Domingo, 12 de Novembro de 1994... (JESSY)

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Estou parada na frente de minha antiga casa. A BMW está estacionada ao meu lado, indicando que o terapeuta está aqui. Ótimo, assim eu acabo com dois de uma vez.

Depois de matar a querida mãe de Mariana com uma decapitação rápida com a tesoura, é hora de acabar com a vida do pai... E também da mamãe.

Entro na casa que antes era minha. Mamãe e o terapeuta estão na sala. A velha mulher abatida chora nos braços do homem que morrerá em poucos minutos.

   - Olá, mamãe. - Sorrio.

Mamãe me olha com espanto e felicidade nos olhos.

   - Jessy? Minha filha... - Ela se levanta para me abraçar, mas dou um passo pra trás. - O quê...

   - Eu não ficaria feliz tão cedo.

   - O que houve com você? - Ela encara o sangue molhado em meu vestido.

Rapidamente, bato com o cabo da tesoura na cabeça de mamãe.

   - O que você fez? - O terapeuta grita.

   - Agora é a sua vez...

Me aproximo do terapeuta, ignorando a mulher caída no chão.

   - Jessy...

   - Adeus... Papai.

Cravo a tesoura em seu peito e a arrasto até a cintura, abrindo um corte grave pelo caminho. Todos os fluidos do terapeuta pulam para fora, intestino, veias... Tudo que deveria estar dentro do corpo, agora está espalhado pelo chão... Junto com o terapeuta sem vida.

Agora... Mamãe.

Arrasto o corpo desacordado de mamãe até o meio da sala, pego cordas, panos... Tudo que poderá me ajudar. Amarro os braços de mamãe no armário da TV e as pernas nos pés do sofá. Logo, ela está como Cristo na cruz.

Espero ela acordar... Quero que ela sinta toda a dor do que estou prestes a fazer.

Não demora muito até ela demonstrar sinais de vida. Assim que percebe o que está acontecendo, ela começa a  gritar.

   - Silêncio, mamãe. Vai acordar os mortos. - Aponto para o que restou do terapeuta jogado no chão.

   - Não... Victor. - Ela chora.

   - Eu não me preocuparia mais com ele.

   - Filha... O que aconteceu com você? Onde esteve?

   - Morta. Assim como você vai estar daqui a alguns minutos.

Segurando firme a tesoura, me aproximo de mamãe. Me abaixo para a encarar melhor.

   - Jessy...

   - Calada! - Grito. - Não diga nenhuma palavra. - Me sento no chão ao seu lado. - Sabe o que eu tive que aguentar, mamãe? Sabe o que eu tive que passar durante 17 anos?

   - Filha...

   - Eu mandei calar a boca. - Dou um tapa na cara de mamãe. - Continuando... Eu tive que te aturar por 17 anos. Sabe o quanto eu sofri? Eu tive que aturar aquele maldito terapeuta... Mas agora, não preciso mais sofrer. Eu estou livre. - Seguro a mão de mamãe. - Quais são suas últimas palavras, mamãe?

   - Filha, por favor. Eu te amo... Não faça isso, você não é assim. Se arrependa, Deus irá te perdoar. Não é tarde demais.

   - Engraçado como todos falam de Deus... Vocês acham mesmo que Deus irá ajudar? Deus não se importa com vocês.

   - Filha...

   - Chega.

E alí... Naquela sala... Naquela tarde de domingo... Esquartejo mamãe. Corto com a tesoura cada dedo, abro a pele e corto cada veia... Mamãe sente toda a dor... Exatamente o que eu queria há muito tempo.

Eu queria que mamãe sofresse... Eu queria mamãe morta.

Diário De Uma AssassinaOnde histórias criam vida. Descubra agora