Capítulo (24)

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Ed POV.
"Como assim vai nascer agora?"
Não acredito em tudo isso que está acontecendo... está tudo tão confuso, a Sof precisa ir para o hospital comigo.
"Não podemos ficar aqui Sof, você precisa de um médico, e daquelas coisas todas de hospitais, não dá pra esperar mais."
"É! NÃO DÁ PRA ESPERAR MAIS." Ela está tão diferente... quer dizer ela está igual mas... não, ela não está tão igual, porque a barriga dela está imensa... mas isso não importa o que eu quero dizer é que ela não para de gritar, está me deixando nervoso.
"Ed... me escuta por favor, eu estou sentindo, eu estou sentindo que ela vai nascer agora, não vai dar tempo de sair daqui. Eu acho que... Ahhhh."
"O que foi?" Eu pergunto desesperado, não aguento ver ela assim sentindo essa dor.
"Eu preciso fazer força... me ajuda senhor."
"Eu vou ligar pra emergência."
Por que eu não pensei nisso antes? Eles podem vir buscar ela e então ela vai para o hospital e lá eles vão dar um jeito nessa dor.
"Liga logoo." ela diz, está cada vez mais suada e desesperada.
Ligo para a emergência e espero alguém atender, enquanto isso sento a Sofia no sofá e tento acalmá-la, eu só preciso ficar calmo antes.
"Alô?" Eu digo desesperado quando alguém atende. E então o homem na outra linha pergunta qual a emergência.
"Minha namorada... meu filho... vai nascer... ajuda."
"ok senhor, qual é o seu nome?"
"É Ed, quer dizer, Edward. Eu preciso que vocês tragam uma ambulância pra cá agora, eu não sei o que fazer, ela está dizendo que não vai dar tempo e não para de gritar, eu preciso de ajuda."
Eu digo querendo chorar de medo, de tudo isso.
"Ok senhor, fica calmo por favor, eu quero que você me fale o endereço, que nós já vamos enviar uma ambulância. E preciso que o senhor fique preparado caso não der mesmo tempo e a criança tenha que nascer aí."
"Nascer aqui? Não! Não, aqui não tem como, aqui não tem nenhum médico." eu digo e ouço os gritos e gemidos da Sof, e fico mais desesperado.
"Senhor, peça para sua mulher ficar calma, e respirar pausadamente."
"Ok..." eu digo e começo respirar pausadamente como ele pediu, mas é a Sof que tem que fazer isso.
"Sof respire pausadamente e fique calma." eu digo e ela me olha com um olhar de raiva como nunca antes, nem quando ela me abandonou me olhou assim.
"Queria ver se fosse você que estivesse sentindo essa dor, queria ver se ia conseguir ficar calmo, você que fez isso comigo, eu nunca devia ter engravidado, não acredito que dói tanto, eu vou morreer Ed, vou morrer de dor."
"Moço, ela não para de gritar."
"É normal, ela está sentindo fortes dores e geralmente as mulheres ficam estressadas. Agora eu quero que o senhor mande ela tirar toda a parte de baixo da roupa."
"O QUE?"
"Senhor, faça o que eu estou mandando."
"Mas ela está de camisola."
"Ótimo, quero que o senhor a deite na cama e mande ela abrir as pernas."
"ABRIR AS... O QUE?"
"O senhor tem que olhar pra ver se já dá pra ver a cabecinha."
Ok, calma Edward, calma, vai dar tudo certo.
"Sof, aonde fica o quarto? Precisamos ir pra lá."
ela me olha assustada e eu a ajudo levantar, vamos para o quarto e então eu a deito na cama.
"Sof... eu não sei como vou te falar isso mas... você precisa abrir as pernas pra mim olhar ai."
"O QUE? NÃO, NÃO!"
"Sof... por favor vamos."
"Alô? Alô? Edward... o senhor está aí?"
"Sim estou..." a Sof está na cama com as pernas bem fechadas e se recusando a abrir pra mim olhar... como se eu nunca tivesse visto isso antes.
"Ótimo olhou pra ver se já dá pra ver a cabecinha?"
"Ainda não, espera aí moço." calma Edward, vai dar tudo certo.
"Sof, por Deus, abra essas pernas."
"Mas eu..." ela diz com relutância, mas eu a interrompo.
"Sofia Miller, abra essas pernas pela nossa filha."
E então ela abre, e o que eu vejo, não é absolutamente nada daquilo que eu já vi antes!
"AI. MEU. DEUS." Eu digo desesperado e já não vejo mais nada além de tudo preto.

