Capitulo (10)

534 19 5
                                    

Já era 10:00 da manhã, eu e o Ed chegamos em Halifax eu estava muito apreensiva, o Ed ligou ao seu pai John para ele vir buscar a gente de carro na estação de trem que nós descemos. Depois de ontem quando eu contei a ele sobre a gravidez o Ed não tirou mais o sorriso do seu rosto, ele estava muito ansioso pra contar a sua família que vai ser pai, já eu... Estou quase, desmaiando de medo de contar ao meu.
Me perco dos meus pensamentos quando vejo o carro do seu John estacionar, o Ed pega na minha mão e nós vamos até ele.
"Olá crianças." Seu John diz abraçando seu filho, e depois me abraça também.
"Oi pai."
"Olá seu John." eu digo nervosa, como será que a família do Ed vai reagir com a notícia?
"Entrem." ele diz abrindo a porta de trás do carro pra mim e depois senta no lugar do motorista, eu queria que o Ed se sentasse do meu lado, mas ele senta na frente.
"Então..." seu John diz ligando o carro e dando partida. "Por que vocês vieram nos visitar assim no meio da semana?"
"Bom." o Ed fala e meu coração começa a bater forte. "Eu vim buscar uma coisa com a mamãe... E também dar uma notícia a vocês." ele diz calmo.
"Uma notícia?" Seu pai pergunta e olha pra trás. Pra mim.
"Sim." eu respondo dando um leve sorriso.
"Ahh, eu não vou ter que esperar vou?" John pergunta animado.
"Vai pai." Ed diz e ele tira o sorriso do rosto.
"Que história é essa de "buscar algo com a mamãe?" Eu pergunto baixo ao Ed.
" É surpresa." ele diz com um sorriso suspeito.
[...]
Quando chegamos na casa dos pais do Ed o Matt está sentado na varanda com cara de entediado, provavelmente deve estar nos esperando chegar.
"Oi Matt" eu digo o abraçando.
"Oi Sof." ele retribui o abraço. O Ed chega perto dele e eles conversam algo rapidamente, depois pega na minha mão e nós três entramos na casa, seu John entra no carro novamente depois de ter falado alguma coisa com o Ed e vai embora.
"Onde seu pai vai?"
"Hm? Ahh, no... Mercado.
"Ah."
"Manhêêê." O Ed grita entrando na cozinha procurando a mãe.
"Para de gritar Edward." Dona Imogen diz repreendendo o Ed e vindo na minha direção pra me abraçar.
"Olá querida, que saudade hem?"
"Sim." Eu digo a abraçando forte. Será que ela ainda vai gostar de mim mesmo depois que eu contar que estou grávida do filho dela?
"E a senhora? Tudo bem por aqui?"
"Sim Sof, estamos bem. Vem aqui, estou cozinhando, jacket potato, gosta?"
"Adoro!" O Ed diz se intrometendo e colocando o dedo no molho de queijo quente para a batata. O queijo está tão borbulhante que deve ter queimado de verdade seu dedo, ele leva a boca, mas aposto que mais pela dor do que pelo queijo.
"Ai meu dedo." ele reclama da dor.
"Bem feito, você não tem nada que colocar a mão na comida que ainda não está pronta e que está quente assim." Dona Imogen diz. Eu não aguento segurar a risada, o Ed me olha e eu falo "bem feito" sem voz, só pra provocar, ele semicerra os olhos e balança a cabeça negativamente como se estivesse decepcionado porque eu preferi rir dele do que me preocupar, mas ele não vai morrer por causa de uma queimadura no dedo, aliás ele sempre faz isso de meter o dedo na comida antes de estar pronta e sempre se queima.
"Deixa eu ver." eu pego na sua mão tirando seu dedo da boca e olhando-o, está bem vermelho.
"Acho que queimou." eu largo a sua mão e ele volta com o dedo na boca.
"Você acha?" Ele diz com ironia. "eu tenho certeza!"
"Ele queima o dedo sempre em casa fazendo isso dona Imogen nunca aprende." Eu digo e ela assente.
"Aqui também era assim. E o Edward faz mesmo muitas coisas de endoidar, ele come e não lava a sua louça, deixa a roupa espalhada pelo box e pelo quarto..."
"Verdade." eu digo lembrando da bagunça do Ed. Mas ele não deixa a roupa espalhada pelo quarto, só deixa espalhada no box, ele só deixa espalhada no quarto quando nós... Hum, melhor eu parar de pensar nisso.
"Sério que vocês vão ficar aí falando mal de mim enquanto eu estou aqui sofrendo de dor? Ninguém se preocupa comigo mesmo?" Ele diz fingindo (de um jeito muito falso) estar triste. Ele vai para a sala e eu continuo na cozinha conversando com Imogen.
"Quer beber alguma coisa querida? Um vinho, ou uma cerveja sei lá." Eu me engasgo com o nada, e depois de tossir umas quatro vezes tento pensar em uma resposta convincente e sem que seja a verdade para dar a dona Imogen.
"E-eu... Não, não posso beber nada." eu tusso mais uma vez. "Eu estou em uma dieta nova, sem álcool sabe?!"
"Ahh tá, entendi." Ela me olha desconfiada.
"Mas para que dieta Sof? Você está tão linda! Um corpo perfeito."
