma coisa sem ela!
Se ela aceitar, se ela quiser voltar pra mim, eu juro que caso e tenho dez filhos com ela! A única coisa que eu preciso agora é que ela volte.

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