"EDWARD, ED, EDWAAARD, MEU DEUS, ED, AMOR FALA COMIGO, FALA COMIGO." Ouço a Sof gritar comigo, e por um momento acho que vou preferir ficar aqui no chão e fingir que estou morto, para não ver aquela cena novamente. Mas me lembro da minha filha e da dor que a mulher da minha vida está sentindo... eu não sei nem a metade do que ela está sentindo. tenho que aguentar todos os gritos dela porque eu a amo e não quero ver ela sofrer.
Então eu me levanto e vejo ela chorando com a mão na sua barriga e gemendo.
"Estou bem, estou bem." eu digo tentando a reconfortar. Pego meu celular rápido e vejo que o homem não para de me chamar do outros lado da linha.
"Moço do céu. Eu vi, eu vi a cabeça, eu vi."
"Certo, então ela já está na segunda fase do parto, agora o senhor precisa ajudar."
"Vou ajudar como?"
"Certo, mande ela abrir as pernas, e quando a contração vier, mande ela fazer força, você tem que contar até dez, e depois ela para pra respirar, quando a contração vier ela tem que fazer a mesma coisa, você vai pegar toalhas e colocar no seu colo, quando ela fizer força segure a cabecinha, mas não puxe de jeito nenhum."
"Tá bom, tá bom." ele ia falando e eu ia fazendo o que ele pedia.
"Sof... agora quando você sentir dor, faça força ok? Eu vou contar até dez e você não para até eu terminar ok?"
"Ahhh, Ok, ok..." ela abre as pernas e eu tenho que aguentar aquela visão, seja forte Edward, seja forte..."
Ela sente as contrações e começa a fazer força, e eu conto até dez, como o homem pediu.
"Isso... isso Sof, continua assim eu já estou vendo a cabecinha."
"Ahhh... Ok, ok... Ahhh." e então ela faz mais força e metade da cabeça já está pra fora.
"Vai Sof... força..."
"Eu... não... consigo." ela diz chorando. "não consigo mais. Me ajuda Ed."
"Calma amor, calma, você consegue, vamos, só mais uma vamos, vamos está quase." e então ela respira, e faz mais força.
"E-ed... Ed... eu não vou conseguir, não vou."
"Shih... Você vai conseguir, você vai conseguir, vamos colocar nossa filha no mundo. Vamos Sof, eu juro, eu juro é a última vamos..."
Eu já não consigo me conter, não acredito no que estou fazendo, que emoção.
E então mais uma força.
E então um chorinho forte ecoa por todo o quarto.
"CONSEGUIMOS SOFIA, VOCÊ CONSEGUIU! NOSSA FILHA." Eu enrolo seu pequeno corpinho em uma toalha e entrego à Sof, que parece fraca, mas ao mesmo tempo muito forte, nós choramos de emoção e sorrimos de alegria ao mesmo tempo.
"Oi meu amor..." A Sof fala com nossa filha. "ah meu Deus, você é igualzinha ao seu pai, você é linda meu amor." ela chora e me entrega ela.
"Ed..." ela fala comigo. "Ed eu não estou bem... olha aqui, a ambulância vai chegar e você vai cuidar dela."
"Shih, nós vamos cuidar juntos dela!"
"Ed... você tem que falar pro meu pai e pro Joe que eu amo eles, e você tem que me prometer que vai cuidar da nossa Louise, e você vai falar de mim, e vai cantar pra ela... ela gostava de te ouvir na radio quando estava dentro de mim... você lembra? Quando você cantava pra minha barriga quando ela ainda estava pequenininha? Me promete Ed... me promete que vai cantar pra ela."
"Para Sof... você vai ficar bem, você tem que ficar bem, pela nossa filha."
"Eu amo você Ed... eu te amo mais que amo a mim mesma... eu nunca quis te abandonar, eu te amo, eu amo vocês dois."
Shih... não fala nada, eu também te amo, amo muito." Não entendo o que a Sof está fazendo, não entendo ela não pode me deixar assim, ela não pode fazer isso comigo. Não pode!
E então ela fecha os olhos vagarosamente, e diz:
"Eu amo você Ed."
Ai meu Deus, eu tento acordar ela, mas tenho que ter cuidado, ainda estou segurando minha filha.
"Sofia... Sofia... Pelo amor de Deus Sofia não faça isso comigo.
VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO COMIGO, NÃO PODE, SOFIA.
OLHA SUA FILHA, OLHA A SUA FILHA, ACORDA SOFIA... SOF, SOF... NÃO FAZ ISSO COMIGO, NÃO ME DEIXA VOCÊ NÃO PODE." Eu não consigo parar de chorar e nossa filha chora também.
Eu olho ao redor e vejo meu celular, ligo de novo pra emergência.
"CADÊ A MERDA DA AMBULÂNCIA? EU PRECISO AGORA... EU PRECISO...
pelo amor de Deus, eu preciso salvar a Sofia."
Eu grito com a atendente e ela me pede calma, depois diz que a ambulância está a caminho.
Quando eles enfim chegam, tiram minha filha dos meus braços e me levam pra longe da Sof, mesmo eu lutando contra.
Eu não posso acreditar que isso tá acontecendo comigo... Ela não pode me deixar, ela não pode!

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