- Ele te chamou pra sair? - Gyy coloca a mão na boca.
- Chamou.
Acabou os ensaios e o sinal de saída já tocou. Acho que perdi a conta de quantas vezes pisei no pé do Paul durante a dança.
- Me diga que você disse sim... - Gyy cruza os dedos.
- Eu não disse nada ainda.
- O quê? Você é louca? O mais gato da escola te chamou pra sair e você não disse nada?
Alguém pigarreia atrás de mim... E pela expressão da Gyy... Me viro e vejo Paul.
- Podemos conversar? - Ele sorri.
- Claro.
- Te ligo mais tarde. - Gyy pega a sua mochila e desaparece do ginásio.
- Vem aqui... Quero privacidade. - Ele pega a minha mão e me leva para baixo da tabela de basquete.
Privacidade? Mas somos os únicos aqui...
- Então... O que quer falar comigo? - Pergunto.
- Eu te chamei pra sair e você ainda não me deu a resposta.
Droga.
- É que... Eu...
- Não gagueje, Jessy. - Ele sorri... Aquele sorrisinho lindo.
O silêncio toma conta de mim, não consigo falar... Meu corpo treme, estou nervosa. Com o quê?
Gentilmente, Paul pega a minha mão e a coloca sobre a dele, acariciando de leve os nós dos meus dedos.
- Paul, eu...
- Está tremendo... Por que está tremendo? - Ele me olha com carinho.
- Não sei... - Tento recolher minha mão, mas ele a segura com força.
- Está com medo de mim?
Será que minhas emoções são tão perceptíveis assim?
- Medo não é a palavra certa...
- Então, qual é? - Ele se aproxima ainda mais. - Me diga o que está sentindo agora, Jessy.
- Nervosismo...
- Também, mas não é só isso.
- O que quer que eu diga? - Sussurro. Borboletas dançam na minha barriga.
- O que está sentindo por mim. - Ele encosta sua testa na minha.
Ah... O cheiro dele é tão bom. Flores com um toque leve e doce de avelã. Tento controlar minha mente a não viajar pelos seus lábios, mas é quase impossível.
Como seria a sensação de beijá-lo? Como seria tocar os seus lábios com os meus?
Pare de viajar... Pisco os olhos várias vezes.
- O que foi? - Ele pergunta.
- Nada...
- Está afastando pensamentos pertinentes, Jessy?
- Eu...
- Relaxe. - Ele sussurra. Sua boca a poucos centímetros da minha. - Apenas se deixe levar...
Ele me beija, lábios macios tocam os meus. Nossos corpos colam um no outro... Suas mãos descem até a minha bunda... A sensação de suas mãos me apertando é boa... Gostosa, na verdade. Sua língua invade a minha boca... O gosto dele é muito bom.
Quando ele me solta, estamos ambos sem fôlego.
- Foi bom? - Ele pergunta, ainda com as mãos apertando a minha bunda.
- Foi. - Limpo os cantos da minha boca. Meu brilho labial já era.
- Valeu a pena ficar depois da aula?
- Valeu. - Sorrio. - Mas perdi o ônibus...
- Eu levo você até a sua casa.
- Não precisa...
- Jessy, fiz você perder o ônibus... E além do mais, não vou deixar a minha namorada ir embora sozinha.
- Namorada?
- Isso... Agora você é minha namorada. - Ele passa os dedos de leve na minhas bochechas. - Vamos?
- Vamos.
Ele pega a minha mochila e de mãos dadas, deixamos o grande ginásio.
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Diário De Uma Assassina
Ficção AdolescenteO que fazer sua do o ar que você respira acaba? O que fazer quando o mundo que você conhece não existe mais? O que fazer quando você está morta? Jessy é uma adolescente normal... Ou melhor... Jessy era uma adolescente normal. Agora, ela é uma Assas...