"Mas... no meu, trabalho eu preciso ser bem magra, e dá para perceber que eu estou acima do peso pra um corpo de modelo perfeita né."
"Entendi, mas ainda acho que você não precisa e que seu corpo é lindo do jeito que é, sem tirar nem por."
"Obrigada, eu vou ali na sala ver como o nosso dramático está ok?" Eu digo sorrindo pra ela.
"Ahh, claro vai lá querida." Ela diz retribuindo o sorriso.
Saio da cozinha quase caindo com o carpete que começa na porta da sala pra cozinha, o Ed que está sozinho sentado no sofá olhando pra TV percebe eu quase caindo e levanta super rápido pra ir até mim.
"Ai meu Deus você está bem?" Ele pergunta me sentando no sofá enquanto eu dou risada, ele está sério, bem sério.
"Não dá risada Sofia, já pensou se você cai?"
"E daí Ed?"
"E daí que você tem que tomar cuidado, é o meu filho que está aí dentro de você, e eu não quero que aconteça nada com vocês." ele diz as últimas partes cochichando com medo de alguém ouvir.
"Ed, eu estou gravida não doente, nem morta, eu não vou machucar o "SEU" filho não." Eu digo fazendo aspas com as mãos."
"Haha engraçadinha, eu só sei que você tem que tomar cuidado com o "nosso" filho." ele diz sério e me puxa pro seu colo me dando um beijo na testa.
"A sua mãe me ofereceu bebida você acredita?" Eu digo baixo pra dona Imogen não ouvir.
"E você bebeu?" Ele quase grita assim que me ouve falar.
"Não Edward, eu não bebi. Meu Deus como você está chato."
"Eu não estou chato nada."
"Sim você está." eu digo rindo.
"Meu dedo ainda está doendo." ele olha pro dedo e eu seguro a sua mão olhando também.
"Eu acho bem feito. Mas estou com dó porque está doendo." eu dou um beijo no seu dedo e ele me olha.
"Fala bem feito agora, eu podia usar esse dedo machucado pra umas coisas muito melhores." ele diz com uma cara safada.
"EDWARD." eu o repreendo, esse garoto só pensa nessas coisas.
"O que é Sofia? Para de ser pervertida."
"Pervertida eu? Você que ta aí falando nessas coisas."
"Eu estava falando de tocar violão sua doida, com o meu dedo machucado eu podia fazer coisas muito melhores, tipo tocar!"
"Ahh." eu escondo meu rosto no seu peito com vergonha.
"Mas você fez um duplo sentido com essa frase! Na verdade um duplo, um triplo... Porque a gente pode imaginar um monte de coisas com a frase 'Eu podia usar o meu dedo machucado pra umas coisas muito melhores'." Eu digo e ele ri baixo.
"Vamos pro meu quarto? Eu quero te mostrar uma coisa." ele pega na minha mão e vai me puxando até a escada e me deixa lá enquanto vai a cozinha.
"Ed?" eu chamo e ele me olha.
"Você não vai... pro quarto?"
"Uhum já estou indo, só vou falar com a minha mãe rapidinho."
"Okay." eu digo e o puxo de volta pra escada.
"Eu te amo seu doido." eu dou um selinho nele.
"Eu te amo mais." ele me da outro e volta para a cozinha falar com a mãe.
Eu subo pro quarto dele, quando entro vejo as familiares paredes azuis do Ed, sua cama de solteiro está encostada na parede em baixo da janela como sempre. Quando eu e o Ed resolvemos que íamos nos mudar juntos para Londres quando nós ainda éramos só amigos, a gente juntou mais dinheiro só para poder comprar camas de casal, porque nenhum de nós aguentava mais camas apertadas de solteiro. Sua escrivaninha também está lá, e ainda tem vários cadernos antigos, um deles eu reconheço como o seu caderno de músicas vou até ele e olho os detalhes da capa, ela é preta e tem uma etiqueta branca escrito "my songs" ando até a porta do seu antigo closet e a abro, acendo a luz e olho por lá não tem mais roupas, só caixas, que com certeza os pais do Ed colocaram lá, como se fosse um porão. O meu pai fez a mesma coisa com o meu antigo quarto, quer dizer, ele ainda tem a minha cama e as minhas coisas que eu não levei para Londres, mas tem também muitas caixas com bagunças a maioria são coisas do meu irmão. Saio do closet e me deparo com o Ed entrando no quarto com seu violão na mão.
"Você não disse que não dava pra tocar com o dedo machucado?" Eu pergunto.
"Sim, eu disse mas..." ele leva a mão ao bolso e tira uma palheta de lá. "para isso que serve as palhetas."
"Ok então Sr Sheeran. Você vai tocar pra mim?" Eu me sento na cama e ele se senta do meu lado.
"Sim, eu vou cantar uma música que você ainda não conhece."
"Você fez uma música e não me mostrou?" Eu pergunto indignada.
"Hey, calma eu não te mostrei antes porque vou te mostrar agora."
"Ta bom." eu espero ele se arrumar direito com o violão no seu colo e pegar a palheta da boca. Ele começa tocar uma melodia calma E logo começa a cantar.

Give me LